[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Muito Alta tensão



Com o recurso à Justiça, foi alcançado o objectivo dos fregueses de Monte Abraão, ou seja,
os cabos deverão ser instalados no subsolo e, até à conclusão dessa obra, a REN é obrigada a suspender o envio da energia. No entanto, não deixa de ser algo paradoxal estar por demonstrar que a solução em causa resolva os problemas de doença suscitados pela passagem da energia a céu aberto...


Enfim, o Presidente da Câmara Municipal de Sintra, certamente desejoso de ver regularizada uma situação em que os cidadãos têm manifestado inflamadas posições de natural e justificado alarme, não esteve com demasias e avançou com a solução de o município arcar com as despesas da operação do enterro dos cabos. Enfim, paga o «funeral» e que seja tão rápido quanto possível.

Como eu o compreendo! Num país como o nosso, em que situações quejandas se arrastam anos e anos, em demanda de quem liquida a factura, com partes litigantes espaldadas em consultores jurídicos principescamente pagos, a manobrarem dilacções ad aeternum, ele que é homem de Direito e até sabe da poda, com a exactata noção do solo e do subsolo que pisa, lançou o isco à REN. É manobra de mestre cujo alcance estará a fugir a algumas mentes mais primárias.

Estando as coisas neste pé, será de esperar que os cidadãos, até agora afectados pela situação que o Tribunal já dirimiu a seu favor, se mantenham serenamente felizes com o desfecho da causa, tenham passado uma Consoada tão bonita quanto têm direito, comecem o Novo Ano com a lucidez que for possível e, como soe dizer-se, não tenham maiores olhos que barriga.

Como poderão calcular, não aspiro ao estatuto de pequeno ou grande estratega. No entanto, com o rabo já um bocado pelado por algumas pelejas, seria levado a aconselhar que devam aguardar pelo desenrolar da novela, evitando servir de escadote a certa gente mais inquieta, que parece ter vantagem em continuá-la, a pensar nos dividendos que possa colher no futuro...

8 comentários:

Anónimo disse...

Pela "Conclusão", fico enquadrada naqueles cujas mentes mais primárias não conseguem enxergar a "manobra de mestre" que foi um ministro da República anunciar que a câmara de Sintra vai custear o enterramento da linha de alta tensão. Até hoje, apesar do tempo decorrido, tenho aguardado algumas palavras, mesmo que de faz-de-conta, do autarca, ultrapassado.

Ao fim e ao cabo, quem manda em Sintra? O ministro ou o edil? Fico banzada pelo epílogo (???) que desonera a REN, ao mesmo tempo que pretenderá desvalorizar a luta travada por uma mulher presidente de junta, de quem o mais alto autarca de Sintra não foi solidário.

Agora, desconhecendo-se o teor do negócio eventualmente acordado entre duas pessoas que se conhecerão há muitos anos, talvez haja quem se orgulhe de tão qualificada poda, quando quem vai pagar somos todos nós, os mesmos que nos confrontamos com frequentes invocações de falta de dinheiro quando se trata de medidas cada vez mais urgentes no concelho em que vivem quase 500.000 pessoas.

Fiquei desagradada porque a REN é que é a entidade responsável e a câmara não a deveria substituir, tomando até como princípio que também são precisos centros de saúde e não vemos a mesma disponibilidade para a câmara assumir as responsabilidades do ministério respectivo. Tal como escolas.

Julgo que estamos perante habilidades eleitorais e nessas não entro, ficando na ignorância do que será o "isco" que tão bem refere como tendo sido passado à REN.

Votos de Um Bom Natal para o Senhor João Cachado e visitantes do blog.

Anónimo disse...

Não concordo nada com o elogio que Paula Corte-Real fez aderca da presidente da Junta. Para mim não passa de uma das pessoas oportunistas que joão Cachado denuncia no post. Não concordo que a Câmara de Sintra pague mas não suporto oportunismos e Monte Abraão tem uma presidente que deve estar a pensar que o PS a vai propôr para presidente da Câmara nas próximas eleições, um género de segunda Edite Estrela.
Vamos ver como acaba a novela.

Rosário Peres

Sintra do avesso disse...

Cara Paula Corte-Real,

Lamento só hoje vir ao seu encontro. Foi imperdoável esquecimento. Espero que me desculpe.

A sua leitura é muito pertinente, lógica e consequente. Certamente que muita gente se reverá nas suas palavras. Outras pessoas - veja o comentário assinado por Rosário Peres - vão por outro caminho, com uma contundência inequívoca.

Este é caso para dar muito que falar. Vamos continuar atentos a todos os sinais.

Um bom Ano Novo para si.

Sintra do avesso disse...

Cara Rosário Peres,

Também a si peço me desculpe pelo atraso da resposta. Prometo que não volta a acontecer se quiser dar o gosto de continuar a frequentar estas páginas.

Respeito muito a sua opinião, é tão pertinente como qualquer outra ainda que lhe encontre uma certa virulência e até perversidade.

Como será de prever, a Presidente da Junta de Monte Abraão não deve concordar mesmo nada consigo. No entanto, não se preocupe muito com isso porquanto a autarca não deve ter tempo para a leitura das suas opiniões.

Volte sempre.
As melhores saudações do

João Cachado

Anónimo disse...

Foi alcançado o objectivo dos fregueses de Monte Abraão? Ou o objectivo de toda a população afectada pelo traçado Fanhões-Trajouce? Que eu saiba, graças à Junta de Freguesia de Monte Abraão, toda esta linha foi desligada. Não sejam facciosos! Conheço a senhora presidente de Monte Abraão e sei que não a fazem mover,interesses partidários, nem económicos(ao contrário do presidente da câmara, que João Cachado tanto engraxa). Acham que ela se voltaria contra o seu próprio Partido, pois meteu o Ministério da Economia em Tribunal, para além da REN, se tivesse ambições políticas? Sabem que o Penedos da REN também é um alto dirigente socialista? Só um tonto acreditaria nisso. Só mostrou a sua coragem e determinação, enfrentando o Governo (PS). Quanto ao Seara, que fez ele para resolver este grave problema? NADA! Já o ouviu falar sobre este assunto? Já o ouviu dizer que vai pagar (a CMS) o enterramento das linhas? Nunca o ouviu, seguramente! De parvo ele nada tem. Não é nada inteligente, porque vai sair bem queimado nesta "novela". Ele nada percebe da poda, Cachado! Se há alguém sedento de protagonismo é exactamente esse comentador de futebol. Agora, até se vai candidatar à presidência do Benfica. Talvez seja o cargo mais adequado para ele, pois como autarca e político, nada vale. O João Cachado, em "off", elogia a presidente de Monte Abraão, a torto e a direito. Não há melhor autarca que ela... (comentários seus). Neste seu blogue de duvidosa qualidade, "vira o bico ao prego. A isso chamo cobardia, para além de falta de honestidade. Camarada Cachado,que 2008 lhe traga o mesmo que deseja para a presidente de Monte Abraão!

Anónimo disse...

Caro Senhor Cachado,

Moro em Monte Abraão desde que nasci, e nos meus 27 anos de vida tenho visto a evolução desta jovem freguesia de 10 anos, e convido-o desde já deslocar-se a Monte Abraão e ver o excelente trabalho que a Junta de Freguesia, encabeçada pela Sra. Presidente Fátima Campos, têm feito. A evolução para melhor é gritante digo-lhe que os espaços verdes quase que rivalizam em beleza com alguns dos parques históricos de Sintra, e seguramente que estão mais bem cuidados.


Meus senhores, todos nós temos o direito à nossa opinião e podemos expressa-la livremente, o problema è que por vezes nos esquecemos da melhor maneira de a fazer, e nos excedemos nos comentários, porque pensamos, nós, que estamos encobertos na sombra de um blog e que não nos temos que preocupar com o que escrevemos pois a pessoa visada nas opiniões/comentários, por ser autarca não vai ver certamente porque não tem tempo……

Senhor Cachado, digo-lhe de fonte segura que a Senhora Presidente da junta de Freguesia de Monte Abraão, não procura nenhum protagonismo senão o de resolver os problemas da população que a elegeu, e digo-lhe ainda que tem sempre tempo para responder a todos os quantos se dirigirem a ela, e digo-lhe ainda que, a uma pessoa com a sua experiência, não lhe fica nada bem criticar tão negativamente o trabalho dos outros sem conhecer bem o trabalho e a pessoa em questão!

E em jeito despedida convido-o a vir dar a sua volta matinal de 6 km em Monte Abraão e nas outras Freguesias urbanas do concelho, para poder comentar outro Património da Humanidade de Sintra, porque meu caro amigo não tenha duvidas que a diversidade sócio-cultural que estas freguesias apresentam são também parte integrante e fundamental do Património da humanidade de Sintra, porque Sintra não é só a Paisagem pilhada de acácias!


André Fernandes

Sintra do avesso disse...

Para André Fernandes (08.01.08) e anónimo (07.01.08)


Como poderão verificar, eu assino todos os textos que produzo, jamais me acoberto sob a capa de algum anonimato ou pseudónimo. Estes são factos bem concretos que poderão comprovar à saciedade, não só através deste mesmo blogue, mas também noutros suportes da comunicação social concelhia, nomeadamente o Jornal de Sintra, a extinta Sintra Regional e outros com menor regularidade.

Em nenhum artigo que subscrevi, encontrarão qualquer ataque à Sra. Presidente da Junta de Monte Araão. E, se nunca o fiz, tal acontece porque não tenho qualquer motivo. Por isso, muito me surpreendem os vossos comentários, acusando-me de um feito que me não passa pela cabeça.

Para vossa orientação, convir-me-á esclarecer que nutro estima pela Senhora Presidente da Freguesia de Monte Abraão, especialmente pelo denodo com que defende os interesses dos fregueses, cujo eco tive oportunidade de lhe fazer chegar através de uma comum amiga -Idalina Grácio, da administração do Jornal de Sintra - por ocasião de um mal-entendido que considero ter sido cabalmente esclarecido.

Os textos que publiquei neste mesmo blogue, em 17 e 18 de Dezembro do ano passado, não autorizam qualquer malévola interpretação coincidente com a vossa opinião. Isso tive o cuidado de sublinhar, na resposta a um comentário de Rosário Peres - que, ela sim, acusava a Presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão de oportunismo - comentário que não hesitei em classificar como algo contundente virulento e perverso, como poderão verificar (vd. minhas respostas a Paula Corte-Real e Rosário Peres datadas já de 2 de Janeiro corrente).

Repito o que é inequívoco: de minha responsabilidade são os textos que publiquei em 17 e 18 de Dezembro, bem como as respostas a que acabo de aludir. Não compreendo e repudio as abusivas interpretações do anónimo (07.01.08, às 22,04 horas) e do Sr. André Fernandes.

Sei e confirmo plenamente que deixei subentendidos nas minhas mensagens subordinadas ao título «Alta Tensão» que também foram publicadas pelo Jornal de Sintra da passada sexta-feira. O subentendido é um recurso estilístico, perfeitamente legítimo, cuja natureza e características não permitem qualquer pseudo-inequívoca interpretação.

Quem, como é o caso do senhor anónimo e do senhor André Fernandes, se aventuraram no perigoso caminho de emoldurar no subentendido quem eu, como autor do mesmo, não autorizo seja feito, agora não têm outro remédio senão justificar por que razões das suas perversas mentes, consideraram que a carapuça servia àquela senhora, por quem, afinal, nutro a estima que já referi.

Quanto à acusação de «graxista», o senhor anónimo deve andar muito desatento. Ou, então, deve ter grande dificuldade em compreender o que é independência partidária. Sendo como sou homem de esquerda, não tenha a mínima dúvida de que não pode considerar-me afecto a qualquer dos partidos de esquerda com representação parlamentar ou nn Assembleia Municipal e, em especial, ao Partido Socialista cuja actuação a nível central e local é de tal modo decepcionante que só, por exemplo, Manuel Alegre ou António Arnault me merecem o respeito que o Socialismo me determina. De qualquer modo, se quiser ter a paciência bastante para o efeito, fará o favor de ler o meu texto "Quase um Manifesto" (10 de Janeiro de 2007) publicado neste blog, através do qual alerto por que motivo certas mensagens de elogio não podem ser entendidas como «graxistas».

Saudações Democráticas,

João Cachado

Sintra do avesso disse...

Ainda em tempo (cont. resposta 19.42)

Também não percebo como é que o senhor anónimo terá descortinado, nos meus textos de 17 e 18 de Dezembro, qualquer elogio da minha parte ao Presidente da Câmara Municipal de Sintra. Ou vai responder que tal se verifica por eu ter afirmado que «sabe da poda», ou «conhece o solo e subsolo que pisa» ou «não esteve com demasias» e outras frases afins? Valha-o Deus!...