Liszt e Mahler,
em boas mãos
Na passada sexta-feira, no pequeno auditório do Centro Cultural Olga Cadaval mais ou menos meio lotado, começou o Festival de Sintra, com uma conferência de Rui Vieira Nery [RVN], subordinada ao tema Liszt e Mahler: os construtores da “música do futuro”.
Conheço Rui Vieira Nery de muitas andanças. Na Fundação Gulbenkian – cujas propostas musicais frequento há cinquenta anos, ainda antes de haver sede e auditório na Av. De Berna – a partir de determinada altura, que não saberei precisar, habituei-me a contar com o saber e dedicação de RVN, que, todos o sabem, àquela casa está indissociavelmente ligado. São incontáveis os benefícios e privilégios que lhe devem os verdadeiros melómanos portugueses, fruto do seu trabalho, de contactos internacionais, de investigação laboriosa.
Como é natural, entre preferências perfeitamente previsíveis, comungamos de algumas afinidades electivas, daquelas que, por exemplo, nos levam à frequente demanda de Bayreuth e de outros santuários onde alimentamos a insaciável necessidade de partilhar cada inovação interpretativa, a novidade que sempre espreita a hipótese de actualizar o universo apenas entreaberto pela originalidade de compositores que permanecem além e fora do tempo.
Tenho acompanhado a sua carreira, ouço-o com muita atenção, respeito a opinião de quem nos habituou a abordagens inteligentes, sempre com o cuidado de integrar qualquer temática musical, seja qual for o período histórico, na bem urdida teia dos movimentos culturais e articulando com os eventos históricos que com ela se relacionam e interagem.
Em suma, é um homem de cultura, uma das mais autorizadas vozes do universo da musicologia portuguesa, que o Festival de Sintra, na sua quadragésima sexta edição convidou – e não podia ter começado melhor – para esboçar o enquadramento da dupla efeméride dos duzentos anos do nascimento de Liszt e centenário da morte de Mahler que contempla e propõe como temática nuclear.
Ao longo de quase duas horas que passaram num ápice – querem melhor avaliação? – socorrendo-se de um bom acervo de suportes em CD e DVD, em articulação com um discurso fluente e acessível, adequados a um público de não especialistas, Rui Vieira Nery lembrou e ilustrou, tão copiosamente quanto possível, o percurso dos dois compositores.
De acordo com o propósito enunciado, o conferencista salientou os momentos mais significativos da dinâmica inovadora e renovadora das soluções musicais que os dois compositores apontaram à música do futuro. Confesso que, em determinada altura, esperei que RVN lembrasse o facto de Franz Liszt, tal como o seu genro Richard Wagner, entre outros, terem pertencido a um grupo que se reclamava da música do futuro, por oposição a Johannes Brahms e ao famoso crítico musical Eduard Hanslick.
Todavia, se o tivesse feito, RVN seria obrigado a solicitar ao público capacidades ou competências que, na realidade, e, em geral, pura e simplesmente, não tem, mas indispensáveis à compreensão de certas especificidades e recursos da escrita musical, em que radica a novidade de certa linguagem, além dos recortes de estilo, etc, que um mais ou menos longínquo futuro acabará por assumir. Por tudo isto, se confirma a justeza da sua opção de não abordar o que, numa primeira análise, me pareceu pertinente. Está de parabéns o Festival de Sintra.
PS:
Leslie Howard, certamente o pianista de grande nomeada mais votado à obra de Liszt, está a levar a cabo uma série de 7 recitais temáticos no Palácio de Queluz. Por favor, não percam esta oportunidade absolutamente excepcional (ainda 2ª, 3ª e 4ª às 21,30). Ontem, no recital das 18,00 estavam 25 pessoas... Com bilhetes a €5,00 não há crise que justifique tal escândalo.
[sempre de acordo com a antiga ortografia]
segunda-feira, 27 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Sintra,
Festival auspicioso
É já na próxima sexta-feira, dia 24 de Junho, que começará esta quadragésima sexta edição do Festival de Sintra. Raras vezes, durante a longa vida que já leva, terei experimentado tanta expectativa relativamente ao que nos espera durante as próximas semanas de concretização da sua programação recentemente anunciada. E, como sabem os que acompanham os meus escritos neste blogue, tal sensação é tanto mais justificada quanto as quatro edições precedentes me mereceram as expressivas críticas negativas que publiquei nestas páginas e na imprensa.
Sou daqueles que podem afirmar a evidente emoção de recordar todo o passado desta iniciativa na medida em que, ainda na década de cinquenta do século passado* – literalmente, ainda menino de calções – comecei a frequentar o festival, inicialmente designado como Jornadas Musicais de Sintra que, por sua vez, radicam nas comemorações, em 1956, do duplo centenário do nascimento de W. A. Mozart (1756-91) que, em Sintra, ganharam especialíssimo brilho, propiciando a embalagem para os voos que, então, ainda hesitantes, se transformariam no produto cultural mais sofisticado desta terra.
Desde criança, fui habituado a considerar qualquer evento musical e, em especial, os festivais em que, eventualmente, se enquadrem, como oportunidade de enriquecimento individual e colectivo. Daí que tanto me continue a bater pela coerência interna e lógica da grelha programática do conjunto das propostas porquanto, só obedecendo a estes princípios, um festival se poderá afirmar como particular momento de informação e formação do público que procura fidelizar.
Finalmente, depois de algumas edições de errática programação, o Festival de 2011 aposta num inequívoco núcleo temático, cuja pertinência é suscitada pelas efemérides do centenário da morte de Gustav Mahler e bicentenário do nascimento da Franz Liszt. Naturalmente, porque já me referi detalhadamente à programação, antes mesmo de ter sido oficialmente publicitada, dispenso-me de considerações suplementares.
No entanto, por se tratar de uma oportunidade que me será particularmente cara, muito gostaria de evidenciar o interesse da primeira proposta desta edição que, nem mais nem menos, retoma a opção de iniciar o Festival com uma conferência. O conhecido musicólogo e professor universitário Rui Vieira Nery vem a Sintra apresentar Liszt e Mahler: os construtores da “música do futuro”, primeira de mais palestras a cargo de especialistas de outras áreas.
Em boa hora assim acontece. De facto, trata-se de retoma da prática iniciada com a conferência, também de abertura do Festival, já há alguns anos, aqui proferida pelo Professor António Damásio, a propósito de temática em que o conhecimento da neurociência se cruza com o mundo da Música. Se, na altura, a aquisição de novos saberes foi inequívoca tónica do encontro do cientista com o público, num auditório perfeitamente apinhado, não duvido que, na próxima sexta-feira, a iniciativa esteja condenada a outro sucesso.
Ainda há poucos dias, a propósito da apresentação na Fundação Gulbenkian de uma récita concertante da ópera Die drei Pintos, composição iniciada por Carl Maria von Weber e terminada, algumas décadas depois, precisamente, por Gustav Mahler, assisti a uma muito informal mas extremamente interessante conferência de Rui Vieira Nery , abordando uma temática e período que precedem estes dois génios celebrados pelo Festival de Sintra deste ano.
Estamos de parabéns porque vamos iniciar auspiciosamente. Seguem-se dias de intensa actividade, à volta da série de sete recitais que o grande pianista Leslie Howard nos traz como proposta absolutamente imperdível, interpretando significativos momentos da pianística solista Lisztiana. Sabem os leitores que sou muito poupado nos encómios. Por isso, vão mesmo por mim. Imperdível é o adjectivo e está tudo dito. Aceitem o desafio.
___________________________________________
*
Não se percam nas contas porque houve uma interrupção de oito anos subsequente ao vinte e cinco de Abril.
NB:
1.Num aparte que vem muito a propósito nos austeros dias que vivemos, deixem que lembre como é tão acessível o preço dos bilhetes. Por exemplo, quarenta euros para a assinatura daqueles sete recitais. Se querem que vos confesse, nunca vi coisa assim…
2. No arquivo do blogue, subordinados às palavras Festival de Sintra, encontrarão a maioria dos textos publicados acerca da controvérsia da programação das últimas edições.
Festival auspicioso
É já na próxima sexta-feira, dia 24 de Junho, que começará esta quadragésima sexta edição do Festival de Sintra. Raras vezes, durante a longa vida que já leva, terei experimentado tanta expectativa relativamente ao que nos espera durante as próximas semanas de concretização da sua programação recentemente anunciada. E, como sabem os que acompanham os meus escritos neste blogue, tal sensação é tanto mais justificada quanto as quatro edições precedentes me mereceram as expressivas críticas negativas que publiquei nestas páginas e na imprensa.
Sou daqueles que podem afirmar a evidente emoção de recordar todo o passado desta iniciativa na medida em que, ainda na década de cinquenta do século passado* – literalmente, ainda menino de calções – comecei a frequentar o festival, inicialmente designado como Jornadas Musicais de Sintra que, por sua vez, radicam nas comemorações, em 1956, do duplo centenário do nascimento de W. A. Mozart (1756-91) que, em Sintra, ganharam especialíssimo brilho, propiciando a embalagem para os voos que, então, ainda hesitantes, se transformariam no produto cultural mais sofisticado desta terra.
Desde criança, fui habituado a considerar qualquer evento musical e, em especial, os festivais em que, eventualmente, se enquadrem, como oportunidade de enriquecimento individual e colectivo. Daí que tanto me continue a bater pela coerência interna e lógica da grelha programática do conjunto das propostas porquanto, só obedecendo a estes princípios, um festival se poderá afirmar como particular momento de informação e formação do público que procura fidelizar.
Finalmente, depois de algumas edições de errática programação, o Festival de 2011 aposta num inequívoco núcleo temático, cuja pertinência é suscitada pelas efemérides do centenário da morte de Gustav Mahler e bicentenário do nascimento da Franz Liszt. Naturalmente, porque já me referi detalhadamente à programação, antes mesmo de ter sido oficialmente publicitada, dispenso-me de considerações suplementares.
No entanto, por se tratar de uma oportunidade que me será particularmente cara, muito gostaria de evidenciar o interesse da primeira proposta desta edição que, nem mais nem menos, retoma a opção de iniciar o Festival com uma conferência. O conhecido musicólogo e professor universitário Rui Vieira Nery vem a Sintra apresentar Liszt e Mahler: os construtores da “música do futuro”, primeira de mais palestras a cargo de especialistas de outras áreas.
Em boa hora assim acontece. De facto, trata-se de retoma da prática iniciada com a conferência, também de abertura do Festival, já há alguns anos, aqui proferida pelo Professor António Damásio, a propósito de temática em que o conhecimento da neurociência se cruza com o mundo da Música. Se, na altura, a aquisição de novos saberes foi inequívoca tónica do encontro do cientista com o público, num auditório perfeitamente apinhado, não duvido que, na próxima sexta-feira, a iniciativa esteja condenada a outro sucesso.
Ainda há poucos dias, a propósito da apresentação na Fundação Gulbenkian de uma récita concertante da ópera Die drei Pintos, composição iniciada por Carl Maria von Weber e terminada, algumas décadas depois, precisamente, por Gustav Mahler, assisti a uma muito informal mas extremamente interessante conferência de Rui Vieira Nery , abordando uma temática e período que precedem estes dois génios celebrados pelo Festival de Sintra deste ano.
Estamos de parabéns porque vamos iniciar auspiciosamente. Seguem-se dias de intensa actividade, à volta da série de sete recitais que o grande pianista Leslie Howard nos traz como proposta absolutamente imperdível, interpretando significativos momentos da pianística solista Lisztiana. Sabem os leitores que sou muito poupado nos encómios. Por isso, vão mesmo por mim. Imperdível é o adjectivo e está tudo dito. Aceitem o desafio.
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Não se percam nas contas porque houve uma interrupção de oito anos subsequente ao vinte e cinco de Abril.
NB:
1.Num aparte que vem muito a propósito nos austeros dias que vivemos, deixem que lembre como é tão acessível o preço dos bilhetes. Por exemplo, quarenta euros para a assinatura daqueles sete recitais. Se querem que vos confesse, nunca vi coisa assim…
2. No arquivo do blogue, subordinados às palavras Festival de Sintra, encontrarão a maioria dos textos publicados acerca da controvérsia da programação das últimas edições.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Obviamente, sejam eleitos...
Francisco Assis esteve de tal modo empenhado na defesa das mais contundentes asneiras do Governo cessante, que chegou ao ponto de protagonizar tristíssimas figuras, difíceis de encaixar num homem inteligente como ele é. A perspicácia que não lhe falta deveria ter-lhe ditado, neste momento, uma estratégica retirada que permitisse, logo que possível e conveniente, um regresso auspicioso ao desempenho de missões para as quais poderá estar vocacionado.
Assim não considerou Francisco Assis. Decidiu expor-se à conquista do lugar de Secretário-Geral do partido, objectivo que, muito dificilmente, alcançará. No entanto, tenha-se em consideração que, durante anos a fio, ninguém melhor do que ele poderia ter desempenhado, tão dedicada e afanosamente, aquele papel de chefe do grupo parlamentar. Contudo, em vez de um capital que, agora, poderia render dividendos, funções tão recentes, acabam por suscitar o efeito contrário.
Naquele lugar de absoluto destaque, na primeira fila do Parlamento, Assis foi a vítima sacrificial de um Sócrates sacerdote, que dele fez uso e abuso, submetendo-o a provas de fogo onde, tão flagrantemente, o queimou para além do aceitável. Pois bem, agora, em vez de lhe reconhecerem serviço tão abnegado, os camaradas, que tanto o incensaram, afastam-se, receando chamuscarem nas brasas que transporta do inferno que Sócrates atiçou. Até para que a fénix nasça das cinzas, preciso é que o tempo passe. Assis esqueceu-se e vai pagar caro o erro.
Provindo de cinzentas paragens, sabiamente e com florentinas pinças gerindo seus tempo e espaço, eis que, impoluto, surge António José que até Seguro tem o nome propício aos mais infantis e óbvios trocadilhos. O saldo de Sócrates, no partido e no país, é tão negativo que difícil não é ser substituído por quem não conheço um rasgo, uma centelha, uma ideia. Nem sequer uma peregrina ideia, por onde pegar. É a aposta no óbvio. Tudo neste sujeito é óbvio, fastidiosa, tendencial e intencionalmente óbvio.
É, obviamente, o futuro líder sem mácula, o acabado produto de uma designada terceira via – que, para todos os efeitos, nem sequer cabe na matriz definidora de que, in illo tempore, Blair se reclamava – prestes a percorrer uma via sem escolhos, sob os aplausos dos mesmíssimos militantes que, ainda noutro dia, ao som de trombetas triunfantes, elegiam José Sócrates com noventa e tal por cento dos votos, num evento que teve muito mais de comício do que de congresso.
Nunca pensei que um óbvio sentimento de orfandade pudesse afectar tantos socialistas – ou, melhor, tantos militantes do Partido Socialista, o que não é bem a mesma coisa... – ao ponto de, tão manifestamente, se envolverem numa aventura em que não há ponta de carisma, onde nem há palavras nem obras. Que mistério é este, que deserto, que miragem? Será que, no Largo do Rato, uma série de boas cabeças aceitam encolherem-se, autorizando o contento da maioria com esta indigência?
Não me parece que, tão facilmente, assim possamos concluir. Algo de muito mais profundo se passa que, aliás, é comum a todas as latitudes europeias, à esquerda, ao centro e à direita do espectro político-partidário. A mediocridade mais desalentada tomou de assalto partidos, governos nacionais e supranacionais. É o império dos Sarkozy, Berlusconi, Merkl e Barroso e está tudo dito. Está e estará, ainda por mais uns anos.
Entretanto, numa estratégica e sábia reserva, as boas cabeças esperam pelo momento de aparecerem. Compreensivelmente, trata-se de uma elite que recusa partilhar o poder com os folclóricos pacóvios que vão proliferando como cogumelos. Ora bem, é neste túnel de desmedida e negra ignorância que, por enquanto, vamos esperando a luz que, fatalmente, surgirá. Por enquanto, ainda é o tempo dos Seguro e Passos Coelho. Obviamente, pois que sejam eleitos! Um dia destes, obviamente, serão demitidos…
Francisco Assis esteve de tal modo empenhado na defesa das mais contundentes asneiras do Governo cessante, que chegou ao ponto de protagonizar tristíssimas figuras, difíceis de encaixar num homem inteligente como ele é. A perspicácia que não lhe falta deveria ter-lhe ditado, neste momento, uma estratégica retirada que permitisse, logo que possível e conveniente, um regresso auspicioso ao desempenho de missões para as quais poderá estar vocacionado.
Assim não considerou Francisco Assis. Decidiu expor-se à conquista do lugar de Secretário-Geral do partido, objectivo que, muito dificilmente, alcançará. No entanto, tenha-se em consideração que, durante anos a fio, ninguém melhor do que ele poderia ter desempenhado, tão dedicada e afanosamente, aquele papel de chefe do grupo parlamentar. Contudo, em vez de um capital que, agora, poderia render dividendos, funções tão recentes, acabam por suscitar o efeito contrário.
Naquele lugar de absoluto destaque, na primeira fila do Parlamento, Assis foi a vítima sacrificial de um Sócrates sacerdote, que dele fez uso e abuso, submetendo-o a provas de fogo onde, tão flagrantemente, o queimou para além do aceitável. Pois bem, agora, em vez de lhe reconhecerem serviço tão abnegado, os camaradas, que tanto o incensaram, afastam-se, receando chamuscarem nas brasas que transporta do inferno que Sócrates atiçou. Até para que a fénix nasça das cinzas, preciso é que o tempo passe. Assis esqueceu-se e vai pagar caro o erro.
Provindo de cinzentas paragens, sabiamente e com florentinas pinças gerindo seus tempo e espaço, eis que, impoluto, surge António José que até Seguro tem o nome propício aos mais infantis e óbvios trocadilhos. O saldo de Sócrates, no partido e no país, é tão negativo que difícil não é ser substituído por quem não conheço um rasgo, uma centelha, uma ideia. Nem sequer uma peregrina ideia, por onde pegar. É a aposta no óbvio. Tudo neste sujeito é óbvio, fastidiosa, tendencial e intencionalmente óbvio.
É, obviamente, o futuro líder sem mácula, o acabado produto de uma designada terceira via – que, para todos os efeitos, nem sequer cabe na matriz definidora de que, in illo tempore, Blair se reclamava – prestes a percorrer uma via sem escolhos, sob os aplausos dos mesmíssimos militantes que, ainda noutro dia, ao som de trombetas triunfantes, elegiam José Sócrates com noventa e tal por cento dos votos, num evento que teve muito mais de comício do que de congresso.
Nunca pensei que um óbvio sentimento de orfandade pudesse afectar tantos socialistas – ou, melhor, tantos militantes do Partido Socialista, o que não é bem a mesma coisa... – ao ponto de, tão manifestamente, se envolverem numa aventura em que não há ponta de carisma, onde nem há palavras nem obras. Que mistério é este, que deserto, que miragem? Será que, no Largo do Rato, uma série de boas cabeças aceitam encolherem-se, autorizando o contento da maioria com esta indigência?
Não me parece que, tão facilmente, assim possamos concluir. Algo de muito mais profundo se passa que, aliás, é comum a todas as latitudes europeias, à esquerda, ao centro e à direita do espectro político-partidário. A mediocridade mais desalentada tomou de assalto partidos, governos nacionais e supranacionais. É o império dos Sarkozy, Berlusconi, Merkl e Barroso e está tudo dito. Está e estará, ainda por mais uns anos.
Entretanto, numa estratégica e sábia reserva, as boas cabeças esperam pelo momento de aparecerem. Compreensivelmente, trata-se de uma elite que recusa partilhar o poder com os folclóricos pacóvios que vão proliferando como cogumelos. Ora bem, é neste túnel de desmedida e negra ignorância que, por enquanto, vamos esperando a luz que, fatalmente, surgirá. Por enquanto, ainda é o tempo dos Seguro e Passos Coelho. Obviamente, pois que sejam eleitos! Um dia destes, obviamente, serão demitidos…
terça-feira, 14 de junho de 2011
Civismo ou bandalheira
Passámos por um processo eleitoral que sancionou o governo cessante afastando da ribalta o partido político que o suportava no parlamento. Tal não significa que estejam apuradas a verdade e a responsabilidade que, politicamente, devem ser imputadas e que as instâncias vocacionadas para o efeito - a nível do executivo, do Banco de Portugal, do Treibunal de Contas, etc - agora não devam preocupar-se em devolver ao povo.
A comunidade portuguesa foi abusada através de sistemáticas e sofisticadas manobras de propaganda enganosa, conduzidas ao mais alto nível pelo executivo cessante. A boa fé de muitos cidadãos foi posta em causa. Urge devolver ao povo a confiança abalada. Naturalmente, a questão da responsabilização articula-se com a do apuramento da verdade. E, neste tempo tão difícil, sem que perceba os mecanismos do logro, o povo não se mobilizará.
Para que a cidadania funcione, a única via é a da informação ao serviço da verdade que o povo tem direito. Informação é poder e o poder reside no povo que, através do voto, o delega em cidadãos que o representam no Parlamento. Como houve quebra e abuso de confiança, impôe-se recuperá-la por meio da responsabilização política de quem, perversamente, se aproveitou dos mecanismos do Estado Democrático de Direito.
Tratando-se de uma responsabilização de natureza política - todavia não coincidente com a sanção que o resultado das eleições evidenciou - cumpre não deixar que, numa leviana atitude de relaxamento, se apague a actuação de quem, no governo cessante, é responsável pela tomada de decisões cujas consequências são tão gravosas para a comunidade a curto, médio e longo prazos.
Temos direito a essa verdade. Não se trata de qualquer baixeza revanchista mas de civismo a funcionar. É uma questão de dignidade nacional. Afinal, somos um povo civilizado ou uns bandalhos quaisquer, para quem tanto faz que os decisores políticos, em representação dos eleitores, na gestão da coisa pública, actuem a favor ou em prejuízo dos cidadãos cujos interesses juraram defender?
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Elise Hensler,
o restauro da memória
Certo é que, esporadicamente, se fala e escreve acerca da senhora. Também é certo que, a propósito do restauro e recentíssima reabertura do chalet na Pena, se mantém o pretexto para que, ao designar a casa e o espaço envolvente, tenhamos de a nomear. Todavia, ao longo de oitenta anos, desde que morreu em 1929 até aos dias de hoje, muito discretas, diria mesmo que demasiado discretas, têm sido as demonstrações de reconhecimento que a comunidade de Sintra dispensou à memória da Condessa d’Edla.
Por outro lado, até mesmo a biografia, Condessa d’Edla a cantora de ópera quasi rainha de Portugal e Espanha, escrita por Teresa Rebelo e publicada em 2006, não escapa a evitáveis imprecisões, particularmente nos aspectos mais atinentes ao mundo musical, solicitando a maior benevolência do leitor… Isto para não entrar no campo da falta de respeito, algo que me parece ter acontecido na atribuição do nome da Condessa d’Edla a uma paupérrima, tristíssima, incaracterística e nua rotunda, passe a publicidade, entre a Norauto, Decathlon e Leroy Merlin.
O mínimo que poderei confirmar, desde logo, para não afirmar, liminarmente, que um pesadíssimo anátema se abateu sobre a figura de Elise Hensler, é que a História não tem feito justiça a esta figura tão singular. Eventualmente de ascendência nobre, nascida no seio de família da burguesia alemã mas em território suiço, naturalizada americana, cantora lírica com carreira nos Estados Unidos e na Europa, é senhora de um percurso fascinante, com uma vida sentimental algo atribulada, mesmo antes do matrimónio morganático com Fernando de Sax Coburg Gotha, príncipe consorte e rei de Portugal.
A condessa faz parte de um património de memórias que se enquadram no panorama sociocultural do último quartel do século dezanove e primeiro do vinte, com especial relevo para o envolvimento da própria família real portuguesa, memórias essas que, indubitavelmente, se articulam com o seu contributo para o enriquecimento daquilo que, habitualmente, se designa como a romântica atmosfera sintrense.
Ora bem, na sequência do texto A visita a Elise, que aqui publiquei no passado dia 23 de Maio, eis que continuo com o ciclo temático suscitado pelo feliz desfecho da campanha de obras de recuperação de um edifício que, actualmente, é possível desfrutar ao mesmo tempo que se aprende uma espantosa lição de respeito por um património tão compósito no seu romântico eclectismo. Contudo, no contexto da linha de intervenção cultural afim da luta pela reabilitação da memória desta senhora, considero ser meu dever não descansar sobre este evento e, isso sim, aproveitar a oportunidade para continuar a propor uma iniciativa que, anteriormente, já me levou a alguns contactos com a Parques de Sintra Monte da Lua (PSML), ainda que me limitando a secundar todo um trabalho prévio de Emília Reis.
Um restauro especialA reflexão que vos trago relaciona-se com um trabalho levado a cabo pela Dra. Catarina Serpa, no âmbito de um estágio na Câmara Municipal de Sintra, subordinado ao título Elise Hensler, Condessa d’Edla – Estudo Biográfico e Projecto para uma Exposição*. Uma exposição! Nem mais nem menos, exposição que a autora projectou, com o maior detalhe, considerando-a organizada em dez módulos de referência temática – por exemplo, 1. As origens, 2.O início da carreira de Elise Hensler, 3.As apresentações em Portugal, 4.O casamento com D. fernando II e o título de Condessa d’Edla, etc – que contemplam um total de cento e sessenta e uma peças, material do maior interesse, extremamente diversificado, sob o lema geral Condessa d’Edla, Flores e Lágrimas.
Reparem que iniciei o parágrafo anterior convidando-vos a uma reflexão. Mantendo o propósito, apenas gostaria que considerassem o intrigante enigma de uma exposição que esteve para se realizar em 2004, por altura do 75º aniversário da morte da Condessa, objectivo contrariado por manifesta falta de local adequado na altura. No entanto, porque esse obstáculo há muito foi ultrapassado, parece nada subsistir que possa impedir a exposição de se concretizar.
Peças do maior interesse, desde documentos de identificação, escrituras, certificados (de casamento e de baptismo), testamento (D. Fernando), fotografias, desenhos, gravuras, óleos, jornais, recortes de imprensa, partituras e libretti de ópera, livros, objectos de uso pessoal, vestuário, pratas, caixas e caixinhas, até às porcelanas, móveis, rendas, vidros, etc, etc, esperam pela ocasião de se deixarem expor enquanto conjunto orgânico e sistemático.
Como acontece com tantas coisas neste país, é uma pena que, há tanto tempo, permaneça a iniciativa em banho-maria. Felizmente, trata-se de matéria que, apesar do atraso, não perde qualquer ponta de interesse. Porém, talvez possa começar a surgir um ou outro problema com certas peças de um espólio obviamente disperso por muitos proprietários, a maioria dos quais descendentes directos. Só para vos dar uma ideia acerca do que pretendo alertar, tenham em consideração que, nesta última meia dúzia de anos, faleceram três bisnetos.
Tenho enorme esperança quanto à possibilidade de concretizar este projecto no mais curto período. Confio imenso na boa vontade da PSML, em especial no alto sentido de oportunidade do Prof. António Lamas que tudo fará no sentido de que não faltem meios para o bom sucesso da exposição. Por outro lado, é imprescindível o envolvimento da Câmara Municipal de Sintra, onde a coisa nasceu, por sugestão e ordem do Presidente Fernando Seara, que incumbiu a então estagiária, Dra. Catarina Serpa, de suportar documentalmente o que não passava de mera intenção.
Ao tempo foi feito o que era suposto. Agora, melhorando o que se revelar necessário, importa estar à altura de honrar a memória de Elise – através desta exposição que também é uma sui generis forma de restauro – fazendo-a conhecer como jamais sucedeu. Convenhamos que vai sendo tempo…
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* data de Fevereiro de 2007, embora se reporte a um trabalho de estágio efectuado na CMS em 2004.
o restauro da memória
Certo é que, esporadicamente, se fala e escreve acerca da senhora. Também é certo que, a propósito do restauro e recentíssima reabertura do chalet na Pena, se mantém o pretexto para que, ao designar a casa e o espaço envolvente, tenhamos de a nomear. Todavia, ao longo de oitenta anos, desde que morreu em 1929 até aos dias de hoje, muito discretas, diria mesmo que demasiado discretas, têm sido as demonstrações de reconhecimento que a comunidade de Sintra dispensou à memória da Condessa d’Edla.
Por outro lado, até mesmo a biografia, Condessa d’Edla a cantora de ópera quasi rainha de Portugal e Espanha, escrita por Teresa Rebelo e publicada em 2006, não escapa a evitáveis imprecisões, particularmente nos aspectos mais atinentes ao mundo musical, solicitando a maior benevolência do leitor… Isto para não entrar no campo da falta de respeito, algo que me parece ter acontecido na atribuição do nome da Condessa d’Edla a uma paupérrima, tristíssima, incaracterística e nua rotunda, passe a publicidade, entre a Norauto, Decathlon e Leroy Merlin.
O mínimo que poderei confirmar, desde logo, para não afirmar, liminarmente, que um pesadíssimo anátema se abateu sobre a figura de Elise Hensler, é que a História não tem feito justiça a esta figura tão singular. Eventualmente de ascendência nobre, nascida no seio de família da burguesia alemã mas em território suiço, naturalizada americana, cantora lírica com carreira nos Estados Unidos e na Europa, é senhora de um percurso fascinante, com uma vida sentimental algo atribulada, mesmo antes do matrimónio morganático com Fernando de Sax Coburg Gotha, príncipe consorte e rei de Portugal.
A condessa faz parte de um património de memórias que se enquadram no panorama sociocultural do último quartel do século dezanove e primeiro do vinte, com especial relevo para o envolvimento da própria família real portuguesa, memórias essas que, indubitavelmente, se articulam com o seu contributo para o enriquecimento daquilo que, habitualmente, se designa como a romântica atmosfera sintrense.
Ora bem, na sequência do texto A visita a Elise, que aqui publiquei no passado dia 23 de Maio, eis que continuo com o ciclo temático suscitado pelo feliz desfecho da campanha de obras de recuperação de um edifício que, actualmente, é possível desfrutar ao mesmo tempo que se aprende uma espantosa lição de respeito por um património tão compósito no seu romântico eclectismo. Contudo, no contexto da linha de intervenção cultural afim da luta pela reabilitação da memória desta senhora, considero ser meu dever não descansar sobre este evento e, isso sim, aproveitar a oportunidade para continuar a propor uma iniciativa que, anteriormente, já me levou a alguns contactos com a Parques de Sintra Monte da Lua (PSML), ainda que me limitando a secundar todo um trabalho prévio de Emília Reis.
Um restauro especialA reflexão que vos trago relaciona-se com um trabalho levado a cabo pela Dra. Catarina Serpa, no âmbito de um estágio na Câmara Municipal de Sintra, subordinado ao título Elise Hensler, Condessa d’Edla – Estudo Biográfico e Projecto para uma Exposição*. Uma exposição! Nem mais nem menos, exposição que a autora projectou, com o maior detalhe, considerando-a organizada em dez módulos de referência temática – por exemplo, 1. As origens, 2.O início da carreira de Elise Hensler, 3.As apresentações em Portugal, 4.O casamento com D. fernando II e o título de Condessa d’Edla, etc – que contemplam um total de cento e sessenta e uma peças, material do maior interesse, extremamente diversificado, sob o lema geral Condessa d’Edla, Flores e Lágrimas.
Reparem que iniciei o parágrafo anterior convidando-vos a uma reflexão. Mantendo o propósito, apenas gostaria que considerassem o intrigante enigma de uma exposição que esteve para se realizar em 2004, por altura do 75º aniversário da morte da Condessa, objectivo contrariado por manifesta falta de local adequado na altura. No entanto, porque esse obstáculo há muito foi ultrapassado, parece nada subsistir que possa impedir a exposição de se concretizar.
Peças do maior interesse, desde documentos de identificação, escrituras, certificados (de casamento e de baptismo), testamento (D. Fernando), fotografias, desenhos, gravuras, óleos, jornais, recortes de imprensa, partituras e libretti de ópera, livros, objectos de uso pessoal, vestuário, pratas, caixas e caixinhas, até às porcelanas, móveis, rendas, vidros, etc, etc, esperam pela ocasião de se deixarem expor enquanto conjunto orgânico e sistemático.
Como acontece com tantas coisas neste país, é uma pena que, há tanto tempo, permaneça a iniciativa em banho-maria. Felizmente, trata-se de matéria que, apesar do atraso, não perde qualquer ponta de interesse. Porém, talvez possa começar a surgir um ou outro problema com certas peças de um espólio obviamente disperso por muitos proprietários, a maioria dos quais descendentes directos. Só para vos dar uma ideia acerca do que pretendo alertar, tenham em consideração que, nesta última meia dúzia de anos, faleceram três bisnetos.
Tenho enorme esperança quanto à possibilidade de concretizar este projecto no mais curto período. Confio imenso na boa vontade da PSML, em especial no alto sentido de oportunidade do Prof. António Lamas que tudo fará no sentido de que não faltem meios para o bom sucesso da exposição. Por outro lado, é imprescindível o envolvimento da Câmara Municipal de Sintra, onde a coisa nasceu, por sugestão e ordem do Presidente Fernando Seara, que incumbiu a então estagiária, Dra. Catarina Serpa, de suportar documentalmente o que não passava de mera intenção.
Ao tempo foi feito o que era suposto. Agora, melhorando o que se revelar necessário, importa estar à altura de honrar a memória de Elise – através desta exposição que também é uma sui generis forma de restauro – fazendo-a conhecer como jamais sucedeu. Convenhamos que vai sendo tempo…
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* data de Fevereiro de 2007, embora se reporte a um trabalho de estágio efectuado na CMS em 2004.
sábado, 4 de junho de 2011
Ao correr da pena
Eis alguns pequenos textos que publiquei ontem e hoje na minha página do facebook.
No domingo, o erário público vai despender 8 milhões de euros com o pagamento aos representantes dos partidos nas mesas eleitorais. Trata-se de uma atitude cívica que, normalmente, seria assegurada em regime de voluntariado. Antigamente, não se arranjava quem quisesse ser membro das mesas, agora há fila para recrutamento nas Juntas de Freguesia... É assim que, igualmente, os partidos vão arranjando mais uns indefectíveis militantes...
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Sabem porque é tão baixa (!?!) a actual taxa de desemprego em Portugal? Pois fiquem sabendo que devemos os actuais só 13% - é verdade, já!!! e não em 2013, como a troika apontava - aos 700.000 portugueses que, nos últimos dez anos, procuraram trabalho lá fora. É um número igual ao dos actuais desempregados. Pensem na taxa que se registaria não fosse esta "sangria". Ficaríamos à frente da Espanha...
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Mais atentos - porque mais causticados pela austeridade, que já começou a fazer-se sentir - será que os cidadãos vão deixar de pactuar com a desvergonha dos boys [Rui Pedro Soares, lembram-se?, foi um caso topo de gama mas há imenso peixe miúdo...] que se alimentam na babugem infecta de gabinetes ministeriais, empresas públicas, municipais, etc]? Agora vota-se, depois, sem desguarnecer a guarda, controla-se!
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Escrevi, durante anos, muitos textos contra a maneira de Sócrates fazer política, por exemplo, acerca do endividamento em que singrava, olimpicamente ignorando as características do país que (des)governava. Durante meses, resolvi parar, não bater mais no ceguinho, não provocar mais anti-corpos. Tal como José Gil, é também com alívio que pressinto o ar mais respirável de dia 6. Naturalmente, tal não significa que me tranquilize a liderança que se avizinha.
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Sócrates nunca, nunca, me enganou e, como sabem os sintrenses que me lêem há bastante tempo, tenho denunciado a prática da gestão pública deste homem, muito antes de ser Primeiro-Ministro. Sócrates deu todos os sinais que o apontavam como político «habilidoso» [não hábil], sinuoso, portuguesinho das berças, deslumbrado, convencido de que tinha chegado à urbe para conquistar o orbe.
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José Gil, o filósofo recentemente jubilado, não é propriamente um troglodita de direita... Ontem, sem tibiezas, denunciou o regime de medos implícitos que temos vivido sob a capa desta democracia perversa, nos últimos anos protagonizada por Sócrates. A mentira institucionalizada, o sufoco que se tem vivido sob a liderança de um deslumbrado, estão prestes a cessar. Diz Gil que, na 2ª feira, vai respirar-se melhor.
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Habituados à maior injustiça social, à incapacidade no combate à fraude fiscal e cobrança aos ricos e poderosos dos impostos a que se furtam através dos paraísos fiscais, à existência de índices socioeconómicos que nos envergonham (analfabetismo e iliteracia ímpares na UE), à pobreza galopante de 20% de cidadãos a viver abaixo do limiar da pobreza, como nos surpreenderemos com as medidas impopulares que se avizinham?
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A campanha da CDU, nomeadamente a conduzida pelo próprio Jerónimo de Sousa, terá sido a mais eficaz, inclusive, em termos éticos. É pena que certo atavismo ainda condicione os eleitores em relação às propostas da coligação. Veremos a razão que assiste a JS no que respeita à renegociação da dívida. É apenas um exemplo da lucidez de um lider que não se desgastou nos últimos anos e que vai manter a posição no Parlamento.
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Uma peça notável, a entrevista que José Gil acaba de conceder a Mário Crespo, na primeira parte do "Jornal das 9" de 6ª feira, dia 3 de JUnho. Se não assistiram, procurem visioná-la. É absolutamente brilhante a análise que produziu acerca destes últimos anos de Sócrates à frente do PS. Segundo o filósofo, a partir de 2ª feira, vai passar a respirar-se melhor em Portugal. Porquê? Sigam o meu conselho. Acedam à entrevista.
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Como a oferta é o que é e, de modo algum, me agrada, só me resta a alternativa que já o bom do Saramago advogava... E, mais recentemente, também o constitucionalista Jorge Miranda. O voto em branco significa que o eleitor não se identifica com qualquer das propostas que se apresentaram a sufrágio. E, já agora, leiam Ensaio sobre a Lucidez. Lucidez, é verdade.
VOTO EM BRANCO TAMBÉM É UM VOTO VÁLIDO, LÚCIDO!
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Para comemorar o Dia Mundial da Criança em 2011, o actual e demissionário PM do Governo de Portugal, não perdeu qualquer oportunidade. Em devido tempo, tratou de cortar o abono a 640.000 famílias e tudo fez para que 2 em cada 5 crianças vivam abaixo do limiar da pobreza. Com a maior facilidade, afirma preocupações sociais. Concretamente, há demasiado tempo, demonstra a incapacidade mais flagrante...
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