[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 17 de abril de 2015

4 de Fevereiro [facebook]

2015, Salzburg XXXIII
30 de Janeiro,

Concerto de música de câmara com o Hagen Quartet
15.00, Grosse Saal do Mozarteum, lotação esgotada



É raríssimo não esgotar a lotação quando se apresenta esta verdadeira ‘instituição’ musical que se pauta pelos mais elevados padrões em todos os domínios do seu enquadramento. A sua actividade estende-se à investigação e ao ensino onde, em várias universidades europeias, são procurados por alunos de todo o mundo. Naturalmente, também é este o caso de Sazburg, sua cidade natal, onde mantêm uma relação muito estreita tanto com a Fundação do Mozarteum como com a Universidade do Mozarteum.

Grandes músicos, com a mais brilhante carreira desde os anos 80, são daqueles com os quais mais me tenho enriquecido como pessoa e como melómano. Com eles, como já dei a entender, me habituei ao mais alto gabarito, não sendo de estranhar, como devem lembrar-se pela frequência com que acontece, que opte por gravações, ao vivo, de peças por eles interpretadas na medida em que as considero como melhor opção absoluta.

Desde 2013, foram cumulados com uma autêntica bênção. Passaram a tocar em instrumentos Stradivarius da colecção que foi propriedade pessoal de Paganini, cedidos pela Nippon Music Foundation. É uma história cheia de vicissitudes a destes instrumentos, a que já me tenho referido, cujos últimos ‘zeladores’ foram outros excelentes intérpretes, os membros do ToKyo String Quartet cuja carreira cessou, precisamente, em 2013, após mais de quarenta anos de actividade.

No concerto em referência, exclusivamente preenchido com obras de Mozart, ouvimos, por ordem cronológica crescente, todos compostos em Viena, o designado “Hoffmeister Quartet”, em Ré Maior, KV. 499, datado de 19 de Agosto de 1786, o “Primeiro Quarteto Prussiano”, em Ré Maior, KV. 575, de Junho de 1789 e o “Segundo Quarteto Prussiano”, em Si Maior, KV. 589, de Maio de 1790.

Obras de extrema densidade, são daquelas em que melhor nos apercebemos quão longe podia chegar o génio de Wolfgang Mozart, entrando por domíniod de introspecção, por vezes, verdadeiramente inusitados pela densidade, seriedade dos percursos propostos, propiciando jogos dialogais interactivos em que os instrumentos se entendem com uma subtileza que, na realidade, só excepcionais intérpretes, como os do Hagen Quartet, conseguem atingir.

Portanto, momento muito alto da Mozartoche 2015.
 
 
 
Hagen Quartett
(c) Wolfgang Lienbacher
 

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