[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 4 de junho de 2018







Liberdade de movimentos,
importância da partilha de informação,
exigências à Câmara

[Publicado no facebook em 21 de Abril de 2018]

Se é no meu mural do facebook que tenho feito a festa, pois, com igual prazer, aqui me têm a partilhar impressões com todos quantos acorrem a este ‘sítio’ disponibilizado pela autarquia para nos pronunciarmos sobre os efeitos das medidas vigentes ainda não há sequer um mês.
Se comecei por referir a ideia de festa, a verdade é que não exagero. Na realidade, de festa se trata, festa da tão desejada liberdade de circulação pedonal sem constrangimentos, que ansiei poder viver nesta zona quando, há cinquenta anos, me radiquei em Sintra.
Embora se trate de realidades muito diferentes, a verdade é que também não posso deixar de articular esta ideia de ‘festa de liberdade’ de movimentos com a Festa da Liberdade que estamos prestes a celebrar já na próxima semana. E, a propósito, como não nos surpreendermos por o poder democrático local, reconquistado há mais de quatro décadas, ter precisado de tanto tempo para fazer esta «revolução» em curso…
Permitam-me confirmar que, antes de escrever estas linhas, li todos os anteriores textos e comentários. Encontrei reflexões extremamente pertinentes e, sem pretender desvalorizar qualquer contributo – embora vos confesse que não perdi um segundo com provocações e ordinarices – deparei com duas situações perfeitamente características em casos que tais.
Por um lado, são as avaliações que não posso deixar de considerar algo precipitadas porque ainda estamos no turbilhão mais que natural de um período de adaptação, durante o qual, no sintomático quadro do fenómeno de relutância à mudança, há que saber como ‘encaixar’ a reacção dos diferentes grupos em presença, desde residentes e visitantes aos agentes económicos. Naturalmente, a par das mais doutas e respeitáveis opiniões, raros também não são os casos do mais flagrante e atávico primarismo…
Por outro lado, há uma partilha muito significativa de variadíssimos casos pontuais, suscitando as mais evidentes e naturais preocupações, os quais, pela simplicidade da resolução que suscitam, estou absolutamente convicto de que serão satisfeitos a contento e de imediato.
Dentre os casos avaliados como mais contundentes estará o que, decorrente do agora sentido único da Estrada Velha de Colares, obriga quem, tendo-se dirigido a Regaleira, Seteais ou Monserrate, a prosseguir, pelo menos, até à Quinta da Piedade e Galamares para tomar a estrada de regresso a Sintra, até à sede do concelho. Mas já se perguntaram quanto à mais-valia da segurança com que agora se circula por essa estrada onde, até há dias, se estava sempre com o credo na boca pela iminência de cair naquelas perigosas bermas?
Em breve parêntesis, aos que se considerem eventualmente prejudicados, pediria que pensassem nos sintrenses residentes na Estefânea, por exemplo, na vizinhança do Centro Cultural Olga Cadaval. Ora bem, tenham em consideração que a pedonalização da Heliodoro Salgado, a partir do ano 2000, passou a obrigar todos os que se deslocam nas suas viaturas a um significativo acréscimo de quilometragem. Basta que, independentemente dos respectivos destinos, tais residentes tenham de sair e regressar duas ou três vezes por dia para que o tal ‘suplemento quilométrico’, resultante dos labirintos entre Estefânea e Portela, se cifre entre 6 e 9 Kms em relação ao percurso anterior…
Ainda, repito pela enésima vez, em período de adaptação às consequências da decisão da Câmara Municipal de Sintra no sentido de alterar as condições de acesso e da circulação de viaturas na Vila Velha, cada vez é maior o número de pessoas que manifestam o seu agrado perante um cenário inegavelmente mais civilizado e, em todos os domínios, propício ao usufruto das características tão singulares daquele espaço.
Agora, que residentes e visitantes se movimentam com inusitado à-vontade, como não lembrar que, até há bem pouco tempo, eram semáforos e polícias que ali impunham atitudes avessas à descontracção que é suposto reinar em qualquer centro histórico? Como não congratular-nos por um tal lugar, dotado do mais sofisticado património cultural, finalmente, poder ser gozado com o sossego a que temos direito, apenas possível depois de, em nosso nome, a autarquia ter expulsado o automóvel, esse intruso insuportável?
Como tenho evidenciado, o quadro da intervenção cívica em que, há dezenas de anos me tenho envolvido – apesar de momentos de inequívoca contundência, por vezes extremamente desagradáveis, desgastantes e desmotivadores – igualmente pressupõe uma significativa vertente de cooperação com os autarcas. Cá estou, ‘dando a mão’, e, infelizmente, na ausência de um desejável cronograma orientador, dia-a-dia inteirando-me acerca de tudo quanto é previsível estar operacional, numa primeira fase, até ao principio do próximo Verão, seguidamente até ao fim do ano e dentro dos próximos dois anos.
Muito me anima, por exemplo, mais uma vez, poder partilhar a novidade da interdição do acesso de viaturas particulares à Pena, solução apenas possível em articulação com a instalação de um parque na zona da Cavaleira (contígua à rotunda do LIDL), com capacidade para 1.000 automóveis, uma solução expedita de parque com características idênticas ao da Portela, a partir do qual sairá o transporte público para os pontos altos da Serra.
Em período tão decisivo, se não posso estar mais empenhado em exigir àCâmara Municipal de Sintra a informação absolutamente indispensável, também pretendo contribuir para a sua divulgação e partilha nos meios de comunicação em que me podem encontrar, tanto nas redes sociais como no ‘Jornal de Sintra’.


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