[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016




David Bowie,
a quanto obrigas...
 
 
[publicado no facebook em 11.01.2016]
 
 
Há uns minutos, em conversa com um meu conhecido, confrontei-o com uma atitude algo contraditória com a opinião que, acerca de David Bowie, lhe conheço há muitos anos. Hoje, no seu mural do facebook, ao deparar com um inequívoco elogio ao rocker, não resisti e telefonei-lhe. A que se deveria a mudança?
 
Com menos vinte anos do que eu - ou seja, a mesma diferença de idade em relação a DB... - a tal pessoa, cujos filhos, jovens adultos, idolatram o falecido, confessou-me ter-se sentido constrangido a escrever umas palavras elogiosas porque jamais teve coragem de dizer aos rapazes que, de facto, o músico nunca o tinha entusiasmado por aí além...

E, mais, ainda acrescentou que um seu cunhado tinha feito mais ou menos a mesma coisa em relação aos sobrinhos, e, portanto, ao contrário do que demonstraria a minha perplexidade, até poderia eu concluir que ele não era caso único... Mas, perguntei eu, que dificuldade pode haver em declarar uma opinião contrária?

Dificuldade, respondeu-me, só há quando é contra o main stream... Porquê, para quê, arriscar que alguém fique com a impressão de que se está «desactualizado»? E, ainda por cima, com os próprios filhos, que só têm a maior vantagem em considerarem os pais como uns tipos «arejados», sem teias de aranha?

Parece evidente haver quem tenha muita dificuldade em manifestar opinião sincera acerca das mais diversas matérias. Que isso aconteça em família, entre pai e filhos que, ao fim e ao cabo, por estas e por outras, tão bem manifestam como não se conhecem, é algo que, na realidade, me deixa perfeitamente perplexo.

Sinal dos tempos?
 
 
 
 

Sem comentários: