4 de Agosto de 1782
Efeméride mozartiana
Casamento de Amadé e Constanze
É verdade. Depois de o pai ter torcido o nariz ao enlace, Wolfgang Amadeus Mozart e Constanze Weber receberam o santo sacramento do matrimónio na Catedral de Santo Estêvão em Viena, em cerimónia reservadíssima, com o detalhe que o compositor dá conta a Leopold, em carta que, três dias depois, lhe remete para Salzburg.
Apenas meia dúzia de pessoas testemunhando, todas comovidíssimas até às lágrimas, entre as quais a Baronesa von Waldstätten e o padrinho do noivo, Franz Xaver Wenzel Gilowsky von Urazowa, médico cirurgião em Vieon e seu amigo de infância.
Também é na carta em referência que o compositor se refere à Marcha KV. 408 – de introdução à “Serenata Haffner” acerca da qual partilhei efeméride há uns dias – bem como ao Singspiel “Die Entführung aus dem Serail”. Esta obra obtivera a mais entusiástica saudação de Christoph Willibald Gluck, ao ponto de ter sido ele próprio a solicitar nova récita! Aliás, de acordo com informação ainda colhida na carta em apreço, o mesmo Gluck com quem Mozart almoçaria no dia seguinte.
Eis uma amostra do que é uma récita pelas Marionetas de Salzburg. Para o efeito da «amostra», excerto da Abertura, Ária de Tenor Belmonte, Dueto Osmin and Belmonte, Osmin e Belmonte. Nesta gravação, datada de 1995, os solistas são: Konstanze: Maria Stader; Blonde : Rita Streich; Osmin : Josef Greindl; Belmonte : Ernst Hafliger; Selim Bassa : Peter Stanchina; Pedrillo: Martin Vantin. O Coro é o RIAS kammerchor e a orquestra também RIAS Symphonie Orchester.
http://youtu.be/zUS-_l8pJD4
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A propósito de uma foto da Mozarthaus de Viena, hoje mesmo partilhada pelo Prof. Jose Luis De Moura, passo a reproduzir o meu comentário:
Que se saiba até hoje, esta é, de facto, a última carta que Wolfgang escreveu a Constanze. Mas, atenção, caro Prof. José Luis De Moura, são linhas e linhas de uma longa carta, de grande excitação não só pelo sucesso que "Die Zauberflöte" estava a alcançar - nela se referindo ao serão passado com o seu amigo Salieri e a amante deste, a famosa cantora Cavalieri - mas também reflectindo preocupações acerca de uma boa escola para o seu filho Carl.
Nada, absolutamente nada na carta dá quaisquer indícios de que Mozart estivesse doente ou deprimido, apesar de que ficaria progressivamente fraco e febril à medida que continuava a compor o Requiem. Como tenho a carta à minha frente, passo a traduzir as últimas cinco linhas do manuscrito do qual foi extraída a citação objecto da foto da Mozarthaus de Viena:
"(...) Ontem perdi um dia inteiro indo até Bernstorf [na verdade, o que Mozart queria era referir-se a Perchtoldsdorf], justificação para a minha impossibilidade de te escrever -- mas é imperdoável que não me tivesses escrito durante dois dias; espero ter notícias tuas hoje e amanhã fico na expectativa de falarmos pessoalmente e de poder beijar-te com todo o meu amor. Adeus, teu para sempre, Mozart".
Como se verifica, até se trata de uma carta cheia de vitalidade, esta que ele escreve para Constanze, que passava uma temporada a banhos, em Baden, arredores de Viena. Nos primeiros dias de Dezembro, ficou parcialmente imobilizado mas nada que o impedisse de discutir aspectos da composição do Requiem com o aluno Süssmayr.
Agravando-se, então, o seu estado, acabaria por morrer às primeiras horas de uma segunda-feira, 5 de Dezembro de complicações decorrentes de uma patologia renal crónica, febre reumática e infecção estreptocócica. Já publiquei tudo quanto de não romantizado existe acerca dos últimos dias e horas de Mozart, incluindo o relatório dos médicos que o assistiram, como o Barão van Swietten preparou as cerimónias, como decorreram o velório na Capela da Cruz (Kreuzkapelle) da Catedral de Sto Estêvão bem como o funeral até ao Cemitério Central de St. Marx, a seis quilómetros de Viena.
E, ao contrário da balela da vala comum, etc, sabe-se perfeitamente que foi sepultado numa campa temporária, por dez anos, e até publiquei o epitáfio... Hoje, isso sim, éfeméride do casamento de Mozart com Constanze Weber.
Efeméride mozartiana
Casamento de Amadé e Constanze
É verdade. Depois de o pai ter torcido o nariz ao enlace, Wolfgang Amadeus Mozart e Constanze Weber receberam o santo sacramento do matrimónio na Catedral de Santo Estêvão em Viena, em cerimónia reservadíssima, com o detalhe que o compositor dá conta a Leopold, em carta que, três dias depois, lhe remete para Salzburg.
Apenas meia dúzia de pessoas testemunhando, todas comovidíssimas até às lágrimas, entre as quais a Baronesa von Waldstätten e o padrinho do noivo, Franz Xaver Wenzel Gilowsky von Urazowa, médico cirurgião em Vieon e seu amigo de infância.
Também é na carta em referência que o compositor se refere à Marcha KV. 408 – de introdução à “Serenata Haffner” acerca da qual partilhei efeméride há uns dias – bem como ao Singspiel “Die Entführung aus dem Serail”. Esta obra obtivera a mais entusiástica saudação de Christoph Willibald Gluck, ao ponto de ter sido ele próprio a solicitar nova récita! Aliás, de acordo com informação ainda colhida na carta em apreço, o mesmo Gluck com quem Mozart almoçaria no dia seguinte.
Eis uma amostra do que é uma récita pelas Marionetas de Salzburg. Para o efeito da «amostra», excerto da Abertura, Ária de Tenor Belmonte, Dueto Osmin and Belmonte, Osmin e Belmonte. Nesta gravação, datada de 1995, os solistas são: Konstanze: Maria Stader; Blonde : Rita Streich; Osmin : Josef Greindl; Belmonte : Ernst Hafliger; Selim Bassa : Peter Stanchina; Pedrillo: Martin Vantin. O Coro é o RIAS kammerchor e a orquestra também RIAS Symphonie Orchester.
http://youtu.be/zUS-_l8pJD4
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A propósito de uma foto da Mozarthaus de Viena, hoje mesmo partilhada pelo Prof. Jose Luis De Moura, passo a reproduzir o meu comentário:
Que se saiba até hoje, esta é, de facto, a última carta que Wolfgang escreveu a Constanze. Mas, atenção, caro Prof. José Luis De Moura, são linhas e linhas de uma longa carta, de grande excitação não só pelo sucesso que "Die Zauberflöte" estava a alcançar - nela se referindo ao serão passado com o seu amigo Salieri e a amante deste, a famosa cantora Cavalieri - mas também reflectindo preocupações acerca de uma boa escola para o seu filho Carl.
Nada, absolutamente nada na carta dá quaisquer indícios de que Mozart estivesse doente ou deprimido, apesar de que ficaria progressivamente fraco e febril à medida que continuava a compor o Requiem. Como tenho a carta à minha frente, passo a traduzir as últimas cinco linhas do manuscrito do qual foi extraída a citação objecto da foto da Mozarthaus de Viena:
"(...) Ontem perdi um dia inteiro indo até Bernstorf [na verdade, o que Mozart queria era referir-se a Perchtoldsdorf], justificação para a minha impossibilidade de te escrever -- mas é imperdoável que não me tivesses escrito durante dois dias; espero ter notícias tuas hoje e amanhã fico na expectativa de falarmos pessoalmente e de poder beijar-te com todo o meu amor. Adeus, teu para sempre, Mozart".
Como se verifica, até se trata de uma carta cheia de vitalidade, esta que ele escreve para Constanze, que passava uma temporada a banhos, em Baden, arredores de Viena. Nos primeiros dias de Dezembro, ficou parcialmente imobilizado mas nada que o impedisse de discutir aspectos da composição do Requiem com o aluno Süssmayr.
Agravando-se, então, o seu estado, acabaria por morrer às primeiras horas de uma segunda-feira, 5 de Dezembro de complicações decorrentes de uma patologia renal crónica, febre reumática e infecção estreptocócica. Já publiquei tudo quanto de não romantizado existe acerca dos últimos dias e horas de Mozart, incluindo o relatório dos médicos que o assistiram, como o Barão van Swietten preparou as cerimónias, como decorreram o velório na Capela da Cruz (Kreuzkapelle) da Catedral de Sto Estêvão bem como o funeral até ao Cemitério Central de St. Marx, a seis quilómetros de Viena.
E, ao contrário da balela da vala comum, etc, sabe-se perfeitamente que foi sepultado numa campa temporária, por dez anos, e até publiquei o epitáfio... Hoje, isso sim, éfeméride do casamento de Mozart com Constanze Weber.
Am 4. August 1782 heirateten Mozart und Constanze im Wiener Stephansdom. Die beiden waren die letzten neun Lebensjahre von Mozart verheiratet. In seinem letzten Brief am 14. Oktober 1791 verabschiedet sich Mozart von Constanze mit den Worten: "..., heute hoffe aber gewiß Nachricht von dir zu erhalten. und Morgen selbst mit dir zu sprechen, und dich von Herzen zu küssen. Lebe wohl Ewig dein Mozart"
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