[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 8 de setembro de 2014




Efeméride poética
7 de Setembro de 1867,
nascimento de Camilo Pessanha [m. 1926)

 [facebook, 07.09.2014]

Não é a primeira vez que aqui trago 'Violoncelo', inspiradíssimo poema, cuja vibração não consigo dissociar de uma célebre contemporânea do autor. Primeiramente, ler ou reler o poema. Depois, escutar a interpretação, por Suggia, de 'Kol Nidrei', Op. 47 de Max Bruch. Eis o que vos proponho, respeitando  a autonomia da Arte Literária e da Música. 

I.

 Violoncelo

 
 Chorai arcadas
 Do violoncelo!
 Convulsionadas,
 Pontes aladas
 De pesadelo...
 De que esvoaçam,
 Brancos, os arcos...
 Por baixo passam,
 Se despedaçam,
 No rio, os barcos.
 Fundas, soluçam
 Caudais de choro...
 Que ruínas, (ouçam)!
 Se se debruçam,
 Que sorvedouro!...
 Trêmulos astros,
 Soidões lacustres...
 Lemes e mastros...
 E os alabastros

 
Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.

 
 [in 'Clepsidra']

II.

'Kol Nidrei', Op. 47 de Max Bruch

Boa audição!

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