[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 19 de setembro de 2014



Bocage [II]

[facebook, 15.09.2014]
Neste dia de aniversário, gostaria de «ter presentes», acompanhando-me na homenagem ao poeta, vários amigos que são homens das Letras e da Cultura Portuguesa, gente notável da cidade de Setúbal: um dos grandes poetas portugueses da actualidade, querido companheiro, Hélder Moura Pereira; Daniel Pires, «o» estudioso bocageano; José Adriano Rocha de Moraes, Técnico do Ministério da Educação, cúmplice de tantas horas; João Pereira Bastos, figura ímpar do mundo music...al, ex-director do São Carlos, ex-director da RTP2, actual Director do Teatro Luisa Tódi, com quem subscrevi a aventura do documentário biográfico "Marquesa de Cadaval, uma Vida de Cultura". Gente de Setúbal, gente da Cultura, gente a quem devo muito daquilo que sou. A eles, este meu público reconhecimento.


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Efeméride Bocage

Daniel Pires,
o grande estudioso bocageano

Conhecemo-nos há dezenas de anos, desde o princípio da década de oitenta e, já então, Bocage o tinha cativado para sempre. Daniel Pires, três anos mais novo do que eu, é doutorado em Cultura Portuguesa pela Universi­dade de Lisboa, fundador do Centro de Estudos Boca­geanos, em Setúbal. Além de defender tese de doutoramento sobre a obra do poeta, é o responsável pela edição da “Obra Completa de Bocage”, publicada por Edições Caixotim, entre 2004 e 2007.

Tal como eu, é Licenciado em Filologia Ger­mânica, já deu aulas de inglês no ensino secundário e foi professor em Setúbal. Trabalhou em São Tomé, Angola, Moçambique, Macau, China, Goa e Escócia. Em Macau viveu por três anos, entre 1987 e 1990, onde atuou na Universidade local, e, mais tarde, ensinou na Universidade de Cantão. É imenso o que a Língua, a Literatura e a Cultura Portuguesas, em geral, devem a este meu amigo. Eu sei. No Instituto Camões, fui responsável pelos leitorados nas universidades internacionais, tive oportunidade de acompanhar o seu impecável trabalho como Leitor.

É autor de importantes trabalhos de divulgação da obra de Bocage, como o livro “Fábulas de Bocage”. Publicou ainda o “Dicionário da Imprensa Periódica Literária Por­tuguesa no Século XX” (Editora Grifo, 1996), constituído por três volumes. Colaborou no “Dicionário de História de Portugal” e no “Dicionário de Fernando Pessoa”. Publicará brevemente o “Dicionário da Imprensa de Macau do Século XIX”, trabalho iniciado em 1990 em que descreve todos os periódicos ali publicados durante o período em questão, incluindo os jornais ingleses que, durante a Guerra do Ópio, saíram simultaneamente em Macau e em Cantão.

Com a inequívoca autoridade que se lhe reconhece, trago aqui as suas palavras no dia de aniversário do poeta sadino. Além do testemunho do grande estudioso, também é chamada de atenção para uma dimensão outra, de afirmação de cidadania na obra de Bocage. Oxalá colha o efeito que merece.
 



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