Gulbenkian, 7ª de Beethoven:
a importância da editora Bärenreiter
a importância da editora Bärenreiter
[publicado no facebook em 16 de Março de 2013]
Se me dissessem que, para a tal ilha deserta, só poderia levar uma das nove sinfonias de Beethoven, logo pegaria na Sétima, em qualquer dos suportes, escrito, áudio ou audiovisual. Porém, muita atenção, com uma condição absolutamente determinante, ou seja, a de que obedecesse à edição que a casa Bärenreiter publicou entre os anos 1996 e 2000.
Foi, há precisamente dez anos, que acedi àquela que, para mim, era ...a primeira integral das sinfonias de Beethoven que seguia tal edição, respeitando-a escrupulosamente, ou seja, a da EMI, em que a Wiener Philharmoniker é dirigida por Sir Simon Rattle.
Cumpre esclarecer que se trata de «eine neue Urtext-Ausgabe», uma nova edição ‘Urtext ‘, original absoluto, que parte dos manuscritos essenciais, corrigidos por Beethoven, com indicações preciosas no que respeita os tempos, e que tinham sido considerados perdidos em 1862.
Através de um trabalho extraordinariamente meritório, a editora Bärenreiter promoveu uma autêntica epifania, acessível a todos quantos, até então, nas salas de concerto e em gravações, se tinham acostumado a ouvir as sinfonias a partir das edições da Breitkopf & Härtel, na qual se baseiam todas os designados registos «históricos». Bem pode afirmar-se que, com o advento da edição da Bärenreiter, um outro Beethoven sinfónico nos passou a estar acessível.
Quem lê música e compara determinadas páginas da 6ª e da 9ª sinfonias, publicadas por ambas as editoras, logo se apercebe das diferenças patentes e, se idêntico trabalho de comparação fizer o interessado melómano em relação ao resultado nas gravações, naturalmente, chegará à mesma conclusão, mesmo que não possa aceder às partituras.
É curioso que, na sua entrevista a Cristina Fernandes, hoje publicada no “Público, sem ter descido a este pormenor, o maestro Herbert Blomstedt – exactamente quem hoje dirige a Gustav Mahler Jugendorchester no concerto desta tarde na Gulbenkian, onde teremos a Sétima e o Concerto para Piano No. 4 – tenha aludido a esta questão absolutamente determinante.
Oxalá que, geralmente, muito mal preparado e informado, o público da Gulbenkian passe a ser sensível às diferenças.
Deixo-vos com uma gravação do famosíssimo ‘Allegretto’ da Sinfonia No. 7 em Lá Maior op. 92 de Beethoven, interpretado pela Staatspapelle Dresden, exactamente, sob a direcção de Blomstedt.
Boa audição!
http://youtu.be/c3LRg9E5cnc
Através de um trabalho extraordinariamente meritório, a editora Bärenreiter promoveu uma autêntica epifania, acessível a todos quantos, até então, nas salas de concerto e em gravações, se tinham acostumado a ouvir as sinfonias a partir das edições da Breitkopf & Härtel, na qual se baseiam todas os designados registos «históricos». Bem pode afirmar-se que, com o advento da edição da Bärenreiter, um outro Beethoven sinfónico nos passou a estar acessível.
Quem lê música e compara determinadas páginas da 6ª e da 9ª sinfonias, publicadas por ambas as editoras, logo se apercebe das diferenças patentes e, se idêntico trabalho de comparação fizer o interessado melómano em relação ao resultado nas gravações, naturalmente, chegará à mesma conclusão, mesmo que não possa aceder às partituras.
É curioso que, na sua entrevista a Cristina Fernandes, hoje publicada no “Público, sem ter descido a este pormenor, o maestro Herbert Blomstedt – exactamente quem hoje dirige a Gustav Mahler Jugendorchester no concerto desta tarde na Gulbenkian, onde teremos a Sétima e o Concerto para Piano No. 4 – tenha aludido a esta questão absolutamente determinante.
Oxalá que, geralmente, muito mal preparado e informado, o público da Gulbenkian passe a ser sensível às diferenças.
Deixo-vos com uma gravação do famosíssimo ‘Allegretto’ da Sinfonia No. 7 em Lá Maior op. 92 de Beethoven, interpretado pela Staatspapelle Dresden, exactamente, sob a direcção de Blomstedt.
Boa audição!
http://youtu.be/c3LRg9E5cnc
Sem comentários:
Enviar um comentário