[sempre de acordo com a antiga ortografia]

domingo, 20 de março de 2016



Catedral de Salzburg
- ‘Hoforgel’, «o órgão de Mozart»
 
[publicado no facebook em 13.03.2016]
 
 
 
Na zona do transepto, a Catedral de Salzburg conta com quatro estupendos órgãos análogos ao da foto. Este, instalado a sudoeste, tem a especial particularidade de ter sido o instrumento que Mozart tocava enquanto esteve ao serviço do Príncipe -Arcebispo. Tocava e tocou, até 1781, o ano em que se incompatibilizou com o famoso prelado Hieronymus Franz de Paula Josef, ou seja, o também Conde Colloredo von Wallsee und Mels.
 
Praticamente todos os domingos, há muitos anos a esta parte, depois da Missa das 10,00 horas, este mesmo órgão se faz ouvir, tanto a solo como no acompanhamento de peças vocais e/ou em conjunto com outros instrumentos de sopro e de cordas.
 
A Catedral de Salzburg, além destes quatro, ainda dispõe do grande órgão que, instalado no coro alto, é aquela fabulosa máquina cujo som os melómanos levam na memória se, de facto, assistirem às missas e aos finais do culto em cada domingo da an0 e aos grandes pontificais das festas doi calendário litúrgico. Portanto um conjunto de cinco peças do maior interesse.
 
Mas, meus amigos, já não sei quantas vezes, tive de elucidar estes «ignorantes» salisburguenses e visitantes que pensam ser esta uma situação única na Europa e no mundo. Como as nossas instâncias diplomáticas, quer na Embaixada em Viena quer no Consulado de Salzburg, muito pouco ou quase nada fazem pela divulgação dos lusos valores, o vosso João Cachado, sempre que a oportunidade se oferece, cá fala do caso de Mafra onde a «loucura» do Magnânimo fez instalar seis órgãos excelentes, recentemente recuperados.
 
A verdade é que os sucessivos detentores da pasta da Cultura - sejam Secretários de Estado ou Ministros, que o estatuto do departamento governamental nada tem a ver com a capacidade do governante... - ou não têm sabido ou, dificilmente, podido explorar as fabulosa potencialidades do dispositivo instalado em Mafra. Mas isso é outra conversa...
 
Volto ao título desta nota para vos lembrar que, em Salzburg, não há desperdício de qualquer ordem. Sabem, «coitados, muito limitados nos seus recursos» aproveitam tudo quanto dispõem. Noutras paragens, «mais ricas», há quem se dê ao luxo de desaproveitar...
 
 
 
 

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