[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 10 de setembro de 2014


Questões «de mentalidade»
[facebook, 08.09.2014]

Talvez por ser pouco esclarecido em matéria futebolística, já tinha alguma dificuldade em perceber o que era isso de «falta de atitude», expressão corrente na gíria, que, a exemplo de tantos 'peritos', Paulo Bento também usou depois do desaire de ontem. Concedo, enfim, sem grande perspicácia, que não errarei ao entender  tal 'atitude' como sinónimo de empenho. Tudo bem.

Porém, quando o treinador e seleccionador da equipa nacional de futebol afirma que os jogadores não podem ser acusados de «falta de mentalidade», não consigo mesmo descortinar o que pretende ele comunicar. De qualquer modo, obrigo-me a um esforço que resulta em conclusão muito deprimente, falha de enquadramento académico minimamente correcto por parte de alguém que é suposto coordenar grandes atletas com o objectivo de obter rendimentos capazes.
A uma qualquer 'senhora Florência', vivendo num recôndito lugar atrás do Sol posto, que não conhece uma letra do tamanho de um autocarro, todos ouvimos debitar para a câmara de um qualquer canal de televisão que, no Brasil, os nossos jogadores não tinham tido mentalidade, por isso perderam daquela maneira. Mas, a mesma expressão, ainda que em sentido oposto, ouvida ao seleccionador nacional de futebol? «Falta de mentalidade»? Se, em Paulo Bento, coordenador da equipa, «tudo o resto» condiz com o gabarito desta expressão, então, começo a perceber os resultados que tem apresentado...

E, tão interessante quanto aquela douta asserção, sobre mentalidade a mais ou a menos, o que dizer da atitude de miríades de comentadores que, desde ontem, hoje, durante o dia e, a partir de agora, vão continuar a perorar sobre os casos suscitados pelo dito-cujo, como se disso dependesse a sobrevivência nacional?
E ainda há quem pense que os tolos só são enganados com papas e bolos...

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