Efeméride poética
7 de Setembro de 1867, nascimento de Camilo Pessanha [m. 1926)
Não é a primeira vez que aqui trago 'Violoncelo',
inspiradíssimo poema, cuja vibração não consigo dissociar de uma célebre
contemporânea do autor. Primeiramente, ler ou reler o poema. Depois, escutar a
interpretação, por Suggia, de 'Kol Nidrei', Op. 47 de Max Bruch. Eis o que vos
proponho, respeitando a autonomia da
Arte Literária e da Música.
I.
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por baixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas, (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trêmulos astros,
Soidões lacustres...
Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas! Blocos de gelo...
Chorai arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
[in 'Clepsidra']
II.
'Kol Nidrei', Op. 47 de Max Bruch
Boa audição!
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