[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 2 de outubro de 2014



Boas cabeças?
-Melhor ambiente de trabalho


[facebook, 29.09.2014]

"(...) Agora, sim, é a altura de as boas cabeças do PS e dos independentes que lhe são afectos poderem chegar à frente e começar a partilhar as ideias e princípios imprescindíveis à mudança que se impõe. (...)"

Na sequência de alguns comentários ao meu texto "De parabéns", acerca do resultado das eleições de ontem, vejo-me na circunstância de esclarecer a passagem em epígrafe, na tentativa de explicitar aquela referência às boas cabeças.

Por exemplo, nos domínios que melhor conheço, da Educação e da Cultura, o PS pode contar com muito boa gente que, nos últimos anos, se remeteu a um «silêncio ensurdecedor». De modo algum, tais pessoas se reconheceram em algumas das medidas educativas seguidas pelos Governos Sócrates, considerando não estarem reunidas condições para lutar pelos seus objectivos, entre outras razões, por se sentirem sistematicamente ultrapassados que por assessores e consultores dos sucessivos gabinetes ministeriais, a quem não reconhecem competência para o efeito.

Percebe-se perfeitamente que estejam numa «reserva» e prontos a começar a colaborar, politicamente, já que a nível técnico, nunca deixaram de o fazer. Permitam que, a propósito, recorde o meu percurso pessoal, já que, em tempos, fiz parte do Gabinete de Estudos do PS, onde tive o privilégio de trabalhar com algumas dessas pessoas. Foram minhas colegas no Ministério da Educação e, muitas, mais novas do que eu, ainda têm imenso a dar ao país.
 
Atenção, são mais ou menos anónimos, mulheres e homens de gabinete, a quem os políticos é suposto recorrerem para o desenho das estratégias que importa concretizar para que aconteça a mudança necessária. Foi a pensar neles que escrevi a frase em epígrafe.

Quanto menos asneiras fizerem os políticos que assumem as pastas ministeriais, quanto mais lugar concederem à possibilidade de tais boas cabeças funcionarem na rectaguarda em que se devem manter, motivadas para as tarefas que é suposto envolverem-se, pois tanto melhores serão os resultados a que a comunidade aspira e tem direito.

E, ao contrário do que possa parecer, não se trata de ingénua «matéria de Fé», subscrita por quem acredita na viabilidade deste quadro de funcionamento. Trata-se de uma questão de sobrevivência. De outro modo formulando a questão, ou «a elite» das cabeças bem pensantes tem condições para poder operar ou, então, o 'statu quo' mantém-se com todas as previsíveis e perversas consequências. Tão simples como isto.

 

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