[sempre de acordo com a antiga ortografia]

domingo, 20 de março de 2016





Hugo Wolf
13 de Março de 1860 (m. 1903)


[publicado no facebook em 13.03.2016]

Tenho particular simpatia, até uma certa forma de afeição por Hugo Wolf. É uma das minhas referências em Salzburg. Tal como o «conheço», de modo algum, o vejo nas funções de segundo Kapellmeister que, durante um curto período, aquii desempenhou… Sei onde viveu, adivinho-lhe os passos. Em geral, tenho os seus Lieder entre os melhores. O Lied, aliás, foi género que copiosamente cultivou, a partir de textos de Goethe, Mörike, Eichendorf. ...

Conhecido como Wild Wolf [literalmente, ‘lobo selvagem’], este acérrimo adversário de Brahms – na sua opinião (aliás, como sabemos, muito bem acompanhada…) um retrógrado incorrigível – era, naturalmente, grande admirador de Wagner e de Liszt. Teve uma vida absolutamente desassossegada, perturbado pela doença mental que o afectaria ao ponto de ser internado e morrer, tão precocemente, aos quarenta e dois anos.
    
Quero recordá-lo hoje, e convosco partilhar, afinal, não o cultor de Lied mas o compositor de “Penthesilea”, poema sinfónico composto entre 1883 e 1885, baseado na tragédia do dramaturgo Heinrich von Kleist que, curiosa mas compreensivelmente, Goethe chegou a considerar irrepresentável.
     
De qualquer modo, com um entrecho onde guerra, conquista, erotismo são parcelas que se entrecruzam em desafios acutilantes, “Penthesilea” já passou ao teatro lírico pela mão de Othmar Schoeck, no fim da década de 20 do século passado, tendo sido estreada em 31 de Março de 2015 como nova ópera, de Pascal Dusapin, com o mesmo título, numa co-produção La Monnaie - Opéra national du Rhin (Strasbourg).
   
Enquanto poema sinfónico, eis "Penthesilea", numa estupenda interpretação da Staatskapelle Berlin, sob a direcção de Otmar Suitner.
 
Boa Audição

http://youtu.be/62-A1YcX9gU
 
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