Seteais,
estratégias de comunicação
[Depois de, na passada sexta-feira, ter interrompido para partilhar um episódio daquele dia, continuo com o assunto anteriormente iniciado].
(continuação)
Então, passando a privilegiar a formalidade institucional do preto e branco, em mensagem bilingue, português e inglês, o hoteleiro informava:
Acesso temporariamente indisponível. O Tivoli Palácio de Seteais está de momento em remodelação. Lamentamos informar que, por razões de segurança, o acesso ao palácio e jardins se encontra temporariamente indisponível. Pedimos desculpa pelo incómodo. À guisa de assinatura, aparecia um endereço electrónico http://www.tivolihotels.com/ e, quase no limite da superfície comunicante, no canto inferior esquerdo, uma identificação minúscula Espírito Santo ES Hotels.
Sintomas
Tão simpáticos, até lamentam e pedem desculpa… Mas, se ficaram impressionados – apesar da ignorância quanto às razões de segurança (?!) que impedirão o acesso ao recinto – preparem-se para o último dos cartazes com que nos brindaram. De dimensões significativamente mais avantajadas que o precedente, privilegiando a horizontalidade, ao contrário do anterior em que dominava a verticalidade, é também bilingue e, igualmente, formal e solene na utilização do preto e branco.
Ainda que o tratamento gráfico tenha sido ligeiramente alterado, o discurso é totalmente coincidente, desde o título Acesso temporariamente indisponível, até ao final do segundo período do texto em que, novamente, aparece a expressão temporariamente indisponível, repetição indesejável que não houve o cuidado de evitar, embora não faltassem alternativas perfeitamente eficazes.
Eis, então, a grande alteração. Sentiram necessidade de compensar a indisponibilidade do acesso que, unilateralmente, decidiram, invocando a boa causa: Estamos a trabalhar para melhorar este espaço. Depois, a rendição à necessidade de se comprometerem com um prazo, para além de sossegarem quanto a qualquer dúvida sobre uma interpretação de encerramento definitivo: Os jardins estarão novamente abertos ao público no primeiro trimestre de 2009. E, rematando, em caracteres de corpo maior, Pedimos desculpa pelo incómodo.
Confessem que estão sensibilizados, quase comovidos com tanta simpatia e consideração. Na realidade, que mudança! Ainda se lembram da primeira mensagem Proibida a entrada de pessoas estranhas à obra, frase eficassíssima mas tão económica que o próprio verbo é subentendido? Meu Deus! Que caminho fizeram!... Todavia, ainda falta chamar a vossa atenção para um detalhe deveras interessante.
(continua)
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