[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 29 de julho de 2015



Só para terem uma pálida ideia!

PALMARÉS DO FESTIVAL DE SINTRA

[facebook, 09.06.2015]

Há precisamente seis anos, no meu blogue sintradoavesso publiquei o texto que passo a reproduzir. Não poderia deixar de referir a minha experiência de frequentador do Festival, desde os primeiros momentos. Mas, fundamentalmente, a peça vale pelo fabuloso rol de artistas que, até ao momento tinham passado por Sintra. E, tantos, tantos deles, por interferência pessoal da Senhora Marquesa de Cadaval.

Tenho a certeza de que muita gente ignora os pergaminhos que creditam Sintra ao mais alto nível. Olhem que estes não são fáceis de reclamar seja qual for a latitude... E, tal como tive o cuidado de afirmar, não se trata de lista exaustiva. Porque assim é, tremenda a responsabilidade actual no sentido de estar à altura de passado tão distinto.
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9 de junho de 2009
Festival de Sintra,
o palmarés


Comecei a frequentar o Festival de Sintra quando ele se iniciou, em 1957, ainda sob a forma de Jornadas Musicais. Lembro-me perfeitamente, não só de ter assistido ao primeiro evento, Ballet em Seteais com o grupo de Margarida d'Abreu, mas também, passados poucos dias, de ter vindo ao então Carlos Manuel para um concerto da Orquestra da Emissora Nacional dirigido por Pedro de Freitas Branco.

Na realidade, tive o enorme privilégio de meu pai, para além de pertencer a uma família de gente com belíssima preparação musical - ele e uma das minhas tias tinham feito o curso superior de violino e ainda outra sua irmã o de piano e harpa, o avô tocava excelentemente piano e a avó cantava - ser um frequentador de festivais cá e no estrangeiro que, desde muito cedo, me iniciou nesta vida.

Sintra, ia eu nos meus nove anos de calção, foi o meu primeiro festival e rampa de lançamento para, jovem adulto, ir à descoberta do que se passava em Salzburg, Luzern, Verona, Bayreuth, etc, onde me tenho perdido, encontrado e reencontrado com tudo o que conheço de melhor, ao nível da Beleza, da Música e da grande Arte em geral.

Claro que, a uma tal distância no tempo, embora tivesse algumas ressonâncias, não me recordava de pormenores dos programas mas, recentemente, no âmbito de um trabalho que me ocupou durante umas semanas, tive oportunidade de confirmar como, desde o início, houve a enorme preocupação de trazer a Sintra os melhores intérpretes, primeiramente a nível nacional e, pouco depois, nomeadamente devido à interferência da Senhora Marquesa de Cadaval, os melhores do Mundo.
Para que os mais interessados tenham uma ainda que pálida ideia acerca do fabuloso palmarés do Festival de Sintra, eis uma abreviada lista de intérpretes que, portanto, de modo algum, se poderá considerar exaustiva:

Piano

Aldo Ciccolini, Alexander Uninsky, Andre Tchaikovsky, Andrea Luchesini, Anna Tomasik, António Rosado, António Vitorino de Almeida, Artur Pizarro, Bruno Leonardo Gelber, Christopher Ross, Cristina Ortiz, Elena Bashkirowa, François René Duchable, Georges Pludermacher, Gleb Aksselrod, Gyorgy Cziffra, Grygory Sokolov, Helena de Sá e Costa, Helène Grimaud, Imogen Cooper, Jean-Yves Thibaudet, Julius Katchen, Katia Labèque, Leif Ove Andsness, Maria Antoinette Levèque de Freitas Branco, Maria João Pires, Marielle Labèque, Mário Laginha, Martha Argerich,Michael Beroff, Mikhail Rudy, Nella Maissa, Nelson Freire, Nikita Magaloff, Nicolai Lugansky, Olga Pratts, Paul Badura-Skoda, Pedro Burmester, Peter Donohe, Rafael Orozco, Robert Szidon, Sequeira Costa, Sérgio Varella Cid, Stephen Kovacevitch, Stanislav Bunin, Tania Ashot, Vladimir Krainev, Wilhelm von Grunellius, Yuri Egorov, Yuri Boukoff.

Violino

Alberto Lysy, Antonino David, Augustin Dumay, Christian Ferras, Eivind Aadland, Gerardo Ribeiro, Henri Mouton, Ygor Oistrakh, Yuri Gitlis, Jean-René Gravoin, Leonor de Sousa Prado, Max Rabinovitsj, Maxim Vengerov, Michel Chauveton, Régis Pasquier, Robert Gendré, Salvatore Accardo, Sandor Végh, Stoika Milanova, Thomas Zehetmair, Vadim Gluzman, Vasco Barbosa, Vasco Broco.

Maestros

Álvaro Cassuto, András Kórodin, Arild Remmereit, Camargo Guarnieri, Claudio Scimone, Daniel Stirn, David Zinman, Eduardo Fischer, Fernando Eldoro, Filipe de Sousa, Frederico de Freitas, Gerard Oskamp, Gianfranco Rivoli, Helmut Froschauer, Ivo Cruz, Jaime Silva, Joly Braga Santos, Jorge Matta, Lawrence Foster, Mario Benzecry, Michael Zilm, Michel Corboz, Paul Daniels, Paul Polivnick, Pedro de Freitas Branco, Pierre Colombo, Pierre Salzmann, Rudolph Barshai, Rudolph Schwarz, Shlomo Mintz, Silva Pereira.

Violoncelo

Amaryllis Fleming, André Navarra, António Meneses, Heinrich Schiff, Janos Starker, Karen Georgian, Ludwig Hoelscher, Madalena de Sá e Costa, Maria José Falcão, Mário Brunello, Mário Camerini, Maud Martin Tortelier, Maurice Eisenberg, Maurice Gendron, Mstislav Rostropovitch, Paul Tortelier, Pedro Corostola, Pierre Fournier, Truls Mork, Yvan Chiffoleau.

Clarinete

Artur Moreira, Ian Scott, Keith Puddy, Paul Meyer, Sabine Mayer.

Orquestras e Cojuntos de Música de Câmara

Academia de Instrumentistas da Emissora Nacional, Academia dos Instrumentistas de Música de Câmara, Orquestra Filarmónica de Budapeste, Conjunto de Instrumentistas de Sopro da Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, Conjunto de Música de Câmara de Lisboa, Coro de João Sebastião Bach, Endellion String Quartet, Ensemble Baroque de Paris, Ensemble Instrumental Andrée Colson, Ensemble Instrumental de France, Orquestra de Câmara da Comunidade Europeia, European Soloists Chamber Ensemble, Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, Israel Chamber Orchestra, Kammermusik di Napoli, New York Philarmonic Orchestra Soloists, Octeto da Orquestra Filarmónica de Berlin, Opus Ensemble, Orquestra de Câmara da Emissora Nacional de Radiodifusão, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica Nacional, Quarteto de Lisboa, Quarteto de Madrigalistas de Madrid, Quarteto de Sopros Amadeus, Trio Da Vinci, Trio Paganini, Trio Tortelier, Trio Wanderer, Orquestra Sinfónica de Zurique.


Como poderão verificar este é outro património de Sintra. O fiel depositário de tão brilhante memória é o Festival. Cada ano que passa, a sua organização vai dando prova de estar ou não à altura do passado que, para sempre, definiu os contornos de um sofisticado produto cultural.

Assim como, hoje mesmo, me foi possível apresentar-vos este rol de maravilha, também dentro de cinquenta anos haverá distanciamento bastante para perceber se as linhas de força actuais honram aquele passado. Naturalmente, sem pressas, a Música e o Tempo farão o seu trabalho.


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