[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Pego,
renascida fenix


Eis a transcrição parcial de um artigo do DN do passado dia 18 do corrente:

«PROJECTO PARA O PARQUE SINTRA-CASCAIS SEM PIN
Promotor vai voltar a apresentar pedido de licenciamento

Um mega projecto turístico com quase mil camas no Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC), entre as praias Grande e da Adraga, foi candidato a Potencial Interesse Nacional (PIN) e retirado no dia 3, em véspera do chumbo do Ministério do Ambiente. O promotor do mega projecto turístico, o grupo Vila Galé, disse que vai entregar "em breve" um pedido de licenciamento do empreendimento na Câmara de Sintra.

“O processo está pronto e vai ser entregue na câmara que fará a consulta às várias entidades", afirmou Jorge Rebelo de Almeida, gerente do grupo hoteleiro Vila Galé e promotor do projecto juntamente com a família Antunes, a proprietária dos 55 hectares destinados ao empreendimento, 13 dos quais para construção. (…)

O empreendimento projectado para o PNSC inclui um hotel de apartamentos, 70 moradias, piscinas, restaurantes, um centro de congressos e um SPA, a construir em área da Rede Natura e também protegida pela directiva habitats (aves) e pelo plano de ordenamento do parque e plano da orla costeira (que proíbe a construção junto à costa).

Fonte da Câmara de Sintra disse que "o projecto está parado" e que não deu ainda entrada nos serviços outro, reformulado, para a zona.

O histórico deste projecto turístico remonta aos anos 70, quando um inglês e um alemão começaram a comprar os primeiros pequenos terrenos no Pego, Colares, junto ao mar, conseguindo juntar ao longo dos anos numa única propriedade mais de 50 hectares. A família Antunes comprou o terreno no final da década de 90 com a expectativa de construir um empreendimento turístico, que estava já previsto no Plano de Desenvolvimento Municipal (PDM).

Em 2004, a construção do empreendimento motivou a constituição de um movimento cívico de defesa do PNSC que estuda agora formas de travar nos tribunais nacionais e comunitários o avanço daquele que consideram um grave atentado ambiental. Também a promotora admite lutar em tribunal.»
(Lusa)


Sem mais comentários, que a notícia é perfeitamente eloquente, apenas acrescentaria que muito gostaria de não me enganar se, por analogia com situações anteriores, tudo não se conjugasse para que a CMS dê a sua aprovação lá para a semana anterior ao Natal.

Se assim não vier a acontecer, cá estarei para dar a mão à palmatória. Mas, está claro, já com o Novo ano a decorrer que, nestas coisas, preciso é não nos precipitarmos aos primeiros sinais…

De qualquer modo, acreditem, o que eu queria mesmo era não ter de dar razão a um querido amigo que, a propósito deste negócio, ontem mesmo me dizia:
- Isto não é mais do que uma urbanização para venda de moradias a setenta privilegiados. O resto é música…

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro João Cachado,

Por vezes estas coisas seriam merecedoras de programas televisivos de alto humor, não fossem demasiado sérias.

Então em véspera de ser chumbado pelo Ministério do Ambiente, um Projecto candidato ao PIN (que não é um código secreto mas Potencial Interesse Nacional)é retirado e logo dito que vai ser feito um pedido de licenciamento na CMS?

Que coisa estranha, já que a Câmara, como é dito, "fará a consulta às várias entidades".

Mas não sosseguemos, exactamente porque a fonte da CMS (que não sabemos qual seja)disse que não deu ainda entrada nos serviços outro, reformulado, para a zona.

As coisa vão rolando, devagarinho, mais PDM menos PIN, ou vice-versa, conforme as situações.

O que para aí anda de projectos e realizações entre eles a Cinelândia do grupo que detém a TVI, não se sabendo se podemos vir a usufruir de tempos de antena, já que as eleições de 2009 estão à porta.

Recordemos ainda os milhares que vinham aí como recompensa da tão famosa Companhia que se instalou na Tapada do Mouco.

E não deixa de ser curiosa a construção que está a decorrer em Vale dos Anjos, mesmo em frente ao Palácio de Seteais, com milhares de metros cúbicos de terras removidas em plena zona Património da Unesco.

Aguardemos pelos próximos eventos...

Anónimo disse...

Caro Professor,

Oxalá que as suas palpitações falhem mesmo porque senão temos o caso Seteais, o caso Quinta Vale dos Anjos, o caso Monte Santos e este último todos juntos num curto espaço de tempo, talvez 2/3 meses. Não há memória de tantos atentados a Sintra juntos num tão curto espaço de tempo. É mesmo de arrepiar....