[sempre de acordo com a antiga ortografia]

domingo, 20 de setembro de 2015



Sem alternativa


Prevejo que Tzipras não perderá a oportunidade de continuar a lutar em Bruxelas, e em todas as instâncias onde tal for necessário, por algumas das bandeiras essenciais à sobrevivência de um povo que, sucessivamente, o vai confirmando como o líder à altura das exigências do momento.

Impõe-se que o PS saiba capitalizar a victória hoje obtida nas eleições legislativas helénicas e, como futuro Primeiro-Mnistro, que António Costa deva já começar a preparar-se para... uma estratégia concertada com a dos governos dos designados PIGS, no sentido de protagonizar a sua quota-parte na renegociação da dívida que, nos termos das responsabilidades vigentes, todos reconhecem como impagável.

Se, isoladamente, nada conseguiriam, em conjunto, outro galo poderá cantar. E. aliás, como esta, há outras questões fundamentais à sobrevivência da ideia de uma União Europeia, com hipóteses de vingar, como entidade federal, que pressupõem uma intervenção articulada destes países periféricos em relação ao coração da Europa central, e, portanto, ao estratégico eixo Paris-Berlin.
 
A Tsypras, por um lado, com uma legitimidade agora tão manifestamente renovada e, por outro, a António Costa, com um lastro de esperança tão animador, depois das eleições de Outubro, na medida em que não estão comprometidos com as jogadas que minam e armadilham o futuro, só lhes resta assumir a condição de promotores de respeitáveis e essenciais pilares sobre os quais há-de sustentar-se a mudança que se impõe operacionalizar.

Alternativa? Não têm! Ou a dignidade de um projecto de salvação dos respectivos países, que coincide com a ideia da Europa legada pelos pais fundadores, ou o fim de um projecto que está cravado de obstáculos e contradições, de recuos civilizacionais e egoísmos - veja-se o caso dos refugiados - nada consentâneos com o projecto europeu com o qual sonhamos há centenas de anos.
 
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