[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 29 de maio de 2009

a abrir...

O texto de hoje reporta-se a uma situação que, inserida na sintrense cultura do desleixo, dificilmente se compreende que continuemos a aturar, especialmente quando a solução é tão simples. A manobra mais sofisticada, chamemos-lhe assim, passa por orientar, no sentido do terreiro adjacente ao edifício do Departamento do Urbanismo da CMS, os condutores dos veículos,cujo destino é o Centro Cultural Olga Cadaval.

Será preciso que nos mobilizemos para ensinar como fazer? Quem nos dera que todos os problemas de estacionamento que afectam a sede do concelho fossem de tão fácil resolução! Pois é, mas em Sintra, antes de resolvidas a contento, as coisas são muito, mesmo muito sofridas. Reparem que o CCOC foi inaugurado há oito anos. Desde então que se coloca a questão sendo nula a resposta dos responsáveis (?!), apesar de se multiplicarem as cenas de país atrasado, de escandalosa insegurança que tenho tido oportunidade de relatar.

Eis, portanto, a transcrição da 6ª Coluna do JS, 29.05.09:



Questão de cultura


De novo, a poucos dias do início de mais uma edição do Festival de Sintra.* Verdade é que um simples olhar de relance ao programa, logo suscita a vontade de entrar no comentário sobre a pertinência de determinadas opções. Contudo, ainda não é hoje que o farei já que, a montante, um outro assunto se me impõe como primordial.

Muitos dos eventos do Festival estão programados para o Centro Cultural Olga Cadaval que, instalado no conhecido edifício da Estefânea, de braço dado com o do Museu de Arte Moderna/Colecção Berardo, gera gravíssimos problemas de estacionamento e, por isso mesmo, não menos sérios casos de segurança de pessoas e bens.

Em dias de espectáculo, os inúmeros episódios, de perfeito terceiro mundo, que sempre se sucedem nas imediações do CCOC, já há longos anos deveriam ter levado à competente tomada de medidas. Não em Sintra onde, em pleno centro vital da sede do concelho, já no fim da primeira década do século vinte e um, ainda é tão evidente este sinal de lamentável atraso.

E, afinal, a escassos duzentos metros, a dois ou três minutos de caminho a pé, acessível através da passagem aérea perpendicular à Heliodoro Salgado, o terreiro adjacente ao edifício do Departamento de Urbanismo, que, todos os dias, durante as horas de trabalho, resolve substancial parte das necessidades de parqueamento, também poderia solucionar a questão em apreço.

Mais uma vez, o afirmo e confirmo, olhando para a série de artigos aqui publicados e correspondência trocada com o gabinete do Senhor Presidente da CMS. Todavia, novamente insisto, lembrando que a SintraQuorum, empresa municipal que gere o Centro Cultural, tem um conselho de administração presidido pelo Senhor Vereador da Cultura que, em articulação com a GNR local, pode concretizar o acto cultural que se impõe.

Finalmente, e tão perto, consideremos o cada vez mais prestigiado Festival do Estoril para perceber como, no aspecto em causa, o de Sintra está tão longe da civilidade… E não esqueçamos que, do acto cultural de assistência aos eventos, também faz parte o próprio modo como os cidadãos acedem aos locais onde eles se realizam.


*
PS:

Quanto à participação em eventos musicais, aconselhar-vos-ia que, em Sintra, também seguissem o exemplo dos melómanos de todo o Mundo. Continuem a ouvir muito Purcel, Händel, Haydn e Mendelssohn, quatro gigantes que este ano celebramos. Estejam atentos às comemorações via radiofónica e pela televisão. Olhem que, infelizmente, o melhor nem sempre é ao vivo e a cores...




1 comentário:

Fernando Castelo disse...

Meu caro João Cachado,

Receio que, com mais esta achega, o problema que relata e se arrasta, ainda seja mais desprezado. Receio, até, que de cada vez que um cidadão dá uma opinião, zás, leva com um pisa-papéis em cima.

É a filosofia do poder desconsiderante. É o Olga Cadaval e tantos outros casos merecedores de citação.

Mas a propósito dos espectáculos no Olga de Cadaval uma coisa me anda cá a baralhar desde há uns tempos: -Os bilhetes são intergralmente vendidos nas bilheteiras aos espectadores ou haverá alguma entidade que os compra em grande qualtidade e depois os vai oferecendo, quantas vezes aos mesmos? Sabe, como vejo por lá quase sempre as mesmas caras e as identifico por aí, receio que seja eu e os munícipes andemos a garantir a cultura de borla.

Quanto ao estacionamento, até julgava que o novo parque subterrâneo - uma promessa para o local - estaria em vias de ser feito, daí não ser publicitado o actual. Enfim, também acreditei.

Um abraço,

Nota: Um destes dias também podemos inventariar em que Centro Histórico por esse mundo fora se pratica caravanismo, como na Volta do Duche e no Picadeiro.

Consta, também, que um clube da Vila vai criar um parque para caravanismo, que certamente será uma coisa do outro mundo em pleno Parque Natural.

Aguardemos para ver quem lá vai cortar a fita.