4 de Dezembro,
Francisco Sá Carneiro,
a minha prejudicada memória
Francisco Sá Carneiro,
a minha prejudicada memória
[publicado no facebook em 5.12.2015]
"Se a situação (Snu Abecassis) for considerada incompatível com as minhas funções, escolherei a mulher que amo." [Francisco Sá Carneiro, Correspondência, 1977]
Nos últimos dias, nas últimas horas da sua vida antes de entrar no Cessna, o mesmo homem, que escreveu estas palavras tão bonitas, destilou veneno contra António Ramalho Eanes, cuja candidatura à Presidência da República se opunha à de Soares Carneiro, apoiada pelo então Presidente do PPD e Primeiro Ministro.
Quem, como eu, achou que não foi bonito de ver e ouvir, ficou com uma memória prejudicada do homem corajoso, do democrata a quem o país não deixa de dever serviços inestimáveis, inclusive, antes do 25 de Abril, enquanto deputado da designada 'Ala Liberal' da Assembleia Nacional do regime fascista.
Francisco Sá Carneiro era um homem muito interessante. Se assim não fosse jamais teria havido «caso» com a mulher absolutamente fascinante que era Snu Abecassis, uma ligação de amor acerca da qual há esplêndidos testemunhos de quantos com eles privaram na altura, tais como, por exemplo, o Prof. António Damásio e Natália Correia.
Não posso deixar de lembrar que ele foi não um dos mas «o» mentor da ideia de que o Partido Comunista, e todos quantos com ele pudessem estar relacionados, eram proscritos que não tinham lugar na Democracia em construção, passados que, então, apenas eram seis anos depois de 25 de Abril.
Esta, aliás, como tão bem temos presente, a ideia aos quatro ventos propalada por Coelho, Portas e deputados do PPD e CDS, segundo a qual o actual XXI Governo Constitucional é ilegítimo, ideia que radica na circunstância de António Costa ter tido o supremo topete de considerar que os votos dos eleitores do PCP, BE, PEV são tão democraticamente válidos como os demais.
Há um documento notável que ilustra quanto venho escrevendo nas linhas supra e que, além disso, também sustenta o grande projecto de FSC de liderar uma maioria parlamentar, de ser o Chefe do Governo gerado por essa maioria e de se articular com um PR de sua inequívoca preferência, ou seja, um Governo, uma maioria, um Presidente. Aí está o documento, a última declaração política gravada por Sá Carneiro.
Quem, como eu, achou que não foi bonito de ver e ouvir, ficou com uma memória prejudicada do homem corajoso, do democrata a quem o país não deixa de dever serviços inestimáveis, inclusive, antes do 25 de Abril, enquanto deputado da designada 'Ala Liberal' da Assembleia Nacional do regime fascista.
Francisco Sá Carneiro era um homem muito interessante. Se assim não fosse jamais teria havido «caso» com a mulher absolutamente fascinante que era Snu Abecassis, uma ligação de amor acerca da qual há esplêndidos testemunhos de quantos com eles privaram na altura, tais como, por exemplo, o Prof. António Damásio e Natália Correia.
Não posso deixar de lembrar que ele foi não um dos mas «o» mentor da ideia de que o Partido Comunista, e todos quantos com ele pudessem estar relacionados, eram proscritos que não tinham lugar na Democracia em construção, passados que, então, apenas eram seis anos depois de 25 de Abril.
Esta, aliás, como tão bem temos presente, a ideia aos quatro ventos propalada por Coelho, Portas e deputados do PPD e CDS, segundo a qual o actual XXI Governo Constitucional é ilegítimo, ideia que radica na circunstância de António Costa ter tido o supremo topete de considerar que os votos dos eleitores do PCP, BE, PEV são tão democraticamente válidos como os demais.
Há um documento notável que ilustra quanto venho escrevendo nas linhas supra e que, além disso, também sustenta o grande projecto de FSC de liderar uma maioria parlamentar, de ser o Chefe do Governo gerado por essa maioria e de se articular com um PR de sua inequívoca preferência, ou seja, um Governo, uma maioria, um Presidente. Aí está o documento, a última declaração política gravada por Sá Carneiro.
Último tempo de antena de Francisco Sá Carneiro 4 de Dezembro de 1980.
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