[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 8 de dezembro de 2015




Harnoncourt

[publicado no facebook em 7.12.2015]
 
 
 
Hoje, no seu mural do facebook, o Prof. Jose Luis De Moura [José Luís Carneiro de Moura] partilha connosco a sua gratidão a Johannes Nicolaus, Conde de la Fontaine und d’Harnoncourt-Unverzagt, ou seja, o maestro Nikolaus Harnoncourt, nascido em Berlin, aos 6 de Dezembro de 1929, cujo aniversário, portanto, ontem se celebrou.
 
Gesto muto bonito aquele que eu secundo, fazendo-o muito comovidamente. Há muitos anos, não há temporada anual em Salzburg em que não assist...a a vários concertos sinfónicos, coral-sinfónicos e récitas de ópera por ele dirigidos, nomeadamente, durante a Mozartwoche, o festival de Inverno organizado pela Stiftung Mozarteum Salzburg - Fundação de que sou membro - e de lá tendo-me habituado a enviar-vos as minhas impressões.
 
Também eu lhe devo inesquecíveis eventos musicais, alguns dos quais referidos nesses meus textos, escritos a partir de Salzburg, que, durante 6 anos, também foram publicados no 'Jornal de Sintra'. Entre os muitos parágrafos de prosa sobre o querido maestro, tive oportunidade de chamar a atenção, em diversas ocasiões, para um discurso absolutamente notável que, na sua qualidade de artista convidado par todo ano jubilar, ele proferiu na cerimónia em que, oficialmente, a Áustria assinalava o 250º aniversário de Mozart, a meio da manhã do dia 27 de Janeiro de 2006.

Ao longo de tantos e seguidos anos, muitos discursos tenho ouvido a Harnoncourt. Em pleno palco do Grosses Festspielhaus, prestes a começar a dirigir determinada peça, o Maestro não resiste. Pega num microfone e dirige-se ao público que, encantado, o ouve durante os mais ou menos longos minutos que lhe apeteça para abordar determinados aspectos afins da obra.

Claro que o faz de improviso. Mas, naquele célebre 27 de Janeiro de 2006, o discurso era formal, perante as mais altas individualidades nacionais e internacionais, com palavras medidas se bem que muito corajosas em certas denúncias. Já de seguida verificarão como não há o mínimo exagero nesta minha introdução.

Religiosamente, guardo o opúsculo que a SMS publicou para a ocasião em que fui um dos poucos e privilegiados espectadores na Grosse Saal do Mozarteum. Das três línguas em que está impresso, partilhá-lo-ei em Inglês, aproveitando a publicação em que enquadro este post.

Como logo verificarão, as palavras são indissociáveis da Sinfonia No. 40 em Sol menor de Mozart. Eis que vo-la apresento, não com a Wiener Philharmoniker, tal como na ocasião, mas numa interpretação da Orquestra de Câmara da Europa, naturalmente, sob direcção de Harnoncourt.


Boa leitura!
Boa Audição!


https://youtu.be/2HbMzu1aQW8
 


 
On my desk this week is the Mozart Requiem, a piece I’m coming back to for the first time since 2002. I can scarcely think of a piece by any composer that affects me the way this one does. It is not easy music to study- it is as terrifying, as personal and as painful as music, or any other part of t…
kennethwoods
 
 
 

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