[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 3 de julho de 2014


Sofia rara
 
 
[Vá lá saber-se porquê este meu post, ontem publicado, não estava acessível. Assim, ei-lo «em 2ª edição». Hão-de verificar que a inicial referência à Praia do Camilo se justifica na medida em que é parcial cenário do filme cujo visionamento proponho.]


Sophia, rara


Durante muitos anos passámos férias em Lagos. E nossa também era a Praia do Camilo. E Sophia é indissociável do Camilo. Muita da sua Grécia passa por ali...

A propósito do evento de ontem, escrevia eu, e v
olto a enfatizar, que a decisão de trasladar os seus restos mortais para o Panteão, sendo uma forma institucional de lhe perpetuar a memória e o génio, deveria constituir marco determinante para que, inequivocamente, a sua obra permaneça entre as leituras recomendadas às escolas, coisa que, infelizmente, não está a acontecer.

Em dia tão especial, um filme que muito bem recordo, de João César Monteiro, datado de 1969 - quando o Jorge Silva Melo, seu assistente de realização nesta peça e eu ainda andávamos no quarto ano da Faculdade. Rara oportunidade para ver, ouvir Sophia. E o mar, o mar, tão presente. Para sempre, aquela escancarada beleza do Sul sobre a cal de uma parede radiante.

A preto e branco, Sophia, íntima. Mestre, pela mão do João César. Um filme que ouvi discutir na génese. Um filme que tem legendas para que se não perca cada palavra de Sophia. Que emoção! A poesia é uma moral, dizia ela. Que razão tem! Mas também, de acordo com o próprio João César "(...) a poesia não é filmável e não adianta persegui-la"

Ah, é verdade, é um filme à memória de Carl Theodor Dreyer. Meu Deus, como se nota!...

http://youtu.be/VDi1av1fgzo
 
 
 

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