[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 11 de setembro de 2015



Obviamente,
o seu tempo esgotou-se




No debate, que terminou há cerca de uma hora na RTP Informação, Catarina Martins «deu um baile» a Passos Coelho que, estou certo, ninguém teria previsto. Extremamente fluente, bem preparada, apresentando factos e números inequívocos, não teve adversário à altura. Constantemente incapaz de se «desenrolar» das contradições que a dirigente do Bloco de Esquerda lhe ia apontando, o ainda Primeiro-Ministro, que anteontem revelou patentes e releva...ntes fragilidades perante António Costa, hoje fez uma figura até mesmo algo confrangedora. Está muito diminuído, tenso, incapaz de uma nota de humor que não se confunda com indisfarçáveis esgares.
 
Este homem que teve a ousadia de afirmar ser capaz de «dar a volta» à situação que herdou, foi um Primeiro-Ministro sem brilho, capaz de impor ao povo um regime tão desumano de austeridade que nem a própria troika se atrevera no programa de resgate. Nesta aspecto, além da incapacidade e da incompetência em cumprir a promessa com que se apresentara ao eleitorado, o seu foi um governo de crueldade inusitada, de ataque aos mais fragilizados e de favorecimento dos que mais podem, de venda ao desbarato de empresas vitais, de ataque ao sector público, de autênticos roubos aos funcionários públicos, aposentados e reformados.

Chegou ao fim o seu tempo de mentiras encapotadas, de uma retórica de novo-rico suburbano, deslumbrado com factores de sucesso social e individual perfeitamente secundários, tão afins da denunciada 'economia que mata', na feliz expressão do Papa Francisco. Abre-se a porta da esperança de uma mudança que não precisa ser dramática para que o povo possa ter uma folga mínima, para que algum sorriso possa voltar à face dos que tantos sacrifícios aguentaram às mãos de quem demonstrou, durante quatro longos e tão penosos anos, não ter o mínimo gabarito para cuidar do bem estar das pessoas e de gerar riqueza para a nação.
 
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