[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Intervalo


Poderia escrever acerca de uma série de disparates que, quotidianamente, não nos concedem tréguas, engrossando o caudal da matéria sintrense, no registo menos agradável. Por exemplo, continuam os casos do Pego e do designado teleférico para a Pena que, só esses, davam pano para mnangas. Hoje, porém, resolvi intervalar. C'os diabos, também tenho direito...

Não é que tenha muita fé mas bem gostaria que, à momentânea interrupção que proponho, também pudessem corresponder, por parte dos habituais responsáveis, uns momentos de pausa na sua permanente reincidência na asneira.

Não fosse muita ousadia, quase imploraria que os contumazes e relapsos políticos, técnicos, decisores em geral, procurassem um retiro espiritual estratégico, em demanda da lucidez que, cada vez mais, e, tão notoriamente, lhes vai minguando.

De motu proprio seria perfeitamente imprevisível. No entanto, algum dos serviços, entretanto mais agilizados - como tanto gostam de se qualificar - talvez ainda disponha de verba para um qualquer outsorcing que enquadre tão flagrante necessidade de arejamento e de lucidez.

No caso de tal medida não se revelar possível e praticável, e, já que comecei a pisar o terreno da audácia, por aqui continuaria, perguntando se, com o advento natalício, apesar da crise, não haveria por aí um mecenas interessado no patrocínio dessa tão saudável atitude de recolhimento. Grande misericórdia seria, e de alcance inequivocamente favorável.

«Isto» em Sintra chegou a um tal ponto que só vai com orações ao Altíssimo ou, na Sua indisponibilidade, pelo menos, ao mais alto nível. Como Ele deve andar atarefadíssimo, com os pedidos da Rodrigues, do Pinho, já para não falar no Pinto de Sousa, solicitemos a intercessão da Senhora de Fátima que, embora a pouco mais de uns escassos cem quilómetros, tem desprotegido esta terra de maneira confrangedora.

Enfim, Coitada, até se percebe o Seu desinteresse perante uma gente a quem concedeu tanta oportunidade. Mas, por maiores que tenham sido as ocasiões perdidas e os pecados cometidos, a Sua Infinita Misericórdia de Mãe, não permitirá que permaneçamos, neste vale de lágrimas, como desprotegidos rebentos.

Ainda se lembram que comecei por confessar a minha pouca fé? Depois de umas poucas linhas de prosa bastarda, vejam lá no que caí! É o desespero, está visto. Das frustres tentativas de intervenção cívica, já passei a indirecta invocação à Virgem. Está bonito! Espero que me ajudem a não ensandecer...

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