[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 2 de janeiro de 2016



Basílio Horta a acertar


[publicado no facebook em 31.12.2015]


Basílio Horta, Presidente da Câmara Municipal de Sintra, não poderia deixar de estar presente no meu mural neste 31 de Dezembro. Se há alguém em quem todos os dias penso, ele é sem dúvida uma dessa pessoas. Quero-o aqui, na primeira linha, não para celebrar aquilo que de mais positivo fez no último ano mas, caso curioso, para lembrar aquilo que decidiu não fazer.

À guisa da recordação de antecedentes, deixar-me-ão lembrar que, ao seu antecessor e meu amigo Fer Fernando Roboredo Seara, disse eu algumas vezes, e até escrevi acerca desses assuntos, que, em Sintra, muitas vezes seria recordado, por projectos que tinham merecido o seu empenho e compromisso de concretização,preenchido parangonas de jornais, durante semanas, meses sucessivos, sem que, afinal, fossem concretizados.

Seara não concretizou o famigerado projecto da Sintralândia. Lembram-se? Prometia milhares e milhares de postos de trabalho, ali para os lados da Base Aérea da Granja, liquidava trezentos hectares de terrenos de Reserva Ecológica Nacional e, na melhor das hipóteses, servia para branquear dinheiros de duvidosa procedência. Em boa, em belíssima hora, não foi concretizado. Serara, sensato, não patrocinou.
 
Era para adquirir a Quinta do Relógio e arrepiou caminho. O investimento era incomportável para os cofres da autarquia. Só as obras de recuperação de uma casa totalmente descaracterizada orçavam um valor praticamente idêntico ao do preço de aquisição. Pois, muito bem, se fosse bom negócio, os privados que o fizessem. Era para fazer a cidade do cinema em terrenos de uma freguesia de perfil rural... Anunciou que faria e o melhor que podia acontecer, aconteceu. Deu o dito por não dito. Que bom para todos!...

Agora, Basílio Horta. Não fez o Netto. Inicialmente, exerceu o direito de preferênciancia que assistia à autarquia e, desse modo, impediria a Parques de Sintra de concretizar um projecto de recuperação daquela unidade hoteleira, que estava totalmente estudado e mesmo financiado. Entretanto, meses e meses passados, acaba percebendo que outra devia ser a solução
para melhor defesa dos interesses dos munícipes. Pois, muito bem. Ainda é um processo não encerrado mas a caminho de um desfecho interessante.


Também muito recentemente, tal como a Câmara insistiu em referir, deixou cair a «ideia» do teleférico. Não o 'projecto' do teleférico mas a ideia do teleférico. Porque, pura e simplesmente, 'projecto' de teleférico nunca houve. Era apenas uma ideia que foi posta a circular. Tendo verificado que, muito provavelmente, os mentores de tal «ideia» estariam algo enganados nas suas premissas, o Presidente Basílio Horta decidiu não avançar.

Se vos referir que, para mim, esta é uma das melhores decisões do actual Presidente, não escondo o meu grande entusiasmo. Este meu estado de espírito é tanto mais potenciado quanto, no domínio do transporte público de perfil turístico, se articula com o objectivo, inequívoco e confirmado, para levar a efeito até ao fim do mandato, ou seja, Setembro de 2017, do prolongamento da linha do eléctrico, numa primeira fase, até à estação terminal da CP.

Só de saber, «preto no branco», que o teleférico não se faz, a tranquilidade invadiu este meu pequeno escritório. O meu apreço por Basílio Horta cresceu desmesuradamente e, em simultâneo, confirmo a estupenda lucidez do aforismo nos termos do qual " os homens inteligentes mudam de opinião, os burros, não"...

Por estas e por outras, daqui a pouco mais de uma hora, ao bater a meia noite, hei-de beber à saúde de Basílio Horta, pelo seu sucesso em 2016. Porque, se o tiver, certamente, Sintra não estará alheia desse êxito.

 

 
 


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