[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 17 de novembro de 2015


Testemunho de uma ex-aluna

Maria João Baptista 
para 
João De Oliveira Cachado


[publicado no facebook em 16.11.2015]
Todas as vezes k me lembro de si (e olhe k são bastantes) vem-me inevitavelmente à memória a frase "As palavras são como as cerejas". O contrário tb faz jus á regra, fala-se de cerejas e lá me salta a frase recorrente vinda numa lembrança misturada com aulas de janela aberta e cigarros, poesia de Eros mesmo de Passagem, gerações entusiastas e alguns bons amigos k me ficaram para a vida, passeios a divagar sabedoria numa Sintra húmida e verde, isenção a quem fosse à Feira do Livro, o truque de beber Arábica Timor, a ternura da sua capacidade de beijar a mão à Condessa do Cadaval e palitar os dentes com o Sr Luciano, prazer de ensinar e prazer de aprender. E assim andei estes anos todos à espera de um sorriso do destino k me permitisse fazer mais uma apanha. E finalmente hoje foi Maio. Dou por mim feliz a sorrir e a pensar k foi mesmo isso k aprendi consigo: Maio há-de sempre acontecer e pode durar o ano todo.

 Obrigada.


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Este testemunho é outro alvará da minha condição de professor. Fico muito comovido, Maria João Baptista! A colheita outonal de tão bonitas 'cerejas', nesta altura da minha vida, transforma o privilegiado mestre que eu já era num cada vez mais pobre, desarmado, sofrido instrumento de partilha das importantes e nobres coisas da vida. Que reponsabilidade me lembra! Que lucidez me pede! Radicalmente perturbado, eis como me deixa. Bem haja!
 

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