2015, Salzburg X
Domingo, 25 de Janeiro
[facebook, 27.01.2015]
Aqui, as minhas manhãs de domingo são sempre uma graça e, invariavelmente, obedecem a um mesmo figurino. Por ser um especial Dia do Senhor, a Missa impõe-se, não como obrigação, antes necessidade de partilhar a força da Fé e responder à Igreja que nos interpela onde quer que estejamos.
Em Salzburg, Roma do Norte, essa força sente-se sobremaneira e, meus caros amigos, em termos do culto e do seu ritual, a Música protagoniza um papel crucial e, como se sabe, a Arquidiocese de Salzburg da Igreja Católica Apostólica Romana goza o privilégio de contar com um legado inigualável de peças musicais de cunho sacro compostas por um dos maiores génios de todos os tempos.
Ora, como habitualmente se diz, ao citar o grande objectivo dos Jesuítas, através da palavra de Santo Inácio de Loyola, o seu fundador, ‘Ad maiorem Dei gloriam inque hominum salutem’, ou seja, em vernáculo, ‘para maior glória de Deus e salvação do homem’, esta Igreja da cidade dos Príncipes Arcebispos não deixa os seus créditos por mãos alheias, fazendo-o para gozo de todos, crentes e não crentes.
As Missas de Mozart, continuam a ser cantadas nesta cidade, durante todo o ano e, de maneira mais sistemática, tanto na Catedral como na igreja dos Franciscanos, cada uma das quais dispondo de orquestra, vozes solistas e coros. Não admira que, na Catedral, as cisas se passem com uma qualidade mais apurada. Assim manda a tradição secular de Salzburg que mantém um Kapelmeister, sempre de grande nomeada – há décadas, Janos Czifra, um queridíssimo amigo da cidade – sob a responsabilidade de quem tudo se alicerça.
Naturalmente, vindo a Salzburg, independentemente da respectiva crença religiosa, ou na sua ausência, não há melómano que dispense a possibilidade de ouvir tais obras e perceber em que medida correspondiam ou não às necessidades da função a que era suposto adequarem-se. Aliás, para que saibam, estas Missas fazem parte do programa da Mozartwoche e, portanto, constantes do grosso ‘Almanaque’ onde todos os eventos são anunciados.
E volto às minhas andanças, de melómano, sim senhor, de Católico e de outras coisas mais afins do que possa parecer. Saí de St. Sebastian, dirigindo-me primeiro aos Franciscanos, onde ouvi a Missa KV262 e, depois, acelerando até à Catedral, para assistir à Credomesse, KV. 257. Quem não me conheça, até seria levado a pensar num rato de sacristia e papa-missas...
Não hesito em confessar-vos a minha preferência pela segunda referida. E, no meu caso pessoal, acontece que foi, já há muitos anos, a primeira Missa de Mozart que ouvi cantada, precisamente, na Catedral de Salzburg. Por isso, é natural que me sinta particularmente ligado a esta obra, que vos deixo para uma audição que, certamente, será do vosso agrado, numa interpretação de referência absoluta.
__________________
- Kyrie (0:00)
- Gloria (2:13)
- Credo (5:28)
- Sanctus (13:36)
- Benedictus (14:55)
- Agnus Dei (19:26)
Intérpretes: Angela Maria Blasi, soprano; Elisabeth von Magnus, contralto; Deon van der Walt, tenor; Alastair Miles, barítono; Arnold Schoenberg Chor; Concentus Musicus, sob a direcção de Nikolaus Harnoncourt.
____________________________
Boa audição!
http://youtu.be/jV-8wJAl7nY
Domingo, 25 de Janeiro
[facebook, 27.01.2015]
Aqui, as minhas manhãs de domingo são sempre uma graça e, invariavelmente, obedecem a um mesmo figurino. Por ser um especial Dia do Senhor, a Missa impõe-se, não como obrigação, antes necessidade de partilhar a força da Fé e responder à Igreja que nos interpela onde quer que estejamos.
Em Salzburg, Roma do Norte, essa força sente-se sobremaneira e, meus caros amigos, em termos do culto e do seu ritual, a Música protagoniza um papel crucial e, como se sabe, a Arquidiocese de Salzburg da Igreja Católica Apostólica Romana goza o privilégio de contar com um legado inigualável de peças musicais de cunho sacro compostas por um dos maiores génios de todos os tempos.
Ora, como habitualmente se diz, ao citar o grande objectivo dos Jesuítas, através da palavra de Santo Inácio de Loyola, o seu fundador, ‘Ad maiorem Dei gloriam inque hominum salutem’, ou seja, em vernáculo, ‘para maior glória de Deus e salvação do homem’, esta Igreja da cidade dos Príncipes Arcebispos não deixa os seus créditos por mãos alheias, fazendo-o para gozo de todos, crentes e não crentes.
As Missas de Mozart, continuam a ser cantadas nesta cidade, durante todo o ano e, de maneira mais sistemática, tanto na Catedral como na igreja dos Franciscanos, cada uma das quais dispondo de orquestra, vozes solistas e coros. Não admira que, na Catedral, as cisas se passem com uma qualidade mais apurada. Assim manda a tradição secular de Salzburg que mantém um Kapelmeister, sempre de grande nomeada – há décadas, Janos Czifra, um queridíssimo amigo da cidade – sob a responsabilidade de quem tudo se alicerça.
Naturalmente, vindo a Salzburg, independentemente da respectiva crença religiosa, ou na sua ausência, não há melómano que dispense a possibilidade de ouvir tais obras e perceber em que medida correspondiam ou não às necessidades da função a que era suposto adequarem-se. Aliás, para que saibam, estas Missas fazem parte do programa da Mozartwoche e, portanto, constantes do grosso ‘Almanaque’ onde todos os eventos são anunciados.
E volto às minhas andanças, de melómano, sim senhor, de Católico e de outras coisas mais afins do que possa parecer. Saí de St. Sebastian, dirigindo-me primeiro aos Franciscanos, onde ouvi a Missa KV262 e, depois, acelerando até à Catedral, para assistir à Credomesse, KV. 257. Quem não me conheça, até seria levado a pensar num rato de sacristia e papa-missas...
Não hesito em confessar-vos a minha preferência pela segunda referida. E, no meu caso pessoal, acontece que foi, já há muitos anos, a primeira Missa de Mozart que ouvi cantada, precisamente, na Catedral de Salzburg. Por isso, é natural que me sinta particularmente ligado a esta obra, que vos deixo para uma audição que, certamente, será do vosso agrado, numa interpretação de referência absoluta.
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- Kyrie (0:00)
- Gloria (2:13)
- Credo (5:28)
- Sanctus (13:36)
- Benedictus (14:55)
- Agnus Dei (19:26)
Intérpretes: Angela Maria Blasi, soprano; Elisabeth von Magnus, contralto; Deon van der Walt, tenor; Alastair Miles, barítono; Arnold Schoenberg Chor; Concentus Musicus, sob a direcção de Nikolaus Harnoncourt.
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Boa audição!
http://youtu.be/jV-8wJAl7nY
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