[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017



Gratidão
 
 
No testemunho que gravou para o filme "D. Fernando II, Notas biográficas" - cuja primeira apresentação se prevê para breve no âmbito das comemorações dos 200 anos do nascimento do Rei - o Engº Nuno Oliveira, Director Técnico para o Património Natural da Parques de Sintra, chamou a atenção para um aspecto muito interessante.
 
Trata-se de uma evidência que, normalmente, não suscita a reflexão que seria de esperar. Afirma ele que há um 'lado negro', na construção dos gra...ndes parques e jardins, transformados nas propostas 'históricas' que hoje usufruímos com a maior naturalidade e deleite.
 
Esse negro aspecto, no caso da Pena, reside na circunatância de o autor, o Senhor D. Fernando, nos ter cumulado com um espantoso legado, fruto da generosidade ali prevalecente e pródiga. D. Fernando concebeu e 'compôs', concretizou uma grande obra, não para seu próprio gozo mas para os vindouros. 'Lado negro', essa tal evidência, de jamais lhe ser possível gozar a magnificência de obra tão esplendorosa.

De facto, somos nós que estamos a usufruir a plenitude do projecto que realizou, não só lado a lado com Elise Hensler mas também com a ajuda de muita gente competente. Passado século e meio sobre as variadíssimas intervenções, em especial decorrentes da introdução de espécies provenientes das mais diferentes origens, europeias nórdicas, americanas, asiáticas, eis-nos inebriados perante a 'maturidade' do parque e da beleza a rodos por ele imaginada.

Como já escrevi numa ocasião, nesta tuya que as fotos ilustram, já se esparramaram, encavalitaram e abraçaram quatro gerações da minha e de tantas famílias cá do burgo.
Que fabulosa herança!


[Ilustr: Tuia gigante do Parque da Pena; Engº Nuno Oliveira]
 
 
 

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