Sintrense,
para um melhor cenário
Desde já, à guisa de
introdução, preciso é que fique muito claro ter eu decido ilustrar estas
palavras com as fotos que têm diante de vós, não com qualquer propósito
gratuito de desagradar seja a quem for. Muito pelo contrário, tão somente o
faço no sentido de, através da denúncia, poder contribuir para melhorar uma
situação que, sendo indigna de Sintra, também o é do bairro da Portela e do Sintrense.
Ainda a abrir estas
considerações, uma referência incontornável. Naturalmente, uma referência que também
é homenagem pessoal, ao Sport União Sintrense, clube centenário ao qual Sintra tantos
e preciosos serviços deve, associação desportiva que bem pode orgulhar-se do valor
simbólico dos troféus alcançados, reflectido no enriquecimento social e
educativo de sucessivas gerações de crianças e jovens, enquadrados por
actividades que tem sabido promover ao longo de uma história recheada de êxitos.
Pois bem, em
especial no que ao Sintrense diz respeito, um passado tão glorioso e tudo
quanto continua fazendo num presente tão difícil como o que atravessamos, só
podem articular-se e conjugar-se com situações que não possam ser apontadas
como menos positivas ou negativas. A excelência não tem lacunas. Porém, apesar
de nos ser penoso admiti-lo, o cenário evidenciado pelas imagens, está
demasiado colado às instalações do Sintrense para que possamos continuar a
passar por ele como se nada fosse connosco.
Detenhamo-nos um
pouco ecoloquemos a questão crucial. Depois de um investimento tão significativo,
como foi o deste estádio, em que resultou a opção de o ter inaugurado, com acabamentos adiados
para tempos em que a disponibilidade financeira permitissem concretizá-los? Pois, resultou numa bancada que escancara
dezenas e dezenas de metros de entranhas, de traseiras esconsas à Rua de Pedro
de Sintra, à qual parece dizer que, com ela, nada quer… A verdade, meus caros
amigos, naquele preciso lugar, se as instalações pretendessem alguma relação
com a Rua de Pedro de Sintra, não lhe devolveriam cenário tão inestético e agressivo.
Não será necessário
recorrer a grandes tratados de antropologia urbana para concluir que os graffiti
borrados nos muros grosseiros e toscos, as
chapas onduladas servindo de portas de acesso a algures ou nenhures, toda aquela
crueza e rudeza, mais própria de favela, de bairro de lata, constitui um cúmulo
de agressivos sinais que mãos de gente aplicaram a um inestético conjunto que,
afinal, há muito tempo, constituía um
apetecível desafio à agressão e à transgressão.
Menos aparente mas,
igualmente, muito preocupante em termos de higiene pública, é o facto de a zona
se ter transformado numa lixeira, quase «estrumeira», onde defeca grande parte
dos canídeos do bairro, ali conduzidos por donos que, assim, protagonizam
atitude tão condenável. Cumpre não esquecer que tudo isto se passa mesmo em
frente de dois estabelecimentos escolares, um jardim de infância e uma escola
de primeiro ciclo do Ensino Básico, cujos alunos e famílias não merecem lições tão negativas. Enfim, muito
trabalho para a Câmara Municipal de Sintra, para a HPEM e para a Polícia
Municipal.
Soube que, na
sequência da queda de materiais provenientes da cobertura da bancada – que,
miraculosamente, não atingiram ninguém – está
a decorrer uma campanha de recolha de fundos para acorrer às despesas
com obras inadiáveis de reparação. Será altura para que os serviços municipais
também se envolvam. Pavimento, passeios, sinalização, por ali o que não falta é
necessidade de intervenção camarária.
Oxalá, mesmo num
tempo em que, infelizmente, a disponibilidade financeira dos munícipes está
mais comprometida, se consiga aproveitar o ensejo para engrossar as verbas no
sentido de também contemplar a requalificação que se impõe, de acordo com estas
considerações que, repito, apresento com o maior espírito de colaboração, num
modesto contributo, a pensar nos meus amigos e conhecidos, que tanto empenho e
horas das suas vidas têm dispensado ao Sintrense. E, como o Sintrense só merece
o melhor…E a escola mesmo em frente...
1 comentário:
Apoio, o estado de abandono em que se encontra aquela zona é lamentável.
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