Cantar Setembro
Odeceixe I
É, precisamente, entre Setembro e Novembro que 'mon coeur balance' entre o monte, no Alentejo profundo, isolado, genuíno, e o litoral vicentino de Odeceixe que, ultimamente, não pára de me decepcionar com sinais de abastardamento.
Andamos entre cá e lá. Neste momento, «cá» é a praia, casa mesmo em cima da falésia, praticamente sobre a areia, construção que, ponho em dúvida se, hoje-em-dia, alguém autorizaria... Viemos de «lá», há uma semana, atravessando os cento e sessenta quilómetros de distância e sempre no mesmo e único distrito, de Beja, que vai da fronteira até ao mar.
Mas Odeceixe, já é Faro, nada de confusões. É a Ribeira de Ceixe, aqui a escassos metros de casa, que separa Alentejo do Algarve. Temos este privilégio, é verdade e, como bem sabem, neste canto do fb, sem quaisquer fotos. Nem das casas, nem das pessoas, nem imagens das pessoas durante as viagens ou nas estadas. Tudo quanto é pessoal, só através da palavra.
Durante uns dias, partilharei algumas impressões sobre o que cá se passa. É Setembro. Nota-se. Conheço isto durante todo o ano e, portanto, sei-lhe as diferenças. Vai começar o Outono. Nota-se bem, mesmo neste 2015, em que tivemos um Agosto pouco afirmativo em relação ao padrão. Marmelos adiantadíssimos, medronhos a avermelhar. E os pingos de chuva, por exemplo, nesta tarde que, terminou gloriosa, amena, soalheira, com um banho ímpar, agitado, doce, a derrear todos os sentidos.
A terminar, uma indispensável referência musical. Naturalmente, "September Song", é um tema que tenho constantemente presente. É muito cultivado cá por casa, a Ana Maria também é adepta e até o canta bem. Ainda mal Setembro se insinua e logo a canção toma conta de nós. Foi composta por Kurt Weil a partir de um poema de Maxwell Anderson e, em 1938, introduzida por Walter Huston no musical da Broadway “Knickerbocker Holiday”.
Eis a letra completa. Entre parêntesis rectos o texto não cantado. A interpretação que vos proponho é a da inesquecível Lotte Lenya que, como sabem, foi mulher do compositor.
____________________
[When I was a young man courting the girls
I played me a waiting game
If a maid refused me with tossing curls
I'd let the old Earth make a couple of whirls
While I plied her with tears in lieu of pearls
And as time came around she came my way
As time came around, she came
When you meet with the young girls early in the Spring
You court them in song and rhyme
They answer with words and a clover ring
But if you could examine the goods they bring
They have little to offer but the songs they sing
And the plentiful waste of time of day
A plentiful waste of time]
____________________
Oh, it's a long, long while from May to December
But the days grow short when you reach September
When the autumn weather turns the leaves to flame
One hasn't got time for the waiting game
Oh, the days dwindle down to a precious few
September, November
And these few precious days I'll spend with you
These precious days I'll spend with you
Boa Audição!
Odeceixe I
É, precisamente, entre Setembro e Novembro que 'mon coeur balance' entre o monte, no Alentejo profundo, isolado, genuíno, e o litoral vicentino de Odeceixe que, ultimamente, não pára de me decepcionar com sinais de abastardamento.
Andamos entre cá e lá. Neste momento, «cá» é a praia, casa mesmo em cima da falésia, praticamente sobre a areia, construção que, ponho em dúvida se, hoje-em-dia, alguém autorizaria... Viemos de «lá», há uma semana, atravessando os cento e sessenta quilómetros de distância e sempre no mesmo e único distrito, de Beja, que vai da fronteira até ao mar.
Mas Odeceixe, já é Faro, nada de confusões. É a Ribeira de Ceixe, aqui a escassos metros de casa, que separa Alentejo do Algarve. Temos este privilégio, é verdade e, como bem sabem, neste canto do fb, sem quaisquer fotos. Nem das casas, nem das pessoas, nem imagens das pessoas durante as viagens ou nas estadas. Tudo quanto é pessoal, só através da palavra.
Durante uns dias, partilharei algumas impressões sobre o que cá se passa. É Setembro. Nota-se. Conheço isto durante todo o ano e, portanto, sei-lhe as diferenças. Vai começar o Outono. Nota-se bem, mesmo neste 2015, em que tivemos um Agosto pouco afirmativo em relação ao padrão. Marmelos adiantadíssimos, medronhos a avermelhar. E os pingos de chuva, por exemplo, nesta tarde que, terminou gloriosa, amena, soalheira, com um banho ímpar, agitado, doce, a derrear todos os sentidos.
A terminar, uma indispensável referência musical. Naturalmente, "September Song", é um tema que tenho constantemente presente. É muito cultivado cá por casa, a Ana Maria também é adepta e até o canta bem. Ainda mal Setembro se insinua e logo a canção toma conta de nós. Foi composta por Kurt Weil a partir de um poema de Maxwell Anderson e, em 1938, introduzida por Walter Huston no musical da Broadway “Knickerbocker Holiday”.
Eis a letra completa. Entre parêntesis rectos o texto não cantado. A interpretação que vos proponho é a da inesquecível Lotte Lenya que, como sabem, foi mulher do compositor.
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[When I was a young man courting the girls
I played me a waiting game
If a maid refused me with tossing curls
I'd let the old Earth make a couple of whirls
While I plied her with tears in lieu of pearls
And as time came around she came my way
As time came around, she came
When you meet with the young girls early in the Spring
You court them in song and rhyme
They answer with words and a clover ring
But if you could examine the goods they bring
They have little to offer but the songs they sing
And the plentiful waste of time of day
A plentiful waste of time]
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Oh, it's a long, long while from May to December
But the days grow short when you reach September
When the autumn weather turns the leaves to flame
One hasn't got time for the waiting game
Oh, the days dwindle down to a precious few
September, November
And these few precious days I'll spend with you
These precious days I'll spend with you
Boa Audição!
September Song composed by Kurt Weill Lyrics by Maxwell Anderson Sung by Lotte Lenya
youtube.com
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