[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 14 de fevereiro de 2015



O caos do estacionamento,
um caso inqualificável


[facebook, 17.01.2015]

Enquanto não se concretizarem as medidas que, a médio prazo e em definitivo, resolverão os gravíssimos problemas de trânsito e estacionamento nos locais mais críticos da sede do concelho, nada, absolutamente nada, autoriza o Senhor Vereador a quem foi distribuído o pelouro da designada 'mobilidade urbana', a demitir-se do exercício da autoridade democrática que detém.

É por isso que, enquanto aquelas condições favoráveis não se verificarem - e tal só acontecerá dentro de anos! - inevitavelmente, o Senhor Vereador tem de articular o exercício das suas funções com a intervenção das forças policiais no sentido de, radicalmente, impedir as práticas de autêntica selvajaria que põem em risco a segurança de pessoas e bens nos referidos locais.

Eis um caso tão concreto como inqualificável. Neste momento está a decorrer um espectáculo no Centro Cultural Olga Cadaval. A exemplo do que, sistematicamente acontece em circunstâncias que tais, há carros em cima dos passeios de todo o bairro, alguns impedindo o acesso a residências, outros sobre o terreiro adjacente ao edifício referido, incorrendo em gravíssimas ofensas ao código vigente.

Como tantas vezes tenho alertado, em todas as instâncias, inclusive em reuniões públicas da CMS e da Assembleia Municipal, a situação é de tal modo preocupante que, por exemplo, havendo necessidade de aceder um carro de bombeiros, tal se revela dificílimo e, em determinadas ruas e travessas, perfeitamente impossível.

Neste domínio do trânsito e do estacionamento, prevalece há muitos anos, e, actualmente, nada se alterou, que contrarie a perniciosa e odiosa cultura do desleixo que todos cultivam, sem que os sucessivos executivos autárquicos ponham cobro aos desmandos. Porque, pura e simplesmente, não sabem fazê-lo! É confrangedor. O que está institucionalizado é um esbracejar quase desesperado, dando a entender que se está a trabalhar. Afinal, o que há é muita agitação mas nenhuma ou pouquíssima actividade adequada à resolução dos problemas...

Essa é que é a verdade. Falta de preparação, falta de informação, ignorância em muitas situações. E, por favor, não invoquem falta de meios porque o povo tem facultado os meios mais avultados e generosos, ultrapassando a sua capacidade. Esse mesmo povo, que está exausto, tem direito a um nível mínimo de ordem cívica, abaixo do qual está instalada a indignidade, a falta de respeito, a falta de civismo, o desencanto.

Sinais de esperança

Tenho reparado e sentido no concreto quotidiano que, nos últimos tempos, há jovens, muito bem preparados, a movimentarem-se nas lutas cívicas que têm vindo a suscitar o envolvimento dos cidadãos mais atentos e interventores. Ontem mesmo, enquanto, na Canaferrim - Associação Cívica e Cultural nos reuníamos em convívio de trabalho, numa mesa atrás, o grupo dinamizador da acção cívica contra a designada 'Cidade da Sonae', na Abrunheira, também confraternizava à volta do seu empenho e sucesso.

Há muitos anos nestas lides, alguns amigos comigo, sempre temos constatado aquela que, até recentemente, era uma razão de queixa recorrente, ou seja, a do alheamento dos jovens. Pois parece que algo está a mudar. Cada vez mais, nos encontramos na melhor das cumplicidades, lutando lado a lado pelo bem da comunidade.

Já sabemos que, na luta contra o teleférico, vamos ter muitos jovens connosco, o que nos anima sobremaneira. Ao regozijar-me com tão bons sinais, também considero que os autarcas se devem cuidar. Preparem-se! Alguns elementos da tal geração mais bem preparada de sempre, que não emigrou, está aí e com vontade de lhes fazer a vida difícil. Caramba! Já era tempo!...

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