[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Alternativa ao caos

Quantas e quantas vezes, desanima uma pessoa porque a solução justa, adequada e razoável para determinado problema de estacionamento se perfila apenas num futuro longínquo e pressuporá avultado investimento, incomportável ou muito dificilmente exequível.
Todavia, no caso do caos que se instala na Estefânea - sempre que, à noite ou em fim de semana, determinado evento se concretiza no Centro Cultural Olga Cadaval - existe uma solução conveniente, expedita, perfeitamente satisfatória, nada dispendiosa para os cofres camarários e rapidamente praticável.
Efectivamente, a curtíssima distância, apenas a três minutos a pé, lá está impávida, serena, quietamente solitária na sua nocturna (também diurna) evidência, a solução para tanto desconchavo, a possibilidade de adopção de acertada e civilizada atitude que, na realidade, já em pleno século vinte e um, poderá enquadrar um probema que, até agora, tem sido resolvido (???) sem o mínimo discernimento.
Incrível, tão fácil...
E, afinal, trata-se de solução tã evidente, tão acessível, que não parece credível como ainda nos damos ao luxo de a ignorarmos. Como já adivinharam, refiro-me ao parque de estacionamento, actualmente improvisado mas, enfim, praticável, que circunda o edifício onde está instalado o Departamento do Urbanismo da Câmara Municipal de Sintra que, todos os dias, a partir do fim da tarde, fica invariavelmente deserto.
Este terreiro, que acolhe centenas de automóveis, é fácil e extremamente acessível a quem o demande, vindo de qualquer proveniência. Como é do conhecimento geral, basta utilizar a passagem sobre a via férrea, para estar em plena zona pedonal da Heliodoro Salgado e, portanto a escassa distância do Centro Cultural Olga Cadaval, a cerca de dois, três minutos.
Sem dramas, sem atropelos, civilizadamente, eis a resolução do problema! O que é preciso fazer? Na realidade, pouca coisa se tivermos em consideração que está em causa um seríssimo problema de insegurança, cada vez que há um espectáculo no CCOC. Enquanto não forem tomadas medidas definitivas, haverá necessidade de assegurar uma iluminação adequada, ainda que provisória, e assegurar o policiamento enquanto decorrer o evento.
Pormenores? Talvez não...
Ignoro que entidade deveria assegurar o pagamento da vigilância policial. Provavelmente, a Sintraquorum, promotora do espectáculo. Mas, por outro lado, a EMES, na sua qualidade de empresa municipal, com vocação específica para as questões de estacionamento, poderia encarregar-se do parqueamento das viaturas por altura de espectáculos nos períodos acima assinalados, fazer-se pagar por tal serviço e, por si só, ou em articulação com a Sintraquorum, pagarem a patrulha de segurança destacada para o efeito.
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Não é difícil imaginar o sossego decorrente da adopção desta medida. O que não se percebe é a razão de tanta demora. Para que não se fique com a ideia de que esta é uma questão mais ou menos recente, cumpre-me informar que, nos últimos anos, várias vezes a abordei em artigos no Jornal de Sintra e, até a nível mais formal, contactei, por escrito, a Sintraquorum, a PSP e também a Câmara Municipal de Sintra que, por ocasião da minha última diligência, me respondeu, em 14 de Março de 2006, que tinha sido pedida uma avaliação ao Senhor Vereador Luís Duque, com o pedido de articulação entre a Sintraquorum e a EMES.
Não tenho qualquer razão para duvidar dos propósitos, dos bons propósitos da Câmara Municipal, em especial deste executivo, a quem os sintrenses devem muito mais do que julgam saber... [Por exemplo, a posição que tomou contra o famigerado projecto da Sintralândia (ainda decidido pelo executivo liderado por Edite Estrela), é algo que jamais esquecerei e que fica a crédito desta vereação, como medida de inegável defesa dos mais inequívocos interesses de Sintra. E, igualmente, o mesmo se afirme quanto à decisão de não autorizar qualquer parque de estacionamento no Vale da Raposa].
Por isso, contenho-me, tento controlar o meu direito à indignação, porque não ignoro como constrangimentos de toda a ordem obstaculizam as melhores intenções. Contudo, os anos passam e, infelizmente, o que fica a marcar os dias de Sintra, é esta incontornável síndrome da tal tolerância ordinária, sempre coincidente com a cultura do desleixo, com os desígnios da irresponsabilidade, de que tenho falado nestas Notas Diárias, desde o passado dia 12 do corrente.
Não consigo acomodar-me a este estado de coisas. Dói-me, não poder fazer mais, especialmente quando o que há para fazer é fácil, dependendo da actuação de quem, por nós, está incumbido de dar esses passos. Como administrados, cumpre-nos colaborar com a Administração, a nível central e/0u junto do poder local, demonstrndo disponibilidade, debatendo, alvitrando soluções, apontando alternativas, não denunciando apenas o que está mal. Mas, então, a contrapartida?

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