[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016



Palácio da Vila
- Intervenção na emblemática

  zona das chaminés

[publicado no facebook em 04.02.2016]


Já dei os parabéns ao Conselho de Administração da Parques de Sintra e também à Dra. Inês Ferrro, Directora dos Palácios nacionais de Sintra e de Queluz, pela decisão relativa às obras de recuperação deste segmento tão interessante e quase mítico do riquíssimo património cultural edificado local.

A propósito, como não lembrar a célebre opinião do Cruges:

"(...) este maciço e silencioso palácio, sem florões e sem torres, patriarcalmente assentado entre o casario da vila, com as suas belas janelas manuelinas que lhe fazem um nobre semblante real, o vale aos pés, frondoso e fresco, e no alto as duas chaminés colossais, disformes, resumindo tudo, como se essa residência fosse toda ela uma cozinha talhada às proporções de uma gula de rei que cada dia come todo um reino."

[Eça de Queiroz, José Maria, "Os Maias", Cap. VIII, pag. 224, Lisboa, Livros do Brasil, ed.]

Muito naturalmente, não podendo deixar passar a oportunidade para o meu habitual sublinhado quanto ao destino das verbas resultantes da bilheteira. Abençoada despesa de uma empresa que assim investe ! Que importante lição para o todo nacional ! Ah, como seria gratificante se, em Sintra, tudo pudesse suceder com esta altíssima qualidade de defesa dos interesses locais e nacionais !

Ainda de referir, razão porque passo a citar, algumas considerações pertinentes com que a Parques de Sintra faz o enquadramento desta importante intervenção:

"(...) A obra tem como principal objetivo minimizar as anomalias específicas do revestimento de azulejo que cobre paredes, vãos, fogões e fornos, rebocos e outros elementos e conta com um investimento de cerca de 35.000 Euros.

A intervenção pretende garantir a estabilidade do revestimento azulejar, assim como a sua integridade física e aspeto visual, assegurando a boa conservação do espaço. Os trabalhos abrangem também o tratamento de outros materiais (cerâmicos não vidrados, pedra e elementos metálicos, e rebocos caiados) que se encontram em contacto direto com os azulejos e que podem ser causadores de efeitos nefastos sobre os mesmos. (...)

(...) A cozinha, que se ergue do lado nascente do Palácio Nacional de Sintra, foi edificada no âmbito das grandes transformações e alargamentos do Palácio que datam do período de reinado de D. João I (1385-1433), realizadas no primeiro quartel do século XV, e atribuídas ao mestre de pedraria João Garcia de Toledo.

Célebre pelas suas duplas chaminés monumentais, de 33 metros de altura cada, a cozinha foi dimensionada para grandes banquetes de caça. No interior, destacam-se as diversas fornalhas e dois grandes fornos, para além de uma estufa e um trem de cozinha em cobre estanhado, constituído por marmitas, peixeiras, panelas, tachos, caçarolas e frigideiras.

O revestimento das paredes em azulejo branco (finais do século XIX), que cobre praticamente todas as superfícies das cozinhas até aproximadamente 4,30 metros de altura, será contemporâneo da composição com as armas reais de Portugal e de Saboia aqui colocada nos finais do séc. XIX, pertencente à rainha Dona Maria Pia, a última soberana a habitar o Palácio.

Prevê-se que a obra esteja terminada durante o primeiro semestre de 2016."
Estamos a recuperar a cozinha do Palácio Nacional de Sintra, um dos espaços mais emblemáticos do monumento, onde se encontram as duas chaminés cónicas que marcam o perfil da vila de Sintra. A obra tem como principal objetivo minimizar as anomalias específicas do revestimento de azulejo que cobre paredes, vãos, fogões e fornos, rebocos e outros elementos.

Leia mais em: http://www.parquesdesintra.pt/…/cozinha-do-palacio-naciona…/
 
 
Cozinha do Palácio Nacional de Sintra está a ser recuperada 3 Fevereiro , 2016 ©PSML – Wilson Pereira A cozinha do Palácio Nacional de Sintra está a ser…
parquesdesintra.PT
 
 
 
 
 
 

Sem comentários: