[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 28 de março de 2017





Arq. Raul Lino
- um parecer sobre candeeiros da Vila

No tempo da outra senhora, durante os anos cinquenta, quando César Moreira Baptista foi Presidente da Câmara Municipal de Sintra, o Arq. Raul Lino emitiu um parecer exemplar sobre candeeiros do espaço público.
Claro que não é possível resistir à tentação de comparar com a actualidade. Hoje-em-dia, no tempo deste senhor, como foi possível ter-se decidido instalar os aberrantes candeeiros em São Pedro?
Lição atrás de lição, venho propor-vos uns minutos de acesso a excelentes documentos. Claro que não é só o parecer de Raul Lino... O texto do nosso amigo Eugénio Montoito também é de se lhe tirar o chapéu...
Leiam estas peças. Depois, se não tiverem «impedimentos», partilhem o vosso «parecer»...

Nestas últimas semanas tenho ouvido saberes, lido manifestos e trocado conversas com amigos, colegas e conhecidos sobre o estado do Património de Sintra e…
ALAGAMARES.COM






Jornal de Sintra
- edição de 24 de Março

É o faz-de-conta, a dissimulação institucionalizada. O caso abordado, pela enésima vez, também se inscreve noutro, o das promessas e mais promessas com que fomos 'empatados' no novelo de «inverdades» - muito interessante este eufemismo!... - tecido há quatro anos a esta parte. É este faz-de-conta, coincidente com o estratagema da dissimulação, que nada nos convém, que urge pôr termo como medida de «saneamento básico» da gestão autárquica.

Apenas o excerto de dois parágrafos do texto cuja leitura integral espero possa suscitar:
.
"(...) Ou seja, ali, em vez de acontecer a obra completa de salvaguarda do património municipal que o Casal de São Domingos pressupõe, o Presidente da Câmara não hesita em protagonizar uma cena de magistral dissimulação, dando a entender como é sensível à questão e, ainda que parcialmente, até já começou a responder às denúncias e protestos que os sintrenses têm apresentado…
Ao fazê-lo, mediante investimento tão insignificante de 11.000 Euros, em período que coincide com o da pré-campanha eleitoral já em curso, não há um qualquer possibilidade de resguardo na demonstração do carácter evidentemente eleiçoeiro da manobra. Deste modo, ao menorizar a capacidade de entendimento, não só dos eleitores mas também dos cidadãos em geral, de tão rasteiro e inqualificável, o recurso chega a ser ofensivo. (...)"

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         Do faz-de-conta,
    requintados mestres



Bem no coração da Este­fânea, à direita de quem prossegue pela Rua Dr. Alfredo da Costa, seu eixo viário principal, a pou­cas dezenas de metros dos Paços do Concelho, escandalizando quem visita a Vila e todos quantos gostam de Sintra e lutam pela defesa dos seus interesses, o Casal de São Domingos, degradadíssimo, tem sido objecto de um abandono que brada aos céus.



Tão evidente, triste e desanimador é o quadro que, naturalmente, não sou eu apenas quem denuncia o estado do edifício que, cumpre lem­brar, fazendo parte do património municipal, ainda tem jardim anexo onde, à falta de melhor destino, se plantaram umas couves e outros legumes nos últimos anos…



Sem a mínima dificuldade, poderia aqui citar vários artigos que subs­crevi para o Jornal de Sintra acerca do assunto bem como inúmeros textos que publiquei nas redes sociais. E, de facto, tantas vezes a questão vem à baila que até parece haver falta de assunto…


Porém, tal não acontecendo, outros sintrenses – sempre os mesmos, refira-se em abono da verdade – se têm incomodado com a matéria e, atestando como esta é matéria da maior sensibilidade – em especial, por causa do local, que não pode ser mais central – o caso tem sido utilizado ad nauseam, aliás, muito justamente, como paradigma da designada cultura do desleixo, na expressão do ex-Presidente da República Dr. Jorge Sampaio, cuja casa de família é, praticamente, paredes-meias.


Um caso paradigmático

Pois bem, do mobiliário daquele jardim, faz parte uma estufa de ferro, peça de certo interesse que, votada ao maior dos descuidos, tal como a vizinha casa-mãe, a poucos passos, gritava por um socorro que tardava. Ora, contrariando a convicção de que, quando se acudisse ao lugar, isso mesmo aconteceria através de abordagem conjunta, num ataque ao todo que é o Casal e o jardim, eis que logo desenganados ficámos com o que nos esperava.

Inequivocamente, lá está o anúncio a garantir que é a estufa e apenas a estufa o objecto da intervenção em curso, circunstância demasiado esquisita para que mensagem tão explícita nos satisfaça. Não, caros leitores, não podemos deixar que fique por interpretar umsubenten­dido discurso que o actual executi­vo autárquico liderado pelo Dr. Basílio Horta também ali evidencia.

Ou seja, ali, em vez de acontecer a obra completa de salvaguarda do património municipal que o Casal de São Domingos pressupõe, o Presi­dente da Câmara não hesita em pro­tagonizar uma cena de magistral dis­simulação, dando a entender co­mo é sensível à questão e, ainda que par­cialmente, até já começou a res­pon­der às denúncias e protestos que os sintrenses têm apresenta­do…

Ao fazê-lo, mediante investimento tão insignificante de 12.000 Euros, em período que coincide com o da pré-campanha eleitoral já em curso, não há um qualquer possibilidade de resguardo na demonstração do carácter evidentemente eleiçoeiro da manobra. Deste modo, ao meno­rizar a capacidade de entendimento, não só dos eleitores mas também dos cidadãos em geral, de tão rasteiro e inqualificável, o recurso chega a ser ofensivo.

Promessas que envergonham

Ainda maiores proporções de dissimulação atinge este episódio de recuperação de património, se vos lembrar que, há tantos quantos como mais de 3 anos, na tarde do dia 28 de Fevereiro de 2014 – na sequência da leitura de um meu artigo na edição dessa mesma data do Jornal de Sintra – o mesmo Dr. Basílio Horta me telefonou para dar a satisfação de belíssimas notícias.

Nem mais nem menos, me afiançou que já tinha resolvido o problema do Casal de São Domingos e da sua recuperação ao decidir que iria ser a sede da Empresa Pública Muni­cipal de Estacionamento de Sintra e que, igualmente, decididas tinham sido a limpeza da mata imunda do Vale da Raposa e a recuperação das fontes da Estrada Velha de Colares, assuntos que, no mesmo artigo, eu descrevia como absolutamente urgentes…

Enfim, promessas e mais promessas que, infeliz e desoladoramente, fica­ram por cumprir. Convosco, apro­vei­to a oportunidade para começar por partilhar duas, transmitidas em reunião formal na Câmara, entre os Senhores Vice-Presidente e Verea­dor com o Pelouro da Mobilidade Urbana e representantes da Asso­cia­ção de Defesa do Património de Sintra, da Alagamares e da Canaferrim, em Junho de 2015.

Era o prolongamento da linha do eléctrico até à estação terminal da CP, que estaria a funcionar até ao fi­­nal do mandato do actual exe­cutivo autárquico, em Setembro de 2017 e que, em simultâneo, assegu­raria a requalificação do pavimento da Heliodoro Salgado... Era, igual­mente, a instalação dos parques periféricos de estacionamento, que estariam operacionais no Verão de 2016, incluindo um sistema de pai­néis electrónicos, colocados nas vá­rias estradas de acesso a Sintra, para completa informação dos condu­tores …

Sintomaticamente, ainda poderia aludir à história do teleférico entre São Pedro e a Penaque, depois de dois anos de campanha publicitária, foi decidido descartar. E a reposição da ponte metálica entre os bairros da Estefânea e da Portela? E o Centro de Saúde na Desidério Cambournac? E as obras de regula­rização do Piso da Heliodoro Sal­gado que não contemplaram a rotunda Nunes Carvalho? E, no domínio da Cultura, o designado Quar­­teirão das Artesuma pro­posta para a Estefânea, também anunciado em 2014 com o objectivo da animação cultural da zona? Ou o falhanço estrondoso do edifício do Casino de Sintra, com a galeria de arte do município sempre às moscas (dias há em que, pura e simples­men­te ninguém visita, sendo a média anu­al, excluíndo sessões de anima­ção cultural, inferior a 10 visitantes por dia)? E a designada Casa dos Escritores de Sintra, a instalar na Casa Francisco Costa (desenhada pelo Arq. Raul Lino) que, isso sim, está a degradar-se a olhos vistos?...

E o Festival de Sintra que, a partir de 2015, teria financiamento digno de Salzburg, afinal, vindo a tra­duzir-se, entre outras indigências,  pela necessidade de a pianista Olga Prats pagar do seu próprio bolso 30 Euros a quem lhe virava as folhas du­rante um recital no Palácio da Vila?

E, tantas, tantas mais, santo Deus! Coisa assim, nunca, nunca aconte­ceu.Entretanto, não tendo sido feita qualquer promessa acerca do que veio a concretizar – e quase de um momento para o outro, tendo invo­cado o pretexto da oportunidade do negócio, sem objectivos que não pudessem ser preenchidos por um Casal de São Domingos ou Quinta da Ribafria devidamente recupera­dos – foi decidido comprar a vivenda Mont Fleuri, aos herdeiros de Jorge de Mello, por dois milhões e oitocentos mil Euros. Vá lá compreender-se!...


[João Cachado escreve
de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 17 de março de 2017




Festival de Sintra
diálogo entre melómanos
[no facebook]
Caro João De Oliveira Cachado é no mínimo de grande inocência poder comparar, mesmo que proporcionalmente ou metaforicamente, o Festival de Sintra ao de Salzburg. O que se pode dizer é que em tempos passados, com um orçamento reduzido, se conseguia fazer uma programação óptima, essa sim que nos podia fazer lembrar - mesmo que não comparável - com o Ciclo de Piano do Festival de Verão de Salzburg!

Absolutamente, caro Bruno Caseirão! O mínimo que podemos partilhar é a certeza de que, para assim ter acontecido, pessoas havia «no circuito» do Festival de Sintra inequivocamente determinantes. Os seus contactos nacionais e internacionais, o enorme saber que detinham, possibilitavam a mobilização das melhores vontades no sentido de que o Festival de Sintra pudesse ter sido um verdadeiro assombro.
Claro que, imediatamente, todos nos lembramos da Senhora Marquesa de Cadaval. Porém, outros nomes importa ter em consideração para que sejamos justos no rol das memórias. Os casos de João Paes, Luís Santos Ferro, o Director Artístico Luís Pereira Leal que, depois de décadas dos mais notáveis serviços, foi «despedido» pelo actual executivo, liderado pelo Dr. Basílio Horta, com uma lamentável carta formal que, em idênticas circunstâncias, envergonharia qualquer entidade remetente...
Lembrar funcionários da Câmara Municipal de Sintra, dedicadíssimos à «causa do Festival» - testemunho eu sou da sua preocupação com todos os detalhes afins da qualidade - como a Dra. Ana Alcântara, ou o Dr. Mário João Machado.
E, apenas para mencionar o período post 25 de Abril, Presidentes da Câmara Municipal de Sintra como Távares de Carvalho, Edite Estrela e Fernando Roboredo Seara que, ao contrário do que, infelizmente, agora acontece bem podem ser lembrados por terem honrado o nobre legado que receberam.
Em conclusão, todas, todas as iniciativas que perduram, culturais e de outros domínios, podem atravessar períodos melhores e piores. Porém, quando, como actualmente sucede com o Festival de Sintra, o nível atingido é o que se verifica, bem nos podemos remeter aos limites do que é e do que não é tolerável.



Festival de Sintra,
a propósito da actual indigência

Ontem, no contexto de um post relativo ao festival de cinema que, num futuro próximo, vai ter lugar em Sintra, depois de descartado por Cascais, suscitava eu a necessidade de se voltar a financiar capazmente o Festival (de Música) de Sintra.
Tendo referido que o Dr Basílio Horta se permitira dizer que o nosso festival iria usufruir de condições dignas de Salzburg, o meu amigo Bruno Caseirão interrogou-me com veemência acerca da veracidade da afirmação.
Com o objectivo de recordar o episódio, eis a transcrição de um dos textos que escrevi acerca do assunto. Mais uma oportunidade para perceber que, mesmo ao usar legítimas figuras de estilo, um Presidente de Câmara deve ter a noção plena dos dislates em que pode incorrer quando aplica uma hipérbole, eventualmente, até com ironia...
Num parêntesis, recordarei que, precisamente, no ano seguinte, em 2015, quandoo Festival de Sintra comemoraria as 50 edições, com condições dignas de Salzburg, Olga Prats viu-se na circunstância de pagar € 30,00 (trinta Euros), do seu bolso, a alguém que, durante um seu recital no Palácio da Vila, lhe virou as folhas...
Findo o elucidativo parêntesis, ainda um alerta. É que, de vez em quando, como aconteceu no caso vertente, entre os ouvintes das suas presidenciais charlas, pode encontrar alguém que conheça bem a situação a que se reporta. Por exemplo, no meu caso, vou aos festivais de Salzburg há quarenta anos e, ininterruptamente, há vinte e não sei quantos...
Por isso também, me sinto autorizado a pedir que reparem como, de facto, na mesma Europa, parece estarmos em galáxias diferentes.
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[Blogue sintradoavesso]
segunda-feira, 23 de Junho de 2014
Festivais de música:
Salzburg, outro planeta

[Transcrição do artigo publicado na edição de 20 de Junho de 2014 do ‘Jornal de Sintra’]

Na manhã do passado dia 5 de Junho, durante a apresentação pública do Festival de Sintra 2014, o senhor Presidente da Câmara referiu-se ao Festival de Salzburg para afirmar que, no próximo ano – altura em que vamos comemorar cinquenta edições – Sintra vai ter condições para apresentar uma programação digna da Meca da grande música.
Como já tive oportunidade de esclarecer, no uso de uma hipérbole bem aplicada, o Dr. Basílio Horta apenas pretendeu aproveitar aquela oportunidade de troca de impressões acerca da actual 49ª edição, comprometendo-se, desde já, com o maior empenho pessoal, para a afectação dos recursos indispensáveis, em 2015, à organização de um festival à altura dos seus melhores pergaminhos.
Ao Festival de Salzburg, portanto, se referiu o Presidente. Na realidade, bem pode assim designar-se embora tendo em consideração que, afinal, tão só e especificamente, se alude ao Festival de Verão, certo é que o mais importante, o mais conhecido da cidade dos príncipes arcebispos, mas apenas um dentre mais onze (!!!) que o burgo promove ao longo dos doze meses do ano, cada um dos quais importantíssimo, e também designado como festival de Salzburg…
Confirmando como assim é, durante temporadas sucessivas, a partir de Mozartplatz, Salzburg, Austria subscrevi artigos para o Jornal de Sintra, três vezes por ano: um, durante a Mozartwoche [Semana Mozart], festival de Inverno, exclusivamente dedicado a Mozart, quase duas semanas entre Janeiro/Fevereiro, coincidindo com o aniversário de Mozart (27 de Janeiro); um outro, o Österfestspiel [Festival da Páscoa] e ainda o Salzburg Festspiel no Verão. E bem posso gabar-me do sucesso dessa escrita porquanto alguns dos meus leitores acabaram mesmo por ir a Salzburg.
A montante de uma fascinante realidade, que nos remete para um quadro deveras propício de cidade dos festivais, em que as belezas naturais e o património edificado desempenham papel crucial, cumpre lembrar que, de há muitas dezenas de anos a esta parte, Salzburg se apetrechou para acolher uma grande concentração de eventos musicais.
Essencialmente, capitalizou o factor da localização geográfica estratégica. Basta ter em consideração que alguns dos meus amigos, vivendo em Milão ou Stutgart fazem a viagem de ida e volta no mesmo dia, para não referir os de Munique, que estão a dois passos. Estranho, estranho é o que comigo acontece que, para lá chegar e regressar a casa, tenho de fazer um total de quase seis mil quilómetros! Como chego a lá ir três vezes por ano…
Números impressionantes
Então, passarei a apresentar os dados estatísticos mais recentes, referentes ao ano de 2013 e, reparem bem, só no que se refere ao Festival de Verão. Estão preparados? Pois bem, durante os 40 dias da iniciativa, dispondo de 14 auditórios, houve 293 espectáculos, dos quais 38 récitas de 6 grandes produções de ópera, 9 de récitas concertantes de ópera, 94 de concertos sinfónicos, coral-sinfónicos e recitais, 60 de récitas de teatro, 37 de espectáculos para crianças, 1 baile, 35 espectáculos especiais, 19 ensaios gerais abertos ao público.
Quanto aos bilhetes, estiveram 256.285 disponíveis (estão mesmo a ler bem, duzentos e cinquenta e seis mil, duzentos e oitenta e cinco ilhetes!), dos quais 73.834 referentes às óperas, 62.719 às peças de teatro, 119.732 aos concertos. Os espetadores provieram de 73 países dos quais 39 eram não europeus. Vendeu-se 93% dos bilhetes disponíveis sendo de E:28.285.082 (vinte e oito milhões, duzentos e oitenta e cinco mil e oitenta e dois Euros) a receita da bilheteira. Estiveram acreditados 653 jornalistas ao serviço dos media de 35 países.
Quanto às receitas, a distribuição é a seguinte: da venda dos bilhetes, 46%, da Associação dos Amigos e patrocinadores do Festival, 4%, Patrocínios e dádivas, 18%, Financiamento Público, 17%, Fundo de Promoção Turística, 4%, Outras Receitas, 11%. O último estudo datado de 2011, elaborado pelo Zentrum für Zukunftsstudien Fachhochschule Salzburg, entre outras conclusões, demonstra que o efeito deste Festival de Verão no domínio das receitas fiscais equivale ao triplo do montante do investimento das entidades públicas. Finalmente, que o impacto geral do Festival no volume de negócios e na produtividade se cifra em cerca de 276 milhões de euros! E, não esqueçam, em apenas 40 dias de Festival.
Valerá a pena, em Sintra, ter estes dados em consideração? E ainda lembrar os casos de outros famosos festivais como Bayreuth, Verona, Luzern que também já me têm ocupado nas páginas deste jornal? Julgo que, salvaguardadas as questões de escala, se se pretende que Sintra volte a ocupar um lugar de referência nacional, permitindo-se lançar algumas pontes além fronteiras, então estas fontes podem ser preciosas. Voltaremos a este assunto.
[João Cachado escreve de acordo com a antiga ortografia]

[Ilustr: Salzburg, Grosses Festpielhaus, aenas um dos vários auditórios da cidade - aspectos da fachada e do interior da sala que dispõe de 2300 lugares]



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À especial atenção do
Senhor Vereador Luís Patrício 
da Câmara Municipal de Sintra

Para os meus amigos não sintrenses, passo a explicar que o referido Senhor Vereador, que tem o pelouro da Mobilidade Urbana, entre muitas promessas por cumprir, também avançou com uma que designou como «Quarteirão das Artes».
O seu objectivo era o da animação cultural da zona da Estefânea de Sintra onde, por exemplo, estão instalados o Centro Cultural Olga Cadaval, o edifício do Casino de Sintra e o Teatro Chão de Oliva. Há uma artéria pedonal, de aspecto horroroso, que também teria de ser requalificada.
Pois, o Senhor Vereador também prometeu que a requalificação em apreço passaria pela reposição da linha do eléctrico, que por ali já passou há umas décadas, obra que estaria pronta até ao termo (Setembro de 2017) do mandato do actual executivo autárquico presidido pelo Dr. Basílio Horta.
Claro que, nem «Quarteirão das Artes» nem prolongamento da linha do eléctrico. Como não era para cumprir, não se cumpriu mesmo... Serviu, no entanto, não para 'ter' fosse o que fosse mas, isso sim, para 'entreter'.
Mestre exímio em manobras de entretenimento, estas duas tretas emparceiraram com outra célebre - a do teleférico entre São Pedro e a Pena - com a qual, ainda entreteve uns bons dois anos até que a descartou por indecente e má figura... Mobilidade urbana? No seu gabinete, só altos voos condenados ao 'espalhanço'...
Entretanto, em Cascais, onde a vida cultural local é coisa encarada com uma seriedade outra, obedecendo a programas geridos por autarcas mais informados, cultos, lúcidos e competentes, o «Bairro dos Museus» é a realidade que se pode verificar.
Eis a notícia. Com todo o gosto! E, naturalmente, sempre que possível, tendo em consideração a oferta cultural de Estoril e Cascais apenas a pouco mais de dez quilómetros, por lá nos terá, a mim e a mais uma série de atentos sintrenses. Valha-nos esta 'compensação'!
PS:
Embora já tenha sugerido a outros autarcas, e até mais do que uma vez, aqui fica a sugestão de o Senhor Vereador fazer um estágio na Câmara Municipal de Cascais... Bem sei que já falta pouco tempo para permanecer no posto mas, até em termos curriculares, é capaz de lhe ser vantajoso. Pelo menos, talvez aprendesse a distinguir entre quem promete e quem faz...
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Programação do Bairro dos Museus até 19 de Março
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E o Festival de Sintra, 
sim, o Festival de Música de Sintra?

250.000 Euros - duzentos e cinquenta mil !!! - nos termos do Protocolo que vai ser assinado entre a Câmara Municipal de Sintra e a 'Leopardo', empresa produtora de Paulo Branco é a verba com que o município vai apoiar a iniciativa que a Câmara Municipal de Cascais descartou depois de ter acolhido 10 edições da iniciativa.
Aqui fica a notícia. E, então, a propósito de um investimento tão significativo num festival que não tem qualquer tradição em Sintra, parece terem cabimento algumas linhas acerca de outro que tanto nos diz.
Cabe perguntar que motivos justificarão o facto de Sintra não financiar convenientemente aquele que, até há poucos anos, foi o Festival de Música com os mais nobres pergaminhos a nível nacional.
O actual Presidente, Dr Basílio Horta, chegou a afirmar, em 2014, que o Festival de Sintra iria contar com financiamento digno de Salzburg... Como jamais lhe passará pela cabeça o que isso poderia ser, logo entreguei ao Senhor Vice-Presidente um artigo que tinha publicado no 'Jornal de Sintra' acerca do assunto.
Devem ter ficado todos tão assustados com a escala dos números por lá praticados que terão resolvido nem sequer estar à altura do que foi prática no tempo em que era Director Artísticoi o meu querido amigo Dr. Luís Pereira Leal. Daí até à actual indigência foi o passo que todos conhecem.
Não fosse a Parques de Sintra ter assumido a promoção de iniciativas programáticas no âmbito da música erudita, os já famosos ciclos que decorrem em Queluz (música dos períodos barroco e clássico), Palácio da Vila (medieval e renascentista) e Palácio da Pena (período romântico), e o actual panorama seria um escândalo.
Com outra perspectiva do que possa voltar a ser o Festival de Sintra, com a dignidade que herdou e que não tem sido honrada, talvez voltemos a acolher uma programação a contento. Mas isso pressupõe autarcas lúcidos, informados, cultos e tão deslumbrados perante a grande Música como o era a Senhora Marquesa de Cadaval.
A decisão acontece porque o festival de cinema organizado por Paulo Branco ia ter menos apoio financeiro da Câmara Municipal de Cascais.
NIT.PT|POR RICARDO FARINHA

terça-feira, 14 de março de 2017





A Transparência em tratos de polé!


Veja-se a flagrante falta de controlo da Câmara Municipal de Sintra em relação às suas publicações oficiais incluindo as subscritas pelo próprio Presidente.
No caso vertente, subordinado ao título "Transparência Municipal SINTRA", datado de 6 de Abril de 2015, assinado por Basílio Horta, a Câmara mantém, na sua página oficial, um texto com 6 parágrafos, do qual é transcrito o seguinte excerto, com o devido realce para uma zona da folha à esquerda, sob a fotografia do Presidente:
"(...) A transparência como princípio constitucional imanente é, antes de se tornar um valor jurídico, um princípio ético estruturante da cidadania e da própria sociedade democrática, dai que o seu respeito constitua dever inclinável dos agentes públicos responsáveis pela gestão dos recursos da comunidade.(...)"
O pobre escriba a quem o Presidente terá encarregado da tarefa, redigiu e tratou de publicar a 'presidencial mensagem' sem se ter apercebido de que aquele adjectivo ´inclinável' corrompe totalmente a mensagem. O coitado terá pretendido, isso sim, escrever 'indeclinável'... Porém, não cuidando quanto lhe competia, pôs a boca do Presidente a fugir-lhe para a verdade...
Só hoje, passado tanto tempo, dei pela falta. Por mero acaso. O que não se entende é que o serviço do qual dependeu a divulgação de tão preciosa pérola, não tenha dado conta nos dias seguintes, nas semanas seguintes, nos meses seguintes, nos anos seguintes...
De facto, quando, nem a imagem que passa do próprio Presidente é devidamente escrutinada, está tudo dito. Como é possível ter-se permitido o relaxamento do seu discurso, em matéria tão crítica? É que, nem mais nem menos, está em jogo, e passo a citar "(...) a transparência como princípio constitucional imanente (...)"...
Detalhe? Insignificância? Mais uma bizantinice do João Cachado? Não, meus amigos, apenas mais um flagrante sinal da cultura do desleixo reinante.
Não. Não sendo coisa pouca é mesmo simbólica de um estado de coisas que urge alterar.

Na gestão pública autárquica, a transparência é fundamental para a mudança de comportamentos, aumentando o poder dos eleitores e dando-lhes a possibilidade de se tornarem uma comunidade que verdadeiramente participa e controla.…
CM-SINTRA.PT


sábado, 11 de março de 2017

 
 
 
Sintra-Sintra,
ímpar e exclusiva,
Vereador exclusivo !
 
 
 
Eis a segunda parte do artigo inicialmente publicado na edição de 27 de Janeiro do Jornal de Sintra.
...
Trata-se de uma ideia que advogo há bastante tempo. Teria de procurar em que data o 'Jornal de Sintra' publicou o meu primeiro artigo defendendo esta opção. Seguramente, em 2003.

A sua pertinência parece-me inequívoca e, felizmente, trata-se de proposta cujo bom acolhimento, estou em crer, teremos oportunidade de verificar proximamente.

Não inventei fosse o que fosse. Casos como o da sede do concelho de Sintra, há-os por essa Europa fora, obedecendo a este modelo. Com seríssimos problemas por resolver - entre os quais o do acesso aos pontos altos da Serra é apenas um dos de mais fácil solução - este território de Sintra pressupõe uma gestão específica, exclusivamente afecta.

Ora bem, tal não significa que o Vereador, aliás a exemplo dos outros membros do executivo municipal, não seja um inter pares e nunca um 'primus inter pares'...