Mas que triste sina!...
Acabo de regressar a casa, na Estefânea, depois de uma caminhada que me levou até à Quinta da Fonte dos Cedros da minha amiga Maria José Rau. Ida e volta são seis quilómetros que constituem um dos meus percursos diários. Não consigo passar sem este exercício de uma hora. Vá para onde for, no país ou no estrangeiro, esta prática é tão necessária como o pão para a boca. E, como não é difícil entender, à velocidade de seis quilómetros à hora, vejo e observo tudo o que preciso para que me não falte matéria às Notas Diárias.
O que hoje escrevo, podê-lo-ia ter feito ontem ou anteontem. Amanhã ou depois de amanhã também. Como não mudam de um dia para o outro - e, em Sintra, nem de um ano para o outro, nem de uma década para a outra - é possível escrever e repetir inúmeras vezes uma qualquer situação desagradável que, assim sendo, vai ficando por resolver até que Deus Nosso Senhor, na Sua infinita Misericórdia, assim o entenda...
Estas são cenas de todos os dias, comprováveis, concretas, que a ninguém, pelos vistos, causam a mínima aflição.
Junto ao Hotel Palácio de Seteais, os caixotes do lixo estão a abarrotar, arrotam desperdícios e, não raro, são acompanhados por uma ou outra cadeira de madeira ou de metal, até um sofá, para além de embalagens de madeira, de cartão, etc. Não se compreende como a direcção do hotel admite um tal desconchavo. Não se compreende como a CMS não controla o serviço da empresa municipal afecta à higiene pública...
A tolerância da GNR
Junto à Regaleira é o horror do costume, com carros em cima dos passeios, num caos de bradar aos céus. Na Vila Velha, os autocarros que se dirigem ao Castelo dos Mouros e Pena enchem-se de turistas até caberem, perigosamente encavalitados uns nos outros. Passando na Volta do Duche, avisto o parque de estacionamento do Rio do Porto, transformado em parque de campismo, onde o número de autocaravanas hoje ultrapassa tudo o que tenho verificado. Na mesma Volta do Duche, há inúmeros automóveis estacionados em contramão...
Até chegar à Estefânea, onde imensos são os automóveis sobre o empedrado da Praça Francisco Sá Carneiro, cruzei-me, nada mais nada menos, do que com três patrulhas de agentes transportando-se em automóveis Toyota brancos e um outro montado na sua moto, para além de vários guardas apeados. Nunca vi tantos meios policiais circulando em Sintra!
Infelizmente, no entanto, nunca vi tanto desmando, tanto desleixo, tanta complacência e tolerância por parte da autoridade policial, que está a tratar esta terra como um pardieiro e transformando-a num lugar cada vez menos civilizado e inseguro. É triste que seja a autoridade policial instituída a propiciar este quadro tão confrangedor, em vez de o combater e tudo fazer no sentido de não suscitar por parte dos cidadãos os condenáveis comportamentos implícitos.
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