Efeméride mozartiana,25 de Julho
1788
Dia em
que o compositor dá entrada da Sinfonia No. 40 no seu catálogo pessoal.Sem dúvida que foi com duas
orquestras em perspectiva que Mozart compôs as duas versões da sua Sinfonia em
Sol menor KV. 550, obra cheia de neurose, intelectual e tematicamente a mais
erudita de todas as suas grandes sinfonias. Não há uma única nota a mais, ou
seja, a contenção é máxima, absolutamente nenhuma concessão à facilidade ou ao
ânimo leve.
Muito frequentemente, é nítida a sensação de um violento e notório desespero que nos remete para o Romantismo. A primeira versão da peça, além dos habituais naipes de cordas, foi escrita para 1 flauta, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, uma versão em que – façam o favor de reparar bem – são precisamente as trompas que contribuem para um tom particularmente agressivo da música.
Em relação à versão inicial, na revisão da orquestração a que procede em Abril de 1791, Mozart introduz clarinetes na textura e reformula as partes de oboé, conferindo à obra um cariz mais nostálgico. De qualquer modo, quer numa quer noutra, o que ressalta é a economia do material.
Esta é uma obra em que todos os cânones vigentes são postos em causa. É uma obra em que é enorme o salto para o futuro. Ela é um marco na História da Música em geral e na História da Sinfonia em particular. Com a KV. 550, o compositor perturba as consciências formatadas para uma ordem que ele vem abanar como um terramoto.
A partir de então, nunca mais
o género sinfónico terá qualquer espartilho. Nesta sinfonia, Mozart
protagonizou um salto para a Liberdade, abrindo a porta aos grandes sinfonistas
do futuro, em especial, a Beethoven que ainda conheceu e acerca de quem tinha a
melhor das impressões. Ouvir a KV. 550 continua a constituir um desafio à
inteligência, um convite ao enriquecimento do espírito. Muito frequentemente, é nítida a sensação de um violento e notório desespero que nos remete para o Romantismo. A primeira versão da peça, além dos habituais naipes de cordas, foi escrita para 1 flauta, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, uma versão em que – façam o favor de reparar bem – são precisamente as trompas que contribuem para um tom particularmente agressivo da música.
Em relação à versão inicial, na revisão da orquestração a que procede em Abril de 1791, Mozart introduz clarinetes na textura e reformula as partes de oboé, conferindo à obra um cariz mais nostálgico. De qualquer modo, quer numa quer noutra, o que ressalta é a economia do material.
Esta é uma obra em que todos os cânones vigentes são postos em causa. É uma obra em que é enorme o salto para o futuro. Ela é um marco na História da Música em geral e na História da Sinfonia em particular. Com a KV. 550, o compositor perturba as consciências formatadas para uma ordem que ele vem abanar como um terramoto.
E, se quiserem, no contexto da tríade em que figura como segundo
momento – depois da Sinfonia No. 39 e a caminho da ‘Júpiter’ – representa um
território sombrio, um momento em que tudo é posto em causa, até à resolução
que a Sinfonia No. 41 vem anunciar.
Vou deixá-los com a leitura de Harnoncourt à frente da Orquestra de Câmara da Europa É, de facto, uma abordagem impecável. Assim saibam entender-lhe a diferença relativamente a outras propostas.
Boa audição!
http://youtu.be/2HbMzu1aQW8Vou deixá-los com a leitura de Harnoncourt à frente da Orquestra de Câmara da Europa É, de facto, uma abordagem impecável. Assim saibam entender-lhe a diferença relativamente a outras propostas.
Boa audição!
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