Destino cumprido
Mais uma vez, envolvido no destino daquela casa, apenas cumpri o cívico dever de pôr o dedo na ferida, na expectativa de que as autoridades competentes também viessem a cuidar das suas obrigações. E, de facto, assim veio a acontecer já que o assunto acabou por se resolver através do contrato aludido no primeiro parágrafo.
Só hoje, no entanto, considero terminada a minha missão, com o acto de congratulação que já tardava. E, como logo comecei por afirmar, tal só me é possível graças à entrevista de Jorge Telles de Meneses ao director da Escola, Dr. José Furtado, constante da edição do passado dia 19 de Setembro do JS, dando conta do sucesso do labor ali em curso. Recorramos aos números.
A EPAV, tão recentemente instalada, em 2007/08, seu primeiro ano lectivo de funcionamento, acolheu cinco turmas, num total de cem alunos. No ano lectivo seguinte, 2008/09, o actual, a mesma escola já vai com uma frequência de trezentos jovens estudantes, repartidos por quinze turmas! Naturalmente, parabéns!
Desígnio nacional
Mas se isto já era conhecido, em especial por intermédio deste jornal, porque insistir? É que, aqui chegados, impossível é não fazer comparações com o que se passa em Odrinhas. A funcionar em óptimo edifício, cujo investimento público foi necessariamente muito vultuoso, por sua vez, a EPRPS debate-se com grande dificuldade de recrutamento de alunos.
Já há três anos que deixou de ministrar o Curso de Gestão de Espaços Verdes por falta de candidatos. E, igualmente, há dois anos que não consegue pôr a funcionar o Curso de Assistente de Arqueólogo. Com capacidade instalada para ter a funcionar três cursos distintos, a EPRPS apenas mantém um, com um total de cerca de setenta alunos. Contudo, naturalmente, não estão em causa os parâmetros da excelente qualidade dos profissionais saídos da escola.
De qualquer modo, dar os parabéns à EPAV não significa estigmatizar a EPRPS. Como já escrevi nas páginas deste jornal* o Ensino Profissional em Portugal tem que conquistar uma percentagem de candidatos muito mais significativa do que actualmente, impondo-se que escolas profissionais, tão bem apetrechadas como estas do concelho de Sintra, estejam à altura do capital investido e respondam ao desígnio em apreço que é de autêntica sobrevivência nacional.
*JS, 16.06.2006, Quem tem medo dos cursos profissionais?
1 comentário:
Caro Dr. João Cachado,
Acompanho o seu blogue desde o início e também os seus artigos no Jornal de Sintra. Como professor, embora já reformado, chamou-me a atenção esta sua história sobre a Sarrazola. Então a Câmara Municipal de Sintra não aceitou a oferta da Sarrazola e foi construir um edifício novo em Odrinhas, desperdiçando as instalações do Ministério da Agricultura? A CMS estava assim tão rica para um luxo daqueles? Era bom ter acesso à resolução da Câmara para entender as razões. No meio de tudo isto, ainda bem que actualmente a Sarrazola está a cumprir o destino que o Dr. Brandão de Vasconcelos deixou escrito no seu testamento. Também lamento que depois do investimento da Câmara na escola de Odrinhas, afinal esteja às moscas.
Com os cumprimentos de
Álvaro Madeira
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