[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 14 de março de 2011

Mozart,
Amadé, sempre…

Como, depois da comunicação ao país do Primeiro Ministro, o ar de perfeita bancarrota nacional continua pesadíssimo, resolvi passar-vos uma sugestão que, aligeirando o ambiente, muito poderá contribuir para o enriquecimento dos vossos conhecimentos sobre a vida de alguém que, sendo um génio da música, é o próprio paradigma do conceito de génio. Claro que só poderia estar a referir-me a Wolfgang Amadeus Mozart.

Há muitos leitores que estão ao corrente da patologia que me atingiu desde criança, afectando-me para o resto da vida, ou seja, a melómana e canina dedicação ao compositor, doença que, há muitos anos, entre outras significativas e muito lúcidas decisões, me conduziu à condição de membro da Stiftung Mozarteum Salzburg, a grande instituição mundial, com sede na cidade natal do compositor, que defende, preserva e divulga o património de WA Mozart.

A todos quantos se interessam pelo universo mozartiano, aconselho a visita ao site www.mozarteum.at (alemão, inglês e francês) onde, por exemplo, podem conhecer, exaustivamente, a biografia de Amadé, no dia a dia da sua curta vida. Só para vos dar um pequeno exemplo, eis o que, sempre no dia 14 de Março, aconteceu entre os anos de 1770 e 1778, (vá lá, o original está em alemão mas, como sou bonzinho, segue em Inglês):

Wednesday,14 March 1770, Milan: Farewell visit with Count Karl Joseph von Firmian;

Thursday, 14 March 1771, Vicenza: Two days as guest of the Bishop Marco Giuseppi Cornaro;
Saturday, 14 March 1772, Salzburg: Hieronymus Count Colloredo becomes Archbischop of Salzburg*;
Saturday, 14 March 1778, Departure from Mannheim.
[*Este foi o tal Príncipe-Arcebispo de Salzburg com quem Mozart viria a incompatibilizar-se em 1781, levando-o a abandonar a cidade natal para se estabelecer em Viena].

Mas tem muito mais. Tem tudo quanto possam desejar saber e aceder. Para os grandes amadores, totalmente digitalizadas, as pautas originais de toda a obra. Ainda o resultado de todas as mais recentes investigações musicológicas. Sigam o meu conselho e não deixem de confirmar como tenho motivo de sobra para lhes dar a conhecer a minha casa de Salzburg onde, todos os anos, durante várias semanas, me perco em actividades, do mais diferente recorte cultural.


Ali tenho grandes amigos, entre os quais a Prof. Geneviève Geffray, a maior autoridade mundial no espólio de Mozart e guardiã máxima de muitos dos seus mais preciosos tesouros, a quem devo uma enormidade de favores, como o acesso a documentação original e frequência de cerimónias absolutamente exclusivas. No saudoso Jornal de Sintra, em 2006, ano jubilar do 250º aniversário do nascimento de WAM, cheguei a publicar uma página completa de informação acerca desta senhora que é acarinhada no mundo inteiro.

É na Fundação Mozarteum que tenho o meu lugar cativo em conferências, seminários, oficinas, etc. Lá assisto aos concertos, recitais, música sinfónica, coral, coral-sinfónica, ópera, do mais alto nível. De facto, Salzburg não deixa créditos por mãos alheias e, mesmo em relação à capital vienense, desenvolve uma saudável competição da qual lucram todos os melómanos. Enfim, pelo menos, os «grandes tarados» como eu, não se queixam. Dêem-me o prazer de partilhar convosco esta loucura mansa. Vão confirmar que, como sempre, só quero o vosso benefício…


[NB: este texto foi objecto de uma série de comentários inadvertidamente eliminados. Apenas consegui recuperar 6 que já estão re-publicados no post de dia 18 de Março. O meu pedido de desculpa aos autores]

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