[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 5 de outubro de 2015



Nada me espantaria


Muito até me agradaria que, na hipótese de o PR convidar Passos Coelho para formar governo, que PS, CDU e BE - por enquanto desconhecemos se outros partidos virão a ter assento parlamentar na sequência do acto eleitoral do próximo domingo - votassem contra o programa do governo.

Se tal viesse a acontecer, e, por essa via, derrotada a possibilidade de vingar a solução querida de Cavaco, manter-se-ia esse abortado governo em gestão, até Março / Abril de 2016, altura em que que o futuro Presidente da República pudesse marcar nova data para realização de eleições legislativas.

Lembro-me perfeitamente de algo de coincidente ter sucedido, em 1978, com o governo Nobre da Costa. Com o Programa inviabilizado no Parlamento, manteve-se em gestão entre Agosto e Novembro daquele ano, até que o IV Governo constitucional, liderado por Mota Pinto tomasse posse.
 
Se o actual PR não tiver o discernimento bastante para evitar tal cenário, teremos de aguentar cerca de meio ano, ainda aturando estes incapazes disfarçados de estadistas. Entretanto, perante a falência das propostas de continuidade advogadas pela PàF, os partidos desenhariam a futura e mais conveniente estratégia de governação, necessária, natural e nitidamente à esquerda.
 
Se a clarificação exigir um percurso que tal, pois tudo será preferível a este marasmo de águas podres em que a coligação de direita mantém e pretende prosseguir, ainda mais agravando, a actual situação. Este desgraçado período de governação Passos Coelho, apenas teve como positiva consequência a «vacina» contra as soluções de cruel austeridade que concretizou. Bastou!



 

Sem comentários: