Na semana passada, todos fomos confrontados com (mais uma!...) informação no sentido de que a reabertura do túnel do Rossio fora adiada. Em vez de Dezembro de 2007 - qual brinde de Natal - o grande evento, afinal, só acontecerá na segunda quinzena de Fevereiro de 2008.
Quem o veio afirmar foi Mário Lino, o desacreditado e ridículo Ministro das Obras Públicas, cujas bocas só são superadas pelas sempre controversas declarações dos seus colegas da Educação, da Economia, das Finanças, da Cultura, da Agricultura, da Administração Interna, da Justiça, do Ambiente, enfim, tutti quanti, de um grupo escolhido a dedo por um PM que, esse, coitado, vê tudo com óculos côr de rosa, enquanto, alegremente, vai fazendo o possível e o impossível por aumentar a vergonhosa taxa de pobreza no país que (des)governa...
Naturalmente, continuamos a ter boas razões para duvidar se a anunciada data será mesmo respeitada. Aliás, nisto de túneis, o partido que suporta o Governo, tem um azar absolutamente desmedido. Ele é o túnel do Rossio, ele é o túnel do Terreiro do Paço... São anos e anos de desvios e da consequente derrapagem nas verbas orçamentadas, descredibilizando quaisquer governantes ou autarcas e que nos desanimariam por completo não fosse o escrutínio do Tribunal de Contas, sob a orientação de Guilherme de Oliveira Martins, que nos vai dando um certo alento.
Depois do desviozinho, volto ao túnel do Rossio. E faço-o para lembrar o fabuloso capital de incomodidades de toda a ordem, desconforto, desânimo, desilusões, desgaste de centenas de milhar de pessoas - muitos familiares, amigos e conhecidos - que utilizam a mais saturada linha de caminho de ferro da Europa. Em cada manhã e fim de tarde, tanto factor negativo a aumentar e a acrescentar às já inúmeras razões de queixa, para que os cidadãos utentes mantenham e agravem um baixíssima auto-estima!... Se ainda fosse necessário publicar um manual sobre falta de qualidade de vida, a história do túnel do Rossio forneceria um manancial inesgotável.
Quem enfia a carapuça?
Haverá incompetências várias a denunciar. Num país adiado, em que tanta irresponsabilidade anda à solta, se culpas houver a suscitar, não podem morrer solteiras. No meio de um embróglio cheio de peripécias envolvendo o Estado, Refer e empreiteiros, um emaranhado que é preciso dirimir, em nome dos cidadãos que pagam impostos, veremos se aparece uma luzinha, nem que seja ao fundo de mais um adiado túnel...
2 comentários:
...ele é o túnel (ou via aérea?) de Ouressa à Cavaleira, por exemplo.
Culpa da C.M.S., da Refer ?
E assim vamos esperando e desesperando.
Meu caro,
Palavra de honra que não sei a medida que terá o desespero. Não sei mesmo se será coisa mensurável.Há quarenta anos, a propósito de assuntos que tais, por exemplo, sobre a longuíssima e desconfortável remodelação que a linha de Sintra na altura sofreu - cheguei a demorar quatro horas, à noite, para vir de Lisboa até Sintra - pensava eu que teria atingido o limite do suportável. Que engano! O que estava para vir...
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