Fundação Gulbenkian
Grande Auditório, 4 de Fevereiro, 21.00
Recital pelo pianista DANIIL TRIFONOV
"(...) Aquilo que ele faz com as mãos é tecnicamente incrível. É também o seu toque – tem delicadeza, mas igualmente um elemento demoníaco. Nunca ouvi nada assim. (...)"
[Martha Argerich ao 'Financial Times']
Regressado de Salzburg apenas umas horas antes, lá estive no Grande Auditório d Gulbenkian para assistir, ontem à noite, ao recital deste jovem pianista de 23 anos. A maturidade com que abordou a Op. 111 de Beethoven deixou-me boquiaberto. E menos espantado não fiquei perante o seu trabalho com os 'Estudos de Execução Transcendental' de Liszt.
Quem sou eu aliás, para não me resguardar totalmente nas palavras de Martha Argerich na epígrafe com que abri este breve comentário? O rapaz é, de facto, um assombro! Estou em crer que, há bastante tempo, não éramos assim desafiados no campo da leitura pianística.
Continuam as tosses perturbadoras bem como outros perversos «fenómenos acústicos». A poucos metros do meu lugar, uma idosa senhora tinha adormecido. Enfim, coisa vulgar. Entretanto, impiedosamente, o seu telemóvel começou a tocar. E ela, nada.
Então, cheia de piedade, mesmo de ternura, uma vizinha levantou-se e foi avisá-la. Estremunhada, acordou e desligou. Claro que o episódio nos comprometeu totalmente a escuta do Estudo No. 9 'Ricordanza'. Nem Liszt nem Trifonov nem nós merecemos isto. É uma lástima!
Agora, fiquem com a referida Op. 111, nas mãos deste portento, em gravação ao vivo no Carnegie Hall, em Dezembro de 2014.
Boa audição!
http://youtu.be/x4fQawk_wn8
Grande Auditório, 4 de Fevereiro, 21.00
Recital pelo pianista DANIIL TRIFONOV
"(...) Aquilo que ele faz com as mãos é tecnicamente incrível. É também o seu toque – tem delicadeza, mas igualmente um elemento demoníaco. Nunca ouvi nada assim. (...)"
[Martha Argerich ao 'Financial Times']
Regressado de Salzburg apenas umas horas antes, lá estive no Grande Auditório d Gulbenkian para assistir, ontem à noite, ao recital deste jovem pianista de 23 anos. A maturidade com que abordou a Op. 111 de Beethoven deixou-me boquiaberto. E menos espantado não fiquei perante o seu trabalho com os 'Estudos de Execução Transcendental' de Liszt.
Quem sou eu aliás, para não me resguardar totalmente nas palavras de Martha Argerich na epígrafe com que abri este breve comentário? O rapaz é, de facto, um assombro! Estou em crer que, há bastante tempo, não éramos assim desafiados no campo da leitura pianística.
Continuam as tosses perturbadoras bem como outros perversos «fenómenos acústicos». A poucos metros do meu lugar, uma idosa senhora tinha adormecido. Enfim, coisa vulgar. Entretanto, impiedosamente, o seu telemóvel começou a tocar. E ela, nada.
Então, cheia de piedade, mesmo de ternura, uma vizinha levantou-se e foi avisá-la. Estremunhada, acordou e desligou. Claro que o episódio nos comprometeu totalmente a escuta do Estudo No. 9 'Ricordanza'. Nem Liszt nem Trifonov nem nós merecemos isto. É uma lástima!
Agora, fiquem com a referida Op. 111, nas mãos deste portento, em gravação ao vivo no Carnegie Hall, em Dezembro de 2014.
Boa audição!
http://youtu.be/x4fQawk_wn8
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