[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 17 de novembro de 2015




16 de Novembro de 1895
Nascimento de Paul Hindemith
 

 [Hanau, Hesse, 16 de novembro de 1895
– Frankfurt am Main, 28 de dezembro de 1963]
 
 
[publicado no facebook em 16.11.2015]
 
O meu pai tinha sempre na ponta da língia o caso de Himdemith quando, a propósito de boa música erudita contemporânea, queria dar o exemplo de um compositor original, com muito boa «oficina» a nível de orquestração e que não fizera rupturas com soluções do passado recente e longínquo e que, pelo contrário, se apresentava numa linha de continuidade do legado cultural de que era herdeiro.

Se foi com o meu pai que me deu a entender estas linhas de força, também foi ele que me ensinou ter sido a partir de Salzburg que Hindemith conheceu a notoriedade mundial. Recorrendo já a notas recentes, lembrarei que, de facto, em 1922, algumas das suas peças foram ouvidas no Festival da International Society for Contemporary Music em Salzburgo, conquistando a notoriedade que a qualidade da sua obra teria de suscitar.

Posteriormente colaborou com vários compositores tão marcantes para a História da Música Contemporânea como os da designada Segunda Escola de Viena, Anton Webern e Arnold Schoenberg, tendo feito várias digressões pelos Estados Unidos da América, no final da década de 1930, também como violinista.

O III Reich considerou a obra de Hindemith incluída na «música degenerada». Emigrou para os estados Unidos em 1940, tornou-se cidadão americano, leccionou em Yale onde contou com notáveis discípulos e regressou à Europa, em 1953, tendo-se fixado em Zurique e exercido actividade docente na Universidade local.

Ainda com referência a meu pai, e lembrando tudo quanto devo ao seu «magistério» em nossa casa e no seu escritório, gostaria de partilhar convosco a obra que mais tinha presente, com a qual exemplificava o apreço pelo grande compositor. Trata-se da Sinfonia Mathis der Maler, peça datada de 1934, em três andamentos que correspondem a quadros de Matías Grünewald (1460 - 1528), a saber, 1. Concerto Angélico, 2. Enterro de Cristo e 3. Tentação de Santo António.

Convém ter em consideração que não se trata de um poema sinfónico nem de três pequenos poemas sinfónicos já que não se insere na categoria de música programática, muito mais resultando de impressões suscitadas pela observação das obras pictóricas.

Na gravação que vos proponho, datada de 2010, Herbert Blomstedt dirige a Gustav Mahler Jugendorchester.

Boa Audição!
 
 
 
 
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