Volta do Duche,
às voltas com o tempo
que passa [II]
Naturalmente, quanto
mais não seja para efeitos de arquivo, passo a transcrever a seguinte troca de
comentários suscitados por um texto que subscrevi e ontem aqui publiquei. Como
poderão verificar, introduzi parágrafos e, entre parêntesis rectos [ ],
acrescentei um esclarecimento:
Ana Simão:
Boa noite João, estes
Plátanos foram retirados. Os que lá estão hoje (na
sua maioria) podados /torturados tinham (no projeto) um contorno de proteção
das raízes igual ao diâmetro da sua copa (antes da poda) … Outra notinha nunca
existiu nem foi “celebrado o protocolo de construção” mas sim um “concurso de
obra”. E havia uma candidatura aprovada ao programa comunitário “Pólis para
Centros Históricos” e um financiamento por parte do Fundo de Turismo, que
financiavam (mais ou menos) 90%
todo o projeto e construção.
João De Oliveira
Cachado:
Obrigado pelos esclarecimentos. De facto, a
memória traíu-me em relação ao «protocolo», assim grafado, porque tenho ideia
de ter sido celebrado um documento que tal e assim mesmo designado.
Lembro-me de que, no
projecto, os plátanos tinham, sim senhor, um 'contorno de protecção'. Mas tanto
o Prof. Caldeira Cabral como o Arq. Gonçalo Ribeiro Telles, [aderentes, amigos
e consultores do então Movimento Cívico de Sintra] consideraram esse recurso
como algo perfeitamente repudiável em termos da salvaguarda das espécies em
questão.
Claro que conheço a
história recente e remota do local, lembro-me perfeitamente de como era nos
anos cinquenta, sei quais foram as árvores substituídas. E, minha cara Ana
Simão, até podia haver ouro em pó ou em barras para construir a coisa. A
verdade é que foi repudiada e a população, naturalmente, arcou com as
consequências da actuação da sua intervenção cívica.
Todas as forças
partidárias concorrentes às eleições que substituiram o executivo de Edite
Estrela se comprometeram a não concretizar o projecto quando perceberam a força
residual da população e dos aliados que tinha conseguido conquistar para a
luta.
Não há dúvida também
de que este episódio comprometeu decisivamente qualquer veleidade que Edite
Estrela tivesse no sentido de permanecer mais um mandato. Uma das coisas que se
evidenciou foi a evidente fragilidade da então Presidente que se afirmava
agente de cultura e que, tão manifestamente, subscrevia uma atitude de lesa
cultura.
Por outro lado,
lembro-me perfeitamente das barbaridades afirmadas pelo então Vereador da
Cultura em quem Edite Estrela terá descansado quanto à defesa das suas cores e
que só a colocou mal.
Enfim, águas passadas
mas, jamais, águas esquecidas porque, reafirmo-o, com a maior veemência, foi um
processo paradigmático de intervenção cívica e de tanta valia que, pouco tempo
depois, o semanário 'Expresso' considerava o que tinha acontecido em Sintra
como perfeitamente representativo e, lá está, exemplar em termos de cidadania.
Ana Simão:
Sem dúvida opiniões e
visões diferentes... fundamentadas em informações diferentes!
que lá estão hoje (na sua maioria) podados /torturados tinham (no
projeto) um contorno de proteção das raízes igual ao diâmetro da sua copa
(antes da poda) … Outra notinha nunca existiu nem foi “celebrado o protocolo de
construção” mas sim um “concurso de obra”. E havia uma candidatura aprovada ao
programa comunitário “Pólis para Centros Históricos” e um financiamento por
parte do Fundo de Turismo, que financiavam ( mais ou menos) 90% todo o projeto
e construção.
João De Oliveira Cachado:
Obrigado pelos esclarecimentos. De facto, a memória traíu-me em relação ao
«protocolo», assim grafado, porque tenho ideia de ter sido celebrado um
documento que tal e assim mesmo designado.
Lembro-me de que, no projecto, os plátanos tinham, sim senhor, um 'contorno de
protecção'. Mas tanto o Prof. Caldeira Cabral como o Arq. Gonçalo Ribeiro
Telles, [aderentes, amigos e consultores do então Movimento Cívico de Sintra]
consideraram esse recurso como algo perfeitamente repudiável em termos da
salvaguarda das espécies em questão.
Claro que conheço a história recente e remota do local, lembro-me perfeitamente
de como era nos anos cinquenta, sei quais foram as árvores substituídas. E,
minha cara Ana
Simão, até podia haver ouro em pó ou em barras para construir a
coisa. A verdade é que foi repudiada e a população, naturalmente, arcou com as
consequências da actuação da sua intervenção cívica.
Todas as forças partidárias concorrentes às eleições que substituiram o
executivo de Edite Estrela se comprometeram a não concretizar o projecto quando
perceberam a força residual da população e dos aliados que tinha conseguido
conquistar para a luta.
Não há dúvida também de que este episódio comprometeu decisivamente qualquer
veleidade que Edite Estrela tivesse no sentido de permanecer mais um mandato.
Uma das coisas que se evidenciou foi a evidente fragilidade da então Presidente
que se afirmava agente de cultura e que, tão manifestamente, subscrevia uma
atitude de lesa cultura.
Por outro lado, lembro-me perfeitamente das barbaridades afirmadas pelo então
Vereador da Cultura em quem Edite Estrela terá descansado quanto à defesa das
suas cores e que só a colocou mal.
Enfim, águas passadas mas, jamais, águas esquecidas porque, reafirmo-o, com a
maior veemência, foi um processo paradigmático de intervenção cívica e de tanta
valia que, pouco tempo depois, o semanário 'Expresso' considerava o que tinha
acontecido em Sintra como perfeitamente representativo e, lá está, exemplar em
termos de cidadania.
Ana Simão:
Sem dúvida opiniões e visões diferentes... fundamentadas em informações
diferentes!
que lá estão hoje
(na sua maioria) podados /torturados tinham (no projeto) um contorno de
proteção das raízes igual ao diâmetro da sua copa (antes da poda) … Outra
notinha nunca existiu nem foi “celebrado o protocolo de construção” mas sim um
“concurso de obra”. E havia uma candidatura aprovada ao programa comunitário
“Pólis para Centros Históricos” e um financiamento por parte do Fundo de
Turismo, que financiavam ( mais ou menos) 90% todo o projeto e construção.
João De Oliveira Cachado:
Obrigado pelos esclarecimentos. De facto, a memória traíu-me em relação ao
«protocolo», assim grafado, porque tenho ideia de ter sido celebrado um
documento que tal e assim mesmo designado.
Lembro-me de que, no projecto, os plátanos tinham, sim senhor, um 'contorno de
protecção'. Mas tanto o Prof. Caldeira Cabral como o Arq. Gonçalo Ribeiro
Telles, [aderentes, amigos e consultores do então Movimento Cívico de Sintra]
consideraram esse recurso como algo perfeitamente repudiável em termos da
salvaguarda das espécies em questão.
Claro que conheço a história recente e remota do local, lembro-me perfeitamente
de como era nos anos cinquenta, sei quais foram as árvores substituídas. E,
minha cara Ana Simão,
até podia haver ouro em pó ou em barras para construir a coisa. A verdade é que
foi repudiada e a população, naturalmente, arcou com as consequências da
actuação da sua intervenção cívica.
Todas as forças partidárias concorrentes às eleições que substituiram o
executivo de Edite Estrela se comprometeram a não concretizar o projecto quando
perceberam a força residual da população e dos aliados que tinha conseguido
conquistar para a luta.
Não há dúvida também de que este episódio comprometeu decisivamente qualquer
veleidade que Edite Estrela tivesse no sentido de permanecer mais um mandato.
Uma das coisas que se evidenciou foi a evidente fragilidade da então Presidente
que se afirmava agente de cultura e que, tão manifestamente, subscrevia uma
atitude de lesa cultura.
Por outro lado, lembro-me perfeitamente das barbaridades afirmadas pelo então
Vereador da Cultura em quem Edite Estrela terá descansado quanto à defesa das
suas cores e que só a colocou mal.
Enfim, águas passadas mas, jamais, águas esquecidas porque, reafirmo-o, com a
maior veemência, foi um processo paradigmático de intervenção cívica e de tanta
valia que, pouco tempo depois, o semanário 'Expresso' considerava o que tinha
acontecido em Sintra como perfeitamente representativo e, lá está, exemplar em
termos de cidadania.
Ana Simão:
Sem dúvida opiniões e visões diferentes... fundamentadas em
Sem comentários:
Enviar um comentário