Mozart, Mozarteum, Mozartwoche:
Cantata 'Davide penitente'
[como jamais foi montada]
Em Versailles, o Maestro Marc Minkowski, Director Artístico da Mozartwoche, Mathias Schulz, Director Artístico do Mozarteum e Bartabas, o coreógrafo de bailado equestre, preparam "Davide penitente".
Com esta chamada de atenção, o Mozarteum de Salzburg informa que continua em andamento a preparação de uma das mais espectaculares produções da Mozartoche, esta que está programada para o fim de Janeiro de 2015. Devem lembrar-se que, ainda em Salzburg, no âmbito da Mozartwoche 2014, mal soube o que aí vinha, logo vos dei as linhas gerais.
É tempo de ir acrescentando mais alguns elementos. Em três récitas, nos dias 22, 25 e 30 de Janeiro de 2015, na Felsenreitschule de Salzburg – o famoso grande auditório da Escola de Equitação dos Príncipes Arcebispos – vamos ter um rei penitente cujos salmos são transpostos para música de rigor sublime e inspiradas e virtuosísticas árias e vamos ter cavalos em movimentos coreografados por um grande mestre.
A colaboração artística entre Marc Minkiwski, Les Musiciens du Louvre Grenoble, um coro de vozes notáveis, e o artista único que é Bartabas, na sua relação com o mundo equino e o teatro, fazem de “Davide Penitente” de Mozart aquilo que pode designar-se como ‘Gesamtkunstwerk’, uma obra de arte global.
“Os membros da Sociedade Vienense para a Protecção de Orfãos e Viúvas, encomendaram uma Oratória a Mozart… Porém, não dispondo de tempo para a composição da obra, aproveitou uma “Grande Missa” incompleta, adaptou-lhe um texto em Italiano, juntou árias e duetos, dando origem a uma ‘Oratória’: Davide penitente, na qual foram suprimidos os coros do Kyrie e do Gloria, sendo acrescentado à fuga um solo em três partes.
É assim que Maximilian Stadler descreve a génese da peça actualmente designada como ´Cantata’, com base na “Grande Missa em Dó menor” que emparceira com o “Requiem” enquanto obra maior de Mozart. O concerto inclui a obscuramente expressiva “Música Fúnebre Maçónica” e um interlúdio do drama heróico “Thamos, Rei do Egipto”, com a sua lamentação transcendente e ritos arcaicos.
Eis a ficha geral da produção que, não tenho a menor dúvida, vai ser um marco histórico neste Festival de Inverno que já conta 58 anos dos maiores êxitos mozartianos:
- Marc Minkowski, Maestro, Les Musiciens du Louvre Grenoble e Salzburger Bachchor
- Bartabas, Direcção, Coreografia de cavalos e cavaleiros da Académie Equestre de Versailles.
Vozes solistas:
Christiane Karg, soprano
Marianne Crebassa, Mezzo
Stanislas de Barbeyrac, tenor
Música de Mozart:
- Interlúdio de 2Thamos, König in Ägypten”, KV. 345
- Mauererische Trauermusik KV. 477
- Davide Penitente KV. 469
Gostaria de vos proporcionar a audição da Cantata numa interpretação de Sylvia Greenberg, Soprano, Arleen Auger, Soprano e Aldo Baldín, Tenor, Rundfunkorchester de Hannover, Coros: NDR, sob a direcção de Peter Schreier. Claro que vão reconhecer a base estruturante da aludida Missa. Verifiquem como funciona estupendamente com outro texto que «respira» uma outra atmosfera. E imaginem o que será a montagem da peça na Felsenreitschuleacerca da qual, grosso modo, têm os elementos essenciais.
Boa audição!
http://youtu.be/MKjTv4eAXG0
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