16 de Novembro de 1922
Nascimento de José Saramago
[publicado no facebook em 16.11.2015]
No dia do seu aniversário, podendo lembrá-lo de mil e uma formas, permitirão que o articule com Sintra e, nesse contexto, reproduzindo excertos de textos que escreveu acerca de uma das nossas mais queridas casas.
Sintra,
a Pena,
na pena de Saramago
Como tantas vezes faço, ao falar da Pena, também desta vez, darei a palavra a Saramago. É do seu livro "Viagem a Portugal" que extraio as seguintes passagens sugeridas por esta impositiva foto da Porta do Tritão:
[…] Explicar o Palácio da Pena é aventura em que o viajante não se meterá. Já não é pequeno trabalho vê-lo, aguentar o choque desta confusão de estilos, passar em dez passos para o manuelino, do mudéjar para o neoclássico, e de tudo isto para invenções com poucos pés e nenhuma cabeça.
Mas o que não se pode negar é que, visto de longe, o palácio apresenta uma aparência de unidade arquitectónica invulgar, que provavelmente lhe virá muito mais da sua perfeita integração na paisagem do que da relação das suas próprias massas entre si. […]
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Entre citações, permitam que, por exemplo, lembre muitas acções de formação, no domínio das técnicas de Animação da Leitura, que promovi na minha qualidade de Técnico do Ministério da Educação, dirigidas a professores dos diferentes níveis de ensino, durante as quais, entre outros, me socorri deste texto de Saramago.
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[…] A torre briga claramente com o grande torreão cilíndrico do outro extremo, e este pertence a família diferente dos mais pequenos torreões oitavados que ladeiam a Porta do Tritão. Grandeza e unidade têm-na os fortíssimos arcos que amparam os terraços superiores e as galerias.
Aqui encontraria o viajante uma sugestão para Gaudi se não fosse mais exacto terem bebido nas mesmas fontes exóticas o grande arquitecto catalão e o engenheiro militar alemão Von Eschwege, que veio à Pena por mando doutro alemão, D. Fernando de Saxe-Coburgo Gotha, dar corpo a delírios românticos muito do gosto germânico. É porém verdade que sem o Palácio da Pena a serra de Sintra não seria o que é. […]
a Pena,
na pena de Saramago
Como tantas vezes faço, ao falar da Pena, também desta vez, darei a palavra a Saramago. É do seu livro "Viagem a Portugal" que extraio as seguintes passagens sugeridas por esta impositiva foto da Porta do Tritão:
[…] Explicar o Palácio da Pena é aventura em que o viajante não se meterá. Já não é pequeno trabalho vê-lo, aguentar o choque desta confusão de estilos, passar em dez passos para o manuelino, do mudéjar para o neoclássico, e de tudo isto para invenções com poucos pés e nenhuma cabeça.
Mas o que não se pode negar é que, visto de longe, o palácio apresenta uma aparência de unidade arquitectónica invulgar, que provavelmente lhe virá muito mais da sua perfeita integração na paisagem do que da relação das suas próprias massas entre si. […]
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Entre citações, permitam que, por exemplo, lembre muitas acções de formação, no domínio das técnicas de Animação da Leitura, que promovi na minha qualidade de Técnico do Ministério da Educação, dirigidas a professores dos diferentes níveis de ensino, durante as quais, entre outros, me socorri deste texto de Saramago.
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[…] A torre briga claramente com o grande torreão cilíndrico do outro extremo, e este pertence a família diferente dos mais pequenos torreões oitavados que ladeiam a Porta do Tritão. Grandeza e unidade têm-na os fortíssimos arcos que amparam os terraços superiores e as galerias.
Aqui encontraria o viajante uma sugestão para Gaudi se não fosse mais exacto terem bebido nas mesmas fontes exóticas o grande arquitecto catalão e o engenheiro militar alemão Von Eschwege, que veio à Pena por mando doutro alemão, D. Fernando de Saxe-Coburgo Gotha, dar corpo a delírios românticos muito do gosto germânico. É porém verdade que sem o Palácio da Pena a serra de Sintra não seria o que é. […]
O Pórtico do Tritão é um dos mais enigmáticos elementos arquitetónicos do Palácio da Pena. Denominado “Pórtico Alegórico da criação do Mundo” logo no século XIX..., dele destaca-se o Tritão, um monstro mitológico meio homem, meio peixe. A descodificação deste pórtico tem dado origem a diversas teorias, muitas delas sem fundamento. Muito provavelmente D. Fernando procedeu, na conceção deste pórtico, do mesmo modo que em relação a quase todas as artes decorativas no Palácio da Pena: recuperou elementos da cultura portuguesa. Há duas possíveis origens para este Tritão, ambas literárias: uma é a obra de Damião de Góis de 1554, na qual é mencionado um Tritão que tinha sido avistado a cantar com uma concha numa praia perto de Colares; bem como a de Luís de Camões, que menciona um Tritão no Canto IV dos Lusíadas.
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