[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 9 de fevereiro de 2013


Sintrense,
para um melhor  cenário

Desde já, à guisa de introdução, preciso é que fique muito claro ter eu decido ilustrar estas palavras com as fotos que têm diante de vós, não com qualquer propósito gratuito de desagradar seja a quem for. Muito pelo contrário, tão somente o faço no sentido de, através da denúncia, poder contribuir para melhorar uma situação que, sendo indigna de Sintra, também o é do bairro da Portela e do Sintrense.
Ainda a abrir estas considerações, uma referência incontornável. Naturalmente, uma referência que também é homenagem pessoal, ao Sport União Sintrense, clube centenário ao qual Sintra tantos e preciosos serviços deve, associação desportiva que bem pode orgulhar-se do valor simbólico dos troféus alcançados, reflectido no enriquecimento social e educativo de sucessivas gerações de crianças e jovens, enquadrados por actividades que tem sabido promover ao longo de uma história recheada de êxitos.

Pois bem, em especial no que ao Sintrense diz respeito, um passado tão glorioso e tudo quanto continua fazendo num presente tão difícil como o que atravessamos, só podem articular-se e conjugar-se com situações que não possam ser apontadas como menos positivas ou negativas. A excelência não tem lacunas. Porém, apesar de nos ser penoso admiti-lo, o cenário evidenciado pelas imagens, está demasiado colado às instalações do Sintrense para que possamos continuar a passar por ele como se nada fosse connosco.
Detenhamo-nos um pouco ecoloquemos a questão crucial. Depois de um investimento tão significativo, como foi o deste estádio, em que resultou  a opção de o ter inaugurado, com acabamentos adiados para tempos em que a disponibilidade financeira permitissem concretizá-los?  Pois, resultou numa bancada que escancara dezenas e dezenas de metros de entranhas, de traseiras esconsas à Rua de Pedro de Sintra, à qual parece dizer que, com ela, nada quer… A verdade, meus caros amigos, naquele preciso lugar, se as instalações pretendessem alguma relação com a Rua de Pedro de Sintra, não lhe devolveriam cenário tão inestético e agressivo.

Não será necessário recorrer a grandes tratados de antropologia urbana para concluir que os graffiti  borrados nos muros grosseiros e toscos, as chapas onduladas servindo de portas de acesso a algures ou nenhures, toda aquela crueza e rudeza, mais própria de favela, de bairro de lata, constitui um cúmulo de agressivos sinais que mãos de gente aplicaram a um inestético conjunto que, afinal, há muito tempo, constituía  um apetecível desafio à agressão e à transgressão.  
Menos aparente mas, igualmente, muito preocupante em termos de higiene pública, é o facto de a zona se ter transformado numa lixeira, quase «estrumeira», onde defeca grande parte dos canídeos do bairro, ali conduzidos por donos que, assim, protagonizam atitude tão condenável. Cumpre não esquecer que tudo isto se passa mesmo em frente de dois estabelecimentos escolares, um jardim de infância e uma escola de primeiro ciclo do Ensino Básico, cujos alunos e famílias não merecem lições tão negativas. Enfim, muito trabalho para a Câmara Municipal de Sintra, para a HPEM e para a Polícia Municipal.

Soube que, na sequência da queda de materiais provenientes da cobertura da bancada – que, miraculosamente, não atingiram ninguém – está  a decorrer uma campanha de recolha de fundos para acorrer às despesas com obras inadiáveis de reparação. Será altura para que os serviços municipais também se envolvam. Pavimento, passeios, sinalização, por ali o que não falta é necessidade de intervenção camarária.
Oxalá, mesmo num tempo em que, infelizmente, a disponibilidade financeira dos munícipes está mais comprometida, se consiga aproveitar o ensejo para engrossar as verbas no sentido de também contemplar a requalificação que se impõe, de acordo com estas considerações que, repito, apresento com o maior espírito de colaboração, num modesto contributo, a pensar nos meus amigos e conhecidos, que tanto empenho e horas das suas vidas têm dispensado ao Sintrense. E, como o Sintrense só merece o melhor…

 





E a escola mesmo em frente...

1 comentário:

Anónimo disse...

Apoio, o estado de abandono em que se encontra aquela zona é lamentável.