O superior bem da Saúde,
a gratidão à divindade,
a sublimidade da Música
[facebook, 24.03.2015]
Fez ontem dois anos que, na sequência de uma lamentável queda, parti uma perna. Como tive oportunidade de partilhar convosco naquela altura, lembrarei apenas que, primeiramente, no Hospital de Portimão e, depois de transferido, no Amadora Sintra, não podia ter sido mais bem tratado.
Não fiz quaisquer pedidos, absolutamente nada, nem me passaria pela cabeça fazê-lo. A atenção que me dispensaram foi exactamente igual à que tinham os meus companheiros dos serviços por onde passei, ou seja, absolutamente impecável. Tratou-se de mais um episódio pessoal que, ainda mais, me determina a continuar a lutar pela manutenção do Serviço Nacional de Saúde, tal como ainda o temos.
Agora, a música. Porque, muito dificilmente, haverá qualquer situação na nossa vida de simples mortais que não possa articular-se com algum momento da História da Música, lembrei-me do terceiro andamento do Quarteto de Cordas em Lá menor, o mais fabuloso e brilhante, o Op. 132, de Beethoven.
O compositor intitulou-o como “Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit, in der lydischen Tonart” o que, numa traduçao aproximada, poderei propor como “Canto de Acção de Graças de um Convalescente à Divindade, no modo Lídio”.
Trata-se de uma oferta musical biográfica, uma oração de agradecimento depois de um caso de doença, através da qual expressa a alegria e a gratidão pelo dom da vida. A referência de Beethoven ao modo Lídio tem a ver com o seu pendor à música religiosa antiga.
Este terceiro andamento é considerado um dos máximos expoentes de toda a Música, algo de sublime, que perspectiva uma dimensão outra da Arte, em que o próprio sublime se sublima. Espero não se escandalizem por ter pedido emprestados estes momentos musicais tão especialmente superiores, relacionando-os com a trivialidade de uma perna partida.
Mas, já agora, sempre vos direi que bem posso dar graças a Deus por ainda estar por aqui, porquanto, ao caír daquela maneira desastrada, foi por milímetros que não bati com a cabeça num obstáculo lá presente, com risco da própria vida.Agora, a música. Porque, muito dificilmente, haverá qualquer situação na nossa vida de simples mortais que não possa articular-se com algum momento da História da Música, lembrei-me do terceiro andamento do Quarteto de Cordas em Lá menor, o mais fabuloso e brilhante, o Op. 132, de Beethoven.
O compositor intitulou-o como “Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit, in der lydischen Tonart” o que, numa traduçao aproximada, poderei propor como “Canto de Acção de Graças de um Convalescente à Divindade, no modo Lídio”.
Trata-se de uma oferta musical biográfica, uma oração de agradecimento depois de um caso de doença, através da qual expressa a alegria e a gratidão pelo dom da vida. A referência de Beethoven ao modo Lídio tem a ver com o seu pendor à música religiosa antiga.
Este terceiro andamento é considerado um dos máximos expoentes de toda a Música, algo de sublime, que perspectiva uma dimensão outra da Arte, em que o próprio sublime se sublima. Espero não se escandalizem por ter pedido emprestados estes momentos musicais tão especialmente superiores, relacionando-os com a trivialidade de uma perna partida.
Vamos à música de Beethoven! Na gravação que vos proponho, com o mítico Quarteto Borodin, partilho a obra na sua totalidade. Naturalmente, uma especial chamada de atenção para o terceiro andamento. Eis a distribuição com indicação dos tempos de execução:
00:00 - Assai sostenuto - Allegro
09:48 - Allegro ma non troppo
19:24 - Molto adagio - Andante [Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die
Gottheit, in der lydischen Tonart]
37:02 - Alla marcia, assai vivace
39:26 - Finale. Allegro appassionato
Boa audição!
Ver mais
Sem comentários:
Enviar um comentário