[sempre de acordo com a antiga ortografia]

domingo, 11 de setembro de 2011

Um outro 11 de Setembro


Em 11 de Setembro de 1790, Emmanuel Schikaneder – como sabem, Irmão Maçon de Mozart, empresário e também autor do libretto de “Die Zauberflöte”, que estrearia um ano mais tarde – tinha em cena a sua ópera “Der Stein der Weise” ou, também, noutra conhecida designação, “Die Zauberinsel”, no Freihaustheater auf der Wieden em Viena.

Acontecia, com bastante frequência, que determinada ópera de um compositor acolhesse uma Ária composta por outro e, como seria de prever, Mozart não escapou a essa prática, contando-se oito peças que compôs em tais circunstâncias. Embora não esteja autenticada, nem WAM a tenha inserido no seu próprio catálogo manuscrito, tudo leva a crer que o dueto, em Re Maior, inscrito no catálogo Köchel como K 625 (k.6.592a) Nun liebes Weibschen, ziehst mit mir, para soprano, barítono e orquestra é, de facto, obra de Mozart.

Independentemente da controvérsia suscitada pelo crítico e musicólogo Alfred Einstein, que põe em causa a atribuição da autoria a WAM, parece-me muito interessante poderem aceder à peça, uma autêntica gracinha. Aí fica a referência do documento. Eis uma diferente maneira de lembrar uma data, outro 11 de Setembro.

http://youtu.be/RrmLDMYQZu4

PS: Devido a qualquer problema de ordem técnica não consegui proporcionar-vos a gravação que, na minha página do facebook (João de Oliveira Cachado) está disponível.

4 comentários:

Borges Reys disse...

Caro João,

Ainda hás-de explicar como é que sabes todas estas efemérides de Mozart. Certamente deve ter a ver com as tuas investigações em Sazburg. Como dizes, este dueto é uma gracinha, ela coitada só mia, mas mia muito bem... O Bryn Terfell, óptimo. Obrigado por este bom começo do dia. Abraço,
A.Borges Reys

Anónimo disse...

De longe que prefiro este 11 de Setembro... Se a música fizesse mais parte da vida das pessoas e quem diz música diz toda a arte, talvez não houvesse a lamentar o 11 de Setembro em Nova Iorque.

Lacerda disse...

Conhecia o sr UmaPedra como grande ilusionista, não como musicólogo. Mas não surpreende e explicarei.

Tratando-se de uma correcção histórica, deverá ter sentido um paralelo, que o há.

Imagine-se Mozart era ignorado e o outro senhor promovido? E que por razões estranhas à musica, toda a referencia de correcção encontrasse impedimentos de publicação?

Há paralelo... e bem documentado.
http://home.comcast.net/~xtxinc/MainPage.htm
Ou mais discretamente, sem chamar os bois pelos nomes.
http://en.wikipedia.org/wiki/Relativity_priority_dispute

Portando... entende-se a variedade de profissões, que até à minutos desconhecia. Mas terá apenas sido espirito de solidariedade (deslocada pelo que entendi).

Lacerda disse...

Conhecia o sr UmaPedra como grande ilusionista, não como musicólogo. Mas não surpreende e explicarei.

Tratando-se de uma correcção histórica, deverá ter sentido um paralelo, que o há.

Imagine-se Mozart era ignorado e o outro senhor promovido? E que por razões estranhas à musica, toda a referencia de correcção encontrasse impedimentos de publicação?

Pois há paralelo... e bem documentado:
http://home.comcast.net/~xtxinc/MainPage.htm

Ou mais discretamente, sem chamar os bois pelos nomes, apenas as referencias, e só porque sonantes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Relativity_priority_dispute

Portando... entende-se a variedade de profissões, que até à minutos desconhecia. Pelo que retribuo desta forma.

Mas terá sido apenas espirito de solidariedade (deslocada pelo que entendi).