[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 29 de julho de 2015



Revolução ou involução?
 
[facebook, 13.06.2015]

Ao contrário do que possa parecer, a opinião da Confederação das Associações de Pais é tudo menos revolucionária e até se arrisca a que possa ser apontada como retrógrada. Representa, aliás, com toda a «coerência», a atitude de «sacudir» para a Escola a custódia das crianças e dos jovens, se possível fosse, entre as sete horas da manhã e as vinte e uma, apenas ficando com as tarefas de levantar e deitar os filhos.
 
E façam o favor de não confundir estas com palavras que, aparentemente, apenas se aplicariam a uma certa classe mais favorecida. Não, infelizmente não, já que a atitude a que me reporto é transversal, ainda que, apenas com alguns matizes, os parâmetros sejam comuns aos diferentes estratos sociais.
 
Em vez de lutarem pela mudança de estilo das suas vidinhas de casa-trabalho, casa-trabalho e do próprio paradigma do trabalho, a verdade é que, «encarneirando» em práticas que nem percebem como lhe são lesivas, não raro, acabam por perder os laços de ternura, de companhia, através dos quais se transmitem e consolidam os princípios e valores da Educação, algo que, só em família, é suposto suceder.

Natural e justamente, espera-se que o Sistema Educativo público se reorganize de tal modo que, em determinados períodos não lectivos, a Escola possa enquadrar os alunos dos ensinos básico e secundário, através de actividades educativas, não lectivas mas enriquecedoras, muito diferentes daquelas que, pura e simplesmente, de manhã à noite, mascaram o «armazenamento» dos miúdos.

Enquanto a limitadíssima literacia dos pais portugueses continuar sendo o que é, estes até podem repudiar a prática das pausas lectivas, a meio dos primeiro e segundo períodos escolares, algo que para os pais franceses, ingleses, suíços, alemães ou dos países nórdicos já é norma adquirida há décadas...

Claro que os pais portugueses até podem fazê-lo mas, não tenhamos dúvidas, apenas confirmam um 'statu quo' de desfasamento civilizacional - ou seja, forma eufemística de mais um sintoma de atraso - em relação ao que acontece na União Europeia à qual Portugal aderiu já há três décadas.
 
 
 
 
 
As associações de pais criticam a proposta do Conselho das Escolas, que recomenda mais uma pausa para "férias de outono", e defendem uma mudança radical - um...
dn.pt|De Global Media Group
 

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