Efeméride mozartiana [III]
6 de Dezembro de 1786
Composição da Sinfonia No. 38
Composição da Sinfonia No. 38
Esta "Sinfonia em Ré Maior, Praga", KV. 504 está datada de 6 de Dezembro de 1786, ou seja, mais de três anos depois de ter composto a precedente, a No. 36, em Dó Maior Linz, KV 425. Como se verifica, saltou a numeração porque se veio a concluir que a No. 37, em Sol Maior KV. 444/425ª era obra de Michael Haydn (irmão de Joseph Haydn) à qual Mozart apenas fizera uma introdução.
Foi estreada em Praga, em 19 de Janeiro de 1787, na mesma altura em que a ópera "As Bodas de Fígaro" gozava de sucesso estrondoso. Orquestrada para 2 flautas, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, tímbales e cordas, a sinfonia está estruturada em três andamentos, o primeiro dos quais 'Adagio-Allegro', com uma introdução grandiosa, de ambiente grave e trágico, a lembrar a Abertura de “Don Giovanni”, numa tensão dramática que o ‘Allegro’ vem resolver em clima luminoso.
Seguidamente, o 'Andante', em Sol Maior. Mais uma vez, aquela gama de cores que nos permite viajar entre o sorriso e a lágrima, a sofisticada ironia, sempre a polaridade mozartiana. E, terminando, 'Finale: Presto'. O espírito reinante é o de "As Bodas de Fígaro", bem evidente no motivo dos violinos, no dueto Susana-Cherubino quando este salta pela janela no II Acto. Contudo, novamente, um grande contraste, com o trágico mozartiano irrompendo no desenvolvimento, alternando entre tensão e calma para finalizar exuberantemente.
Mozart está na plenitude da sua mestria como sinfonista. Trata-se de uma obra extremamente equilibrada, numa ideal harmonia de proporções. Passados dois anos, seguir-se-ia a grande tríade das últimas sinfonias junto das quais esta No. 38 bem pode figurar ao mesmo nível de inspiração genial.
E a interpretação que vos trago é de referência maior, Filarmónica de Berlin sob a direcção de Karl Böhm. Para os meus amigos, só o melhor!
Boa Audição!
Foi estreada em Praga, em 19 de Janeiro de 1787, na mesma altura em que a ópera "As Bodas de Fígaro" gozava de sucesso estrondoso. Orquestrada para 2 flautas, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas, tímbales e cordas, a sinfonia está estruturada em três andamentos, o primeiro dos quais 'Adagio-Allegro', com uma introdução grandiosa, de ambiente grave e trágico, a lembrar a Abertura de “Don Giovanni”, numa tensão dramática que o ‘Allegro’ vem resolver em clima luminoso.
Seguidamente, o 'Andante', em Sol Maior. Mais uma vez, aquela gama de cores que nos permite viajar entre o sorriso e a lágrima, a sofisticada ironia, sempre a polaridade mozartiana. E, terminando, 'Finale: Presto'. O espírito reinante é o de "As Bodas de Fígaro", bem evidente no motivo dos violinos, no dueto Susana-Cherubino quando este salta pela janela no II Acto. Contudo, novamente, um grande contraste, com o trágico mozartiano irrompendo no desenvolvimento, alternando entre tensão e calma para finalizar exuberantemente.
Mozart está na plenitude da sua mestria como sinfonista. Trata-se de uma obra extremamente equilibrada, numa ideal harmonia de proporções. Passados dois anos, seguir-se-ia a grande tríade das últimas sinfonias junto das quais esta No. 38 bem pode figurar ao mesmo nível de inspiração genial.
E a interpretação que vos trago é de referência maior, Filarmónica de Berlin sob a direcção de Karl Böhm. Para os meus amigos, só o melhor!
Boa Audição!
Wolfgang Amadeus Mozart Symphony n°38 K.504 "Prague" I. Adagio - Allegro 0:00 II. Andante 10:22 III. Presto 18:56 Berliner Philharmoniker Karl Böhm…
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