[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 7 de agosto de 2014



Desemprego,
outros contornos
 

[facebook, 5 de Agosto de 2014]


Esta tarde, no meio de conversa com o meu neto mais velho, a caminho de cumprir a promessa de lhe oferecer o bom gelado que me pedira, falámos de poupanças pessoais. E tal assunto veio à baila porque, cerca de uma hora antes, tinha eu ficado muito admirado com o peso do seu mealheiro.

Percebi o prazer com que me dava pormenores de algumas ofertas cujo destino tem si...
do aquele grosseiro depósito de barro. Em determinada altura, com o intuito de satisfazer a minha curiosidade, aguçada pelo seu largo gesto e olhar brilhante, perguntei o que tenciona fazer com o dinheiro.

Não hesitou um segundo. “Avô, como já percebi que não vou ter emprego, estou a poupar para as minhas despesas e para a viagem até encontrar trabalho”. Para que conste, o garoto fará 10 anos em fins de Outubro...
 
Tenho a certeza de que histórias congéneres haverá por aí aos montes. Os garotos têm uma percepção muito aguda do problema da falta de trabalho. Não, não é que o meu neto seja especialmente perspicaz. A questão, essa sim, como é tremenda, vai deixando marcas.

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