Lisboa, Cais do Sodré,
Rua Nova do Carvalho No. 41 - 2º
Rua Nova do Carvalho No. 41 - 2º
Há mais de sessenta anos, o meu pai tinha escritório nesta rua. Ao contrário do que se escreve na notícia, esta não era uma artéria de prostitutas e marinheiros. Também havia, é verdade, as «meninas», os clientes das meninas, os bares e a fauna que com tais lugares e pessoas se relacionava.
Nas redondezas, muitas firmas de despachantes, de importações e exportações, como era a do meu pai, tinham os seus respeitáveis escritórios. Donos dos prédios, como aquele que pai alugava, eram respeitabilíssimos proprietários como o Almirante Sousa Uva e outros do mesmo estrato que, além do mas, também eram amigos da minha família.
Durante anos, milhares terão sido as vezes que subi e desci as escadas daquele prédio, Naturalmente, já adolescente, sabia perfeitamente da fama da zona. Mas foi, precisamente, naquelas imensas salas do 41 - 2º onde, por exemplo, aprendi as minhas primeiras noções de Inglês, Francês e Alemão comercial, com um distinto colaborador do pai, o Sr. Max Jendrix, distinto em todos os aspectos, desde as maneiras esmeradas até à melhor expressão das pragmáticas cartas através das quais se concretizavam os negócios naqueles idiomas.
Hoje, o que sei das imediações, é o inferno que me contam. Da Rua Nova do Carvalho e das vizinhas, não há quem silencie o barulho das noites, a impossibilidade do descanso, o horror do mais pérfido desassossego, que ali começa para desaguar na Rocha Conde de Óbidos... Veam, ouçam, leiam e confirmem através das reportagens publicadas em tudo quanto é meio da comunicação social...
Portuguesa, lisboeta, rua linda, das mais bonitas da Euopa, com putas e tudo, era «no meu tempo», no tempo em que o pai tinha o mais respeitável dos escritórios, com empregados e empregadas felizes, bem pagos, amigos da nossa casa e da nossa família. Amigos, sim, sem paternalismo de um lado nem servilismo do outro.
Sabem? Há sessenta, cinquenta, quarenta anos, também havia «disso». E o Cais-do-Sodré não era excepção...
Durante anos, milhares terão sido as vezes que subi e desci as escadas daquele prédio, Naturalmente, já adolescente, sabia perfeitamente da fama da zona. Mas foi, precisamente, naquelas imensas salas do 41 - 2º onde, por exemplo, aprendi as minhas primeiras noções de Inglês, Francês e Alemão comercial, com um distinto colaborador do pai, o Sr. Max Jendrix, distinto em todos os aspectos, desde as maneiras esmeradas até à melhor expressão das pragmáticas cartas através das quais se concretizavam os negócios naqueles idiomas.
Hoje, o que sei das imediações, é o inferno que me contam. Da Rua Nova do Carvalho e das vizinhas, não há quem silencie o barulho das noites, a impossibilidade do descanso, o horror do mais pérfido desassossego, que ali começa para desaguar na Rocha Conde de Óbidos... Veam, ouçam, leiam e confirmem através das reportagens publicadas em tudo quanto é meio da comunicação social...
Portuguesa, lisboeta, rua linda, das mais bonitas da Euopa, com putas e tudo, era «no meu tempo», no tempo em que o pai tinha o mais respeitável dos escritórios, com empregados e empregadas felizes, bem pagos, amigos da nossa casa e da nossa família. Amigos, sim, sem paternalismo de um lado nem servilismo do outro.
Sabem? Há sessenta, cinquenta, quarenta anos, também havia «disso». E o Cais-do-Sodré não era excepção...
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